★★★★
Título Original: The Phantom of the OperaRealização: Joel Schumacher
Principais Actores: Gerard Butler, Emmy Rossum, Patrick Wilson, Alan Cumming, Minnie Driver, Miranda Richardson, Ciaran Hinds, Simon Callow, James Fleet, Victor McGuire, Jennifer Ellison
Crítica:
A BELA E O MONSTRO
Masquerade! Every face a different shade.
Masquerade! Look around, there's another mask behind you!
Masquerade... paper faces on parade. Masquerade...
hide your face, so the world will never find you...
Masquerade! Look around, there's another mask behind you!
O Fantasma da Ópera, a versão cinematográfica do musical mais aplaudido de sempre, genialmente recriado por Andrew Lloyd Webber a partir do pequeno conto de Gaston Leroux, é uma obra de requintada beleza, de majestosos e imponentes cenários. Toda a direcção artística é exímia na exaltação da excelência (Anthony Pratt, Celia Bobak). É um desfile faustoso e luxuoso, de ricos, elegantes e opulentos figurinos (Alexandra Byrne). É como um postal ilustrado, esplendorosamente vivo a preto e branco ou a cores, magnificamente fotografado e iluminado pelo mestre John Mathieson. Os eruditos temas musicais, originais do compositor, emanam amor, ódio e tragédia, assim como dão conta, tão poeticamente, as melódicas letras de Charles Hart. No meio de tantas e tão graciosas qualidades e virtudes, pouco faltou para eternizar este O Fantasma da Ópera, de um candor mágico e profundamente romântico, como um verdadeiro e triunfal clássico absoluto.
Toca o macaquinho de corda a sua música triste e lembramos, imediatamente, a solidão daquela alma abandonada às atracções do circo, à humilhação da troça e do riso. O Filho do Diabo, vendiam-no. Condenado a uma existência fantasmagórica, o rapaz refugiou-se nos labirínticos e misteriosos calabouços do teatro parisiense, entre ratos, teias e esgotos. Cresceu um génio: um compositor, um arquitecto, um ilusionista, um louco. Anos mais tarde, o Fantasma (Gerard Butler) foi o mestre de Christine (Emmy Rossum), desde os tempos em que pequena ficou órfã e entregue à trupe residente de artistas. Ao escutar-lhe a voz paternal, Christine sempre o imaginou como um guia ou como a alma do pai, que jamais a teria abandonado.
A escuridão do Inferno alimentou um homem autoritário e caprichoso, possessivo e obsessivo nas suas ilusões de amor. A sua paixão por Christine não é igualmente correspondida e quando surge o novo patron da Opera, o jovem e atraente Vicomte Raoul de Chagny (Patrick Wilson), formula-se um triângulo amoroso que poderá conduzir o destino do teatro às mais trágicas consequências.
Night-time sharpens, heightens each sensation...
Darkness stirs and wakes imagination...
Silently the senses abandon thier defences...
Slowly, gently night unfurls its splendour...
Grasp it, sense it - tremulous and tender...
Turn your face away from the garish light of day,
turn your thoughts away from cold, unfeeling light
and listen to the music of the night...
Close your eyes and surrender to your darkest dreams!
Purge your thoughts of the life you knew before!
Close your eyes, let your spirit start to soar!
And you'll live as you've never lived before...
Darkness stirs and wakes imagination...
Silently the senses abandon thier defences...
Slowly, gently night unfurls its splendour...
Grasp it, sense it - tremulous and tender...
Turn your face away from the garish light of day,
turn your thoughts away from cold, unfeeling light
and listen to the music of the night...
Close your eyes and surrender to your darkest dreams!
Purge your thoughts of the life you knew before!
Close your eyes, let your spirit start to soar!
And you'll live as you've never lived before...
Toca o macaquinho de corda a sua música triste e lembramos, imediatamente, a solidão daquela alma abandonada às atracções do circo, à humilhação da troça e do riso. O Filho do Diabo, vendiam-no. Condenado a uma existência fantasmagórica, o rapaz refugiou-se nos labirínticos e misteriosos calabouços do teatro parisiense, entre ratos, teias e esgotos. Cresceu um génio: um compositor, um arquