domingo, 31 de maio de 2009

KILL BILL: A VINGANÇA: Vol.2 (2004)

Título Original: Kill Bill: Vol. 2
Realização: Quentin Tarantino
Principais Actores: Uma Thurman, Daryl Hannah, Michael Madsen, David Carradine, Gordon Liu (Chia Hui Liu), Michael Parks, Perla Haney-Jardine

Por favor, consulte a nova crítica em: »AQUI«

sexta-feira, 29 de maio de 2009

SIN CITY - A CIDADE DO PECADO (2005)

PONTUAÇÃO: MUITO BOM
Título Original: Sin City
Realização: Frank Miller, Robert Rodriguez e Quentin Tarantino (convidado especial)
Principais Actores: Bruce Willis, Mickey Rourke, Clive Owen, Jessica Alba, Rosario Dawson, Jamie King, Brittany Murphy, Benicio Del Toro, Nick Stahl, Elijah Wood, Michael Clarke Duncan
Crítica:

OS GUARDIÕES DA NOITE

Em Sin City, os quadradinhos de Frank Miller tornam-se frames. O assustador e repugnante mundo da Cidade do Pecado ganha vida naquela que é, sem dúvida, uma das mais estilizadas, violentas e viscerais experiências a que podemos assistir. Nem sempre partilhei desta opinião; na verdade, creio que o estrondoso e inacreditável visual alcançado - de tão extraordinário - me ofuscou e cegou na primeira visualização. Há mais para além das visionárias e deslumbrantes imagens, aperfeiçoadas entre um preto e branco imaculado e a manipulação cromática, há mais para além da ousadia e ambição técnica.

Há três histórias: cruzam-se The Hard Goodbye, The Big Fat Kill e That Yellow Bastard. Cada uma tem os seus protagonistas, mas o ecrã é ganho pelas carismáticas performances de Mickey Rourke (Marv) e de Bruce Willis (Hartigan). Também Benício Del Toro se destaca pelo seu desempenho, notável, entre um elenco de estrelas. Em comum, têm as histórias e as personagens a defesa das mulheres e a cidade da amoralidade, do crime e da corrupção, das putas e dos psicopatas, dos brutamontes e dos heróis (que só o são por uma questão de ponto de vista, narrativo; não passam, afinal, todos de vilões). Não há Bem nem confiança (nem réstia de esperança, há muito perdida), só noite e sangue e morte. Power comes from lying e a sobrevivência é tudo o que ficou.

A acção é explosiva, esteticamente surpreendente e estimulante, resolvendo as tensões do noir ao virar da esquina. O som, a música, pactuam com a irreverente e vertiginosa viagem ao fantástico. O argumento, repleto de humor negro e de narrações memoráveis, sustenta e fundamenta a aparente superficialidade visual, permitindo o trabalho dos actores. Numa só cena, num só filme, confluem-se os estilos inconfundíveis de Miller e Rodriguez. É obra. Sin City - dizem-no e dou-lhes razão - inaugurou um novo e refinado estilo na adaptação de graphic novels ao grande ecrã. Há todo um recente cânone que perpetua o seu estilo e linguagem... Veja-se 300 ou Watchmen. Mas não só. Veja-se, por exemplo, o épico Imortais.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Fórum do CINEROAD




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HOMEM MORTO (1995)

PONTUAÇÃO: BOM
Título Original: Dead Man
Realização: Jim Jarmuch
Principais Actores: Johnny Depp, Gary Farmer, Crispin Glover, Robert Mitchum, John Hurt, Gabriel Byrne, Billy Bob Thornton, Alfred Molina

Comentário: Misto de situações ora caricatas ora mais ou menos insólitas e absurdas, Homem Morto, de Jim Jarmuch, revisita o western, mergulhando-o em poesia, filosofia existencialista e em muito boa comédia; o que resulta num filme estranhíssimo e engraçadíssimo. Delicioso.
[Crítica em Breve]

 

terça-feira, 26 de maio de 2009

DANCER IN THE DARK (2000)

PONTUAÇÃO: MUITO BOM
Título Original: Dancer in the Dark
Realização: Lars von Trier
Principais Actores: Björk, Catherine Deneuve, David Morse, Peter Stormare, Joel Grey, Jean-Marc Barr

Crítica:

DE OLHOS BEM FECHADOS

In a musical, nothing dreadful ever happens.

Dancer in the Dark poderá ficar recordado como uma das mais intensas e genuínas experiências do cinema universal e, em particular, da singular mestria de Lars von Trier.

O filme inicia-se leve, simples e frágil; quase nem parece ter começado, assemelha-se a um documentário de bastidores. Mas uma coisa é certa e garantida: parece real. E esse sentido de realidade vai-nos envolvendo e aprisionando, cada vez mais, na tocante história de Selma, a jovem imigrante checa, mãe e mulher de uma inocência e dedicação extremas. Aos poucos, o drama adensa-se e precipita-se para a tragédia... e assola-nos por inteiro. A dada altura, ou engolimos em seco, petrificados, ou... cedemos às lágrimas, tremulamente agoniados. Porque o filme trespassará largamente a fronteira da comoção; angustiar-nos-á, de tanta crueldade, de tanta injustiça, de tanta revolta... Dancer in the Dark revela-se-nos como uma obra tremenda e derradeiramente forte. Estamos perante o final e queremos que o filme acabe antes do fim, que nem Selma com os musicais que tanto admira. Porque não aguentamos o sacrifício profundo e desconcertante daquela mulher inocente... tanta tortura interior, com a qual tão facilmente nos identificamos em muito graças ao poderoso efeito de real. Face a tão dolorosa realidade, não admira que Selma prefira o canto espontâneo e as danças coreografadas dos musicais, um mundo colorido onde tudo é feliz, a solução escapista capaz de a recompensar com um sorriso. Eis um filme tão perturbador quanto belíssimo, verdadeiramente belo... onde Björk, puramente brilhante, compõe (com pouca margem para equívoco) uma das maiores - senão a maior - interpretação feminina da história do cinema.

Para lá do abismo, o ermo da entrega... na escuridão da Morte. Silêncio...
Para além dela, a redentora e merecida absolvição.
Música!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A PORTA NO CHÃO (2004)

PONTUAÇÃO: BOM
Título Original: The Door On The Floor
Realização: Tod Williams
Principais Actores: Jeff Bridges, Kim Basinger, Jon Foster, Mimi Rogers, Bijou Phillips, Elle Fanning

Comentário: A Porta no Chão é uma delícia irresistível, tão sensual quanto envolvente, tanto nas palavras como nas imagens, como nos sons (que subtil e delicada banda sonora). Excelentes escolhas de casting e grandes desempenhos: Jeff Bridges (magnífico), Kim Basinger, Jon Foster ou a espontânea Elle Fanning irradiam força dramática.

domingo, 24 de maio de 2009

PECADOS ÍNTIMOS (2006)

PONTUAÇÃO: MUITO BOM
Título Original: Little Children
Realização: Todd Field
Principais Actores: Kate Winslet, Patrick Wilson, Jennifer Connelly, Gregg Edelman, Jackie Earle Haley, Noah Emmerich, Phyllis Somerville

Crítica:

O PECADO NÃO MORA SÓ AO LADO

Sem pudores e sem medos, eis um olhar crítico, envolvente e por demais pertinente sobre a sexualidade e as relações humanas, os desejos e as frustrações e a responsabilidade da paternidade numa sociedade assombrada pelos receios e perigos da proximidade com a pedofilia. Certos pecados são irreversíveis. Definem quem somos, onde estamos e para onde vamos. E o tempo não volta atrás.

Melodrama meticuloso, profundamente analítico tanto nos meandros da sociologia como nos recantos sombrios da psicologia (aliás, serve perfeitamente os propósitos desta última), flui tensa e intensamente num argumento muito bem escrito, da autoria de Todd Field; que, magistralmente, realiza também o filme.

