quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

«AS INCONTESTÁVEIS» #12

obra-prima, s. f.
1. Obra primorosa, perfeita, das primeiras no seu género.
2. A melhor obra de um autor.

5 das Incontestáveis Obras-Primas
de Jorge Teixeira, Leitor:E Tudo o Vento Levou (1939),
de Victor Fleming, George Cukor e Sam Wood
Rebecca (1940), de Alfred Hitchcock
Rashômon - Às Portas do Inferno (1950), de Akira Kurosawa
Braveheart - O Desafio do Guerreiro (1995), de Mel Gibson
O Senhor dos Anéis (2001-2003), de Peter Jackson

5 das Incontestáveis Obras-Primas
de Gabriel Martins, autor do blogue Alternative Prison:
Velvet Goldmine (1998), de Todd Haynes
A Máscara (1966), de Ingmar Begman
A Mosca (1986), de David Cronenberg
Pamplinas Maquinista (1926), de Clyde Bruckman e Buster Keaton
Disponível Para Amar (2000), de Wong Kai Wai

Quem contesta?

20 comentários:

  1. Antes de mais gostava de contar como decidi abordar este desafio. Rapidamente me fui colocando algumas regras, tais como: não repetir décadas, a fim de visitar vários períodos do cinema, e não repetir géneros, o que vai espelhar um pouco a minha personalidade, pois considero-me uma pessoa eclética, e assim mostraria como me interesso por tantas e tão diferentes coisas.

    Abordei o desafio de forma pessoal porque segui o mote do convite “representar o nosso bilhete de identidade cinéfilo”. Como são 5 escolhas usei-as de forma variada, escolhendo obras mais e menos contestáveis. Sim porque não creio em obras-primas incontestáveis, há sempre alguém que contesta.

    É preciso também ter em conta que a maior parte do cinema que conheço é da década de 80 para cima.


    Agora os escolhidos:


    The General

    Posso estar enganado mas este será o menos contestado da lista, afinal é um dos maiores clássicos do cinema de comédia mudo e a meu ver uma das maiores peças cinematográficas desse período. Aproveitei assim para abordar o género da comédia, indo para uma época onde tantas obras belíssimas saíram.
    Buster Keaton e Charles Chaplin são os dois nomes mais conhecidos deste período tão fértil. Escolhi “The General” porque de todos os que vi (e ainda me faltam muitos) é o meu favorito e para mim uma obra-prima.
    Contém algumas das cenas mais conhecidas e perigosas de Keaton, como aquela em que ele está sentado numa viga que liga as rodas do comboio, enquanto o comboio começa a andar. Tem também a famosa cena em que um comboio verdadeiro caiu da ponte.
    Baseado numa história verídica que decorreu durante a guerra civil americana, The General é uma verdadeira pérola. Um retrato da guerra carregado de humor.


    Persona

    A exploração da mente humana sempre foi um tópico que me fascinou. Um filme que podia facilmente colocar aqui seria o “Fight Club”, mas seria uma escolha mais óbvia (mas não menos importante por isso, nunca menos importante) e que certamente iria ser escolhido por alguém. Ao escolher “Persona” podia também abordar uma ideia que queria afirmar, que é a de: para criar uma obra-prima no cinema, basta uma grade ideia, uma grande visão.
    “Persona” é um filme minimalista, pouquíssimos cenários, duas actrizes (ao todo 5 creio mas 3 quase não aparecem) e dessas duas apenas uma fala, a outra profere muito poucas palavras no filme todo.
    O resultado, esse é algo maravilhoso e o final absolutamente deslumbrante.
    Outro filme, bem mais recente, que foi feito com um orçamento baixíssimo e resultou numa grande maravilha foi o “Cube”.

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  2. The Fly
    Adoro ficção-científica e adoro terror. Dois géneros bem distintos mas que por vezes dão as mãos e presenteiam-nos com algumas peças de cinema absolutamente brilhantes. Uma paixão destas tinha de estar aqui presente (e assim matava dois coelhoes com uma cajadada pois com 5 opções não dá para abordar todos os géneros). Pensei no “Videodrome”, no “The Thing”, no “Alien” e sinceramente todos eles podiam cá estar, mas acabei por ir para o “The Fly”. Porque de todos esses foi o 1º que vi (aliás de todos da lista foi o 1º que vi).
    Lembro-me quando o vi pela primeira vez o fascínio que senti e como me prendeu à TV. Foi amor à primeira vista. Gosto da exploração das tranformações carnais, já a Metamorfose de Kafka foi o primeiro livro de prosa que li e me conquistou, me fez querer ler mais e mais. Aquela frase inicial em que o Gregor acorda e se vê tranformado em insecto é fabulosa, sem explicação, sem aviso, somos confrontados logo ao início com algo completamente inesperado e surreal. Mas estou a fugir do assunto, acontece quando me entusiasmo.
    “A Mosca” foi dos primeiros filmes em que a minha paixão pelo bizarro se começou a desenvolver e crescer e hoje faz parte de mim como o dna de mosca faz parte de Seth Brundle.