Com excelentes desempenhos (Kate Winslet, Patrick Wilson e Jackie Earle Haley), com uma magnífica e subtil banda sonora (Thomas Newman) e com uma sublime fotografia, iluminação e mise en scène (Antonio Calvache)... chega até nós um fascinante e portentoso concentrado de cinema, com um potencial imenso para revitalizar o género. Um filme assombroso.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

KILL BILL - A VINGANÇA (2003, 2004)

PONTUAÇÃO: EXCELENTE
★★★★★
Título Original: Kill Bill
Realização: Quentin Tarantino
Principais Actores: Uma Thurman, Lucy Liu, Vivica A. Fox, Daryl Hannah, David Carradine, Michael Madsen, Julie Dreyfus, Sonny Chiba, Michael Parks, Chiaki Kuriyama

Crítica:

[Sobre o Volume I]

A VINGANÇA SERVE-SE FRIA

Quentin Tarantino concebeu, com perfeição, um filme original, energicamente sublime, misto de registos e referências e tela de grande confluência estética. Uma obra-prima suportada pela magnífica interpretação de Uma Thurman e restante elenco, pela cinematografia primorosa de Robert Richardson e por momentos musicais únicos.

Ao longo do filme, somos assombrados por cenas que jamais esqueceremos, de uma brutalidade crua e derradeiramente estética, ora com humor (por exemplo, a luta inicial entre a Noiva e Vernita Green) ora com verdadeira comoção (por exemplo, a cena em animé). E não posso deixar de destacar outras cenas brilhantes, de magistral orquestração, tais como as das sucessivas lutas finais entre a protagonista, O-Ren e respectivo gangue. Banho de sangue, mas banquete do mais fresco e refrescante cinema. O argumento constitui um exercício de muito boa escrita, criteriosamente estruturado e preenchido com os mais eloquentes diálogos. O filme revela ainda consciência ficcional, sendo objecto de si próprio e de manipulação estética (por exemplo: os sons que censuram a prenunciação do nome Beatrix ou a pronta sinalização do algarismo "2", falha voluntária que legenda o separador que introduz o capítulo primeiro).

Em suma: um título absolutamente essencial para todos os amantes maiores da arte do cinema.

[Em breve, constará nesta ficha uma nova crítica, que dirá respeito ao filme por inteiro, aos dois volumes lançados individualmente]

quinta-feira, 21 de maio de 2009

As Crónicas de Calcifer (4) - Agora é que o verniz estalou... BASTARDS!

Ui, ui, ui...
Agora é que o verniz estalou.
Quentin Tarantino, realizador de
Pulp Fiction, estreou o seu Inglorious Basta/erds em Cannes.
Como já se sabe, as críticas foram muito divididas. Muuuito divididas. De extremos.
E como aqui o Calcifer sabe, críticas divididas dão muuuito que falar. E muuuito que falar é uma coisa que aqui o Calcifer, incontornavelmente, adora fazer.
Ora, não foi Tarantino - sempre - um homem a quem a controvérsia amou dar a mão (perdão, o braço)?
He's Back. E preparem os vossos fóruns, caríssimos cinéfilos, pois o filme chegou para criar muuito debate. Muito. Vai ser um sucesso. Já imagino as páginas de muitos sites e blogues manchadas com discussões intermináveis. E já conhecem os meus dotes de adivinho.

Ou muito me engano ou este filme vai ser mais uma prova para sustentar a minha (cada vez mais acérrima) opinião sobre a manificência (cof cof) tarantinesca.

Volto um dia destes!

AS CRÓNICAS DE CALIFER. A ironia, a sátira, o humor.
Nota: o conteúdo destas «Crónicas de Calcifer» não expressa, necessariamente, as opiniões e interesses do autor deste blog.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

NA AMÉRICA (2002)

PONTUAÇÃO: MUITO BOM
Título Original: In America
Realização: Jim Sheridan
Principais Actores: Paddy Considine, Samantha Morton, Sarah Bolger, Emma Bolger, Neal Jones, Randall Carlton, Ciaran Cronin, Djimon Hounsou

Crítica:

A TERRA DOS SONHOS

Inesperadamente, o filme vem... E, de surpresa, toma-nos de arrombo, desmascara-nos por inteiro. Põe-nos face a dolorosas evidências, arranca-nos tantas e tão verdadeiras lágrimas que, às tantas... não é possível e também não queremos escapar à sua importante lição de humanidade. Como ultrapassar a morte, a perda de um ente muito querido, e... continuar em frente? Recomeçar? Como?
O tão pessoal filme de Jim Sheridan é um prodígio de sinceridade, comoção e ternura, uma explosão de sentimentos genuínos, edificado sobre sólidas interpretações: Paddy Considine, Samantha Morton, as irmãs Bolger ou Djimon Hounsou, todos eles magníficos. Que filme extraordinário, que filme apaixonante.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

MULHOLLAND DRIVE (2001)

PONTUAÇÃO: MUITO BOM
Título Original: Mulholland Dr.
Realização: David Lynch
Principais Actores: Naomi Watts, Laura Elena Harring, Ann Miller, Justin Theroux, Dan Hedaya, Robert Forster, Lee Grant, Chad Everett, Billy Ray Cyrus
Crítica:

NO HAY BANDA!