    Velvet Goldmine
    Este será, ao contrário do The General, o mais contestado, o patinho feio da lista, no sentido que para muitos não será de longe uma obra-prima. Acho que é um filme muito subvalorizado, ou isso ou desconhecido. Percebo perfeitamente que não o considerem uma obra-prima. É uma escolha muito pessoal (isto soa mal parece que as outras são impessoais o que é falso) e para mim este filme é perfeito.
    Para começar, o Velvet reúne três artes que adoro, a literatura, a música e o cinema e fá-lo com uma energia contagiante e apaixonante. É um filme sobre a ascensão e declínio de uma estrela do Glam Rock polvinhado com palavras do grande Oscar Wilde.
    É dos filmes que mais revi na vida (talvez o mais) e provavelmente o que conheço melhor, aquele que mais dissequei. Graças a “Velvet Goldmine” hoje Oscar Wilde e David Bowie são duas grandes referências na minha vida. Além de me apaixonar como filme e de me ter feito querer conhecer a carreira de Todd Haynes inspirou-me também a conhecer outros artistas de outras artes e nesse sentido não há nenhum filme que o tenha feito da mesma forma.


    In The Mood For Love
    Com 4 escolhas feitas e apenas uma a faltar, lembrei-me que ainda não tinha nenhuma que fizesse referência ao cinema asiático e também me faltava um filme sobre o amor. Ora se colocarmos numa equação as palavras, cinema, ásia e amor o resultado será, para mim, Wong Kar Wai, mas qual dele?
    Não posso dizer que prefiro o “In The Mood For Love” ao “2046”, são os dois sublimes, cada um à sua maneira. Tinha de os rever para descobrir a resposta e mesmo assim não sei se conseguiria. O “In The Mood For Love” veio primeiro, é de 2000, já é um filme que tem 10 anos na bagagem, sempre é mais tempo para marinar e analisar à luz do tempo. Ainda assim são filmes que se complementam quem gosta de um tem de ver o outro, até para conhecer o desenvolvimento da personagem do Tony Leung.
    Wong Kar Wai dota os seus filmes de um cunho muito pessoal, a sua exploração dos sentimentos das suas personagens é maravilhoso, sempre que vemos um filme dele reconhecemo-lo, este é um Wong Kar.
    Obra-prima ou não, o que interessa é que é um filme capaz de arrepiar qualquer um.
    Ele e Tony Leung são uma das grandes duplas entre realizador e actor da 7º arte.


    Para terminar queria agradecer ao Roberto a possibilidade de participar.

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  3. Duas "senhoras" listas!

    Da primeira, desconheço pelo título o "Rashômon"... mas as restasnte propostas são do meu agrado, com destaque para o exemplar "poder da sugestão" que o magnifico "Rebecca" carrega.

    A segunda lista do "Loot"/Gabriel é realmente espantosa e com um belo exercício que muito me agradou.
    Desconheço o "A máscara" de Bergman (shame on me!).
    O "Velvet Goldmine" é um grande filme mas também o que mais poderia contestar por não ter ficado assim tão amarrado nele, apesar de ter apreciado muito o retrato dado aos loucos tempos do glam-rock e de nele se notar claramente as inspirações no Iggy Pop, David Bowie e outros. E sempre é bom ver aqui um não musical mas sim um que destila música por todo o lado.
    Por fim dizer que a lista têm cada uma a sua cereja no topo do bolo: "Lord Of The Rings" (batota pois com os anos assim descritos, é um 3 em 1) e o magistral "In The Mood for love" filme que venero totalmente (e prefiro ao "2046", espécie de sequela).

    Well done, guys!

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  4. O único filme com o qual não concordo é Braveheart, que considero extremamente sobrevalorizado. De resto, concordo com todos.

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  5. O E tudo o vento levou não é só do Fleming? Tinha ideia que era só do Fleming. Não há aí engano?

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  6. O Lord of the Rings, Braveheart, o Fly e o Velvet Goldmine estão aí deslocados, não os considero obras-primas, mas são bons filmes. Ainda não vi o do Kar-Way. E o Gone With The Wind só é do Fleming.

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  7. Duas boas listas.

    Na primeira, a do Jorge, tirava o Braveheart (de que gosto, mas ainda assim...) e o Senhor dos Anéis, mas os outros são muito bons. Tenho ideia que o "Gone with the Wind" é um bocado desconsiderado, mas é um grande filme.

    A do Gabriel, no entanto, está mais perto do meu coração. "The Fly" e "The General" são obras-primas incontestáveis. A minha relação com o "Persona" é um bocado complicada, mas é difícil não lhe reconhecer a grandeza. Depois, há o "Velvet Goldmine" que, mesmo não tendo a certeza de que seja um obra-prima, é um excelente filme e um dos meus preferidos.

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  8. Uma lista com Braveheart e LotR não é do meu agrado, mas a do Gabriel podia ser minha.

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  9. Em primeiro lugar, adoro a lista do Gabriel. O que vem provar o que sempre disse: é impossível ignorar o gosto pessoal quando procuramos um filme que consideremos uma obra-prima. Só gosto tanto da lista porque temos gostos muito semelhantes, caso não tivesse nunca consideraria, por exemplo, Velvet Goldmine e A Mosca obras-primas. Mas adoro ambos os filmes, por isso o ângulo lexical da coisa torna-se irrelevante.

    A lista do Jorge, surpreende menos, muito menos. Mas é difícil discordar de qualquer uma das cinco escolhas.

    Cumps.

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  10. Só um esclarecimento: Victor Fleming foi o único realizador creditado em E TUDO O VENTO LEVOU, no entanto os outros dois mencionados deram contribuições na realização. Referi o nome dos três não porque o Jorge os tenha mencionado, mas por uma questão de coerência, uma vez que ao longo da iniciativa tenho sempre referido os creditados e não-creditados no IMDb, o qual utilizo como referência.

    Cf. http://www.imdb.com/title/tt0031381/

    Comentando as escolhas: na selecção do Jorge reconheço E TUDO O VENTO LEVOU, RASHOMON e O SENHOR DOS ANÉIS ocmo incontestáveis obras-primas. BRAVEHEART é um muito bom filme mas não chega lá - mesmo - e o filme do Hitchcock ainda não visualizei. Na lista do Gabriel, saliento PERSONA - A MÁSCARA. Não vi o do Buster Keaton, lamentavelmente - falha a colmatar rapidamente - e os restantes não os considero obras-primas.

    Só um último - e espero que derradeiro - esclarecimento: o convite que enderecei a todos os participantes da iniciativa dizia, palavra por palavra:

    "Aquilo que vos peço não é necessariamente para que indiquem as vossas obras-primas favoritas, ou aquelas que são a bandeira da vossa identidade cinéfila".

    Repito e saliento: "não é necessariamente".

    Obrigado a todos pelos comentários.

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  11. Ups

    Nota mental: reler os emails das iniciativas.

    Falha minha Roberto interpretei mal o convite e entusiasmei-me. Mas ao menos tentei jogar com o que é uma obra-prima para mim e com a tal identidade cinéfila. Tentei jogar com muita coisa até lol

    Em relação ao Velvet não vou discutir que seja uma obra-prima, percebo perfeitamente quem não concorda. Expliquei isso na escolha, não é nada mas nada inquestionável, admito isso.
    Mas para mim é uma obra-prima. Acho-o um filme riquissimo. Desde a nave espacial no inicio a deixar aquela criança com o broche verde, broche esse passado de geração em geração, de Wilde até o jornalista interpretado por Christian Bale. Um filme com muita paixão, e com um aspecto rebelde que só lhe fica bem.
    É a ovelha negra das minhas escolhas, e digo ovelha negra como um elogio, é o marginal, o misfit. Um retrato mágico de uma época, misturando realidade e fantasia. Para mim perfeito. Mas sim uma escolha mto pessoal perfeita noção disso.
    Se quisesse jogar pelo seguro tinha escolhido outro, mas assim a meu ver até tem mais piada.