A cena do anfiteatro é por demais reveladora. Diane pode estar a sonhar e perceber aqui que está morta. Esta é a interpretação mais comummente aceite. Por mim também. Todavia, partilho uma outra: estamos perante uma obra puramente inorgânica (no sentido de Bürger*), um filme consciente de si próprio enquanto construção ficcional. Por isso, renega qualquer sentido. Nenhum filme é mais verdadeiro por fazer sentido; na verdade, todo o filme que faz sentido só o faz por convenção. Um filme nada mais é do que artifício, representação. É isto que se revela na cena central do anfiteatro: a chave entra no cubo - o sentido do filme é a sua falta de sentido. Na verdade, no hay banda! Nem tão-pouco a llorona que canta. O mundo do filme é o mundo da ficção. E, se por acaso emociona, é pela ilusão ou simulação de realidade.

Se a atitude da obra se reger pela auto-aceitação deste princípio, e não tiver que obedecer a toda uma lógica mimética e orgânica e à partida associável à realidade, estaremos então num mundo onde tudo é possível, onde nada se deve ao sentido... estamos, por isso, num mundo de sonhos. É esse o universo de Lynch. A confluência entre linhas diegéticas, com a coincidência de actores na representação dos seus protagonistas, resulta numa confusão onírica, que de realidade tem muito pouco. E, nessa dimensão de sonhos, a narrativa parece tomar um rumo livre, involuntário e libidinoso, desprendido de recalcamentos sexuais.

Naomi Watts e Laura Elena Harring lideram este pesadelo de contornos tão bizarros quanto estranhíssimos, mergulhadas em técnica brechtiana. No final, volta-se ao anfiteatro para se cantar... Silêncio... e o pesadelo está, enfim, terminado. Um filme brilhante.

[A crítica continua, brevemente]


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*Bürger, A Teoria da Vanguarda

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Que 5 filmes levarias para uma ilha deserta?

Uma ilha deserta, mas com leitor de DVDs e Ecrã dos grandes, claro!
Desta vez, e porque só faz bem, dou azo a uma brincadeira assim mais para o infantil, lançando um desafio: se, para o resto das vossas vidas, fossem viver para uma ilha deserta e só pudessem levar 5 filmes convosco, quais levariam?

(Reparem que disse "para o resto das vossas vidas", por isso sigam o meu conselho e levem um filme para tudo! Rir, chorar, pensar, etc., etc.!)

Vão ver que vai ser muuuuito difícil! E irão achar certamente curiosas as escolhas dos outros visitantes!
Se depois quiserem justificar as vossas escolhas, estejam à-vontade!

A MINHA LISTA:
O Senhor dos Anéis
Titanic
Clube de Combate
Um Sonho Encantado
E (só?) porque foi o último filme que me deliciou completamente e no qual não páro de pensar...
Um Longo Domingo de Noivado

sexta-feira, 8 de maio de 2009

DELICATESSEN (1991)

PONTUAÇÃO: BOM
Título Original: Delicatessen
Realização: Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro
Principais Actores: Dominique Pinon, Pascal Benezech, Marie-Laure Dougnac, Rufus

Crítica: Delicatessen é um filme hilariante, repleto de grandes e genuínos momentos de cinema, magnificamente fotografado (Darius Khondji), que encontra no bizarro o seu estilo próprio. Seria, todavia, um filme muito bom caso beneficiasse de uma história bem contada... o que não é notoriamente o caso. E é pena, porque tinha tudo para isso. É tecnicamente impecável, riquíssimo em personagens e em pormenores imaginativos, mas que acaba por não ser perfeitamente funcional no seu todo.


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CINEROAD ©2020 de Roberto Simões