    A mosca não vejo como podia ser melhor e como é que a história não é genial. Videodrome e a mosca são os melhores filmes de Cronemberg, um dos meus realizadores preferidos.

    E obrigado a todos pelos comentários.


    Quanto à lista do Jorge. Não vi dois. O do Hitchcock e o do Kurosawa. Mas são dois mestres inquestionáveis. Do Kurosawa é que conheço menos filmes, apenas dois, sombra do guerreiro e sete samurais.

    O Braveheart foi dos primeiros filmes que vi e me apaixonou, juntamente com o Dracula do Coppola. Por isso tenho-lhe muito carinho.

    O Gone with the wind quando era miúdo, achava que ia ser uma seca gigante, depois quando o vi finalmente fiquei tão impressionado. Grande filme, grande escolha.

    O senhor dos aneis é uma referência sem dúvida. para mim obra-prima talvez não, mas gostava de ver as versões director's cut. Só vi as que passaram no cinema. Bem bom aquele ritual de todos os natais ir ver uma parte do senhor dos aneis :)

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  12. Das duas listas, tenho quase todos aqui á espera de vez para serem vistos LOOOOOOL
    Só de dizer uma coisa em relação a Disponivel para Amar - acho Chunking Express bem melhor em todos os aspectos - mas é só a minha opinião.

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  13. LOOT - GABRIEL MARTINS: Estou totalmente de acordo com tudo aquilo que dizes a respeito de VELVET GOLDMINE. É um muitíssimo bom filme, como aliás são todos aqueles que conheço de Todd Haynes (que realizador!); contudo, não o considero uma obra-prima.

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  14. Da lista do Jorge Teixeira só vi ainda o Braveheart (concordo com quem disse nos comentários que é sobrevalorizado) e o LOTRings (que inclui na minha lista também).
    Da lista do Gabriel só assisti á "Mosca", lembro-me que gostei muito, mas foi há tempo demais para analisar como deve ser. Mais um para a 2lista-de-filmes-para-rever". Infelizmente do Rashômon só vi alguns minutos, espero colmatar essa lacuna ainda este ano

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  15. Mais uma vez tenho a agradecer muito ao Roberto por mais um convite e por mais um incentivo que me tem dado a reflectir e a pensar sobre cinema - essa grande paixão que todos temos. Pessoalmente é mesmo uma paixão relativamente recente (dois, três anos mais intensivos) e nesse sentido ainda tenho muito, mas muito para descobrir. A vontade é imensa, e grão a grão lá vou expandido o meu conhecimento, a minha diversidade espaço-temporal fílmica da história do cinema. Em concreto esta iniciativa aliciou-me desde o início e foi um desafio um pouco árduo, confesso. Mas ao mesmo tempo foi um prazer enorme. A minha abordagem ao desafio foi pensar em filmes transversais e intemporais que se transcendem e atingem excelência no seu núcleo original. Isto por um lado. Por outro e em segunda análise, tinham de ser filmes também que me arrebatassem, que gostasse particularmente e de forma muito especial.

    A lista surgiu então inicialmente como uma pré-selecção a abarcar diversas décadas. Foi um critério também adoptado, essa tentativa de abranger várias décadas. Dessa pré-selecção obtive depois os cinco magníficos :P, as incontestáveis obras-primas. Alguns ficaram de fora com muita pena minha, mas em última análise o gosto e a identificação prevaleceu, ainda que reconheça não ser totalmente apropriado. De qualquer modo também me pareceu interessante essa opção na medida em que seria isso, pensei na altura, que poderia diferenciar as listas.

    E Tudo o Vento Levou - Se há filme que pensei de imediato a quando da selecção foi este. De uma magnificência e de uma classe como já não existe. Uma epopeia, um épico romântico ao qual ninguém fica indiferente. Pelo menos é o que verifico. E até me parece que se há transversalidade ou intemporalidade no cinema, um dos filmes, senão mesmo "o" filme, que melhor exemplifica esse aspecto será este Gone with the Wind. Espectacular. A forma como o argumento, a narrativa se vai expandindo, se vai articulando e se vai moldando às personagens, ao ambiente e à paisagem é sublime. É produto de entretenimento e de valor artístico de qualidade. Verifica-se nos vários planos que nos transmitem as mudanças da terra, da personagem principal ou até mesmo da história de fundo (de guerra) que nos vai sendo contada. Depois tem uma banda sonora que completa e transcende tudo o que poderia já por si só ser magistral. Divinal, esplendoroso, não tenho palavras sinceramente. Talvez as palavras que agora me ocorrem sejam Força ou Poder. O filme é longo, mas na minha opinião um clássico obrigatório.

    (continua)

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  16. Rebecca - Tinha de colocar um Hitchcock. Tem sido uma verdadeira descoberta e prazer assistir aos filmes do realizador. E de um modo geral todos os que vi são geniais. Magníficos. Destaco o Rebecca porque, e para além de ser um dos meus preferidos, mais do que nunca o suspense, a tensão ou o thriller (tão em voga nos filmes do mestre) atingem valores gigantescos, de altíssimo poder sugestivo. Sob esse ponto de vista não vejo filme que melhor retrate a sugestão, a manipulação de uma ideia ou de uma pessoa, quando ela própria nem sequer se vê. Existe somente na nossa mente. E o filme consegue, e de que maneira, carregar-nos com essa ideia, com esse poder até ao seu final. Agarra-nos do início ao fim e que belas surpresas vamos também tendo no caminho. Depois tem uma fotografia, uma montagem, uma realização, uma banda sonora, interpretações, e toda uma direcção artística de grande valor. Do melhor que Hitchcock nos presenteou. Considero por tudo isso Rebecca uma obra-prima, superior ao Psycho, por exemplo. Infelizmente me parece algo esquecido, em detrimento de outros filmes do mestre.

    Rashômon - Às Portas do Inferno - É um grande filme de Kurosawa. Talvez dos que escolhi seja o mais apropriado ou o que encaixe mais facilmente na ideia que tenho de obra-prima. E não foi das primeiras escolhas. Mas vejo neste filme originalidade e uma mensagem tão forte e universal que me fascinam rapidamente. É único e intemporal sem dúvida alguma. É possuidor também de uma grande fotografia, de uma realização primorosa e de uma banda sonora muito boa. Mas o melhor está mesmo no capítulos da montagem e do argumento, que depois são interpretados magistralmente. Um clássico oriental que aconselho. Que pedaço de arte na sua forma mais crua por vezes.

    Braveheart - É porventura o que dará mais azo a discussão, e confesso que foi o último a entrar na lista. Mas lá está aqui o gosto pessoal entrou e com doses mais fortes :P. É poderoso, comovente, emocionante, épico, dos melhores filmes das duas últimas décadas, na minha opinião. Posso mesmo dizer que é dos filmes que mais me emocionam, possuidor inclusivé da cena mais poderosa que conheço e que me identifico claro. Destaco ainda a banda sonora (linda, linda), a fotografia, e a mestria em filmar de Mel Gibson. Que dedicação fenomenal na realização e na interpretação. Obra-prima? para mim incontestávelmente.

    O Senhor dos Anéis - O meu filme preferido de sempre e uma obra-prima do mais completo que conheço. E é isso, não me vou alongar muito mais, considero um épico que abarca muitas sensações e muita qualidade em si. É uma epopeia, uma aventura assistir. Nunca um filme nos transportou de forma tão realista e tão intensa para um mundo à parte, fantástico, mas carregado de imenso humanismo, metáforas e mensagens à nossa própria condição. Adoro, adoro!

    abraço

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  17. Em relação às escolhas do Gabriel, infelizmente não vi nenhumas. Tenho especial curiosidade em ver Velvet Goldmine. O Persona do Bergman talvez esteja para breve a visualização. É um realizador que tenho muita vontade em descobrir.

    Curioso não conhecia essa tradução portuguesa do filme The General. Nem o reconheci até ler os comentários. É também um que pretendo ver em breve.

    abraço

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  18. Acredita Jorge, que estive para retirar o Vertigo e colocar o Rebecca na minha lista mas... há dinamismos no Vertigo, que me fazem rever com um prazer que me preenche mais.
    Mas deixaste um discurso bem apaixonado desse "fantasma" sugestivo que é o Rebecca, Ainda hoje continua um injusto subvalorizado na obra do mestre. Talvez por ser dos primeiros...

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  19. Jorge no Velvet usei muito o lado pessoal, interpretei mal uma parte do convite lol. Se quisesse escolher obras menos contestáveis, não iria para este. Mas é um dos meus filmes predilectos e mesmo que não venha a ser uma obra-prima para ti, acho que vale muito a pena veres.

    Já o Persona e o General são obras-primas menos contestáveis. Dois clássicos imperdiveis.

    Abraço

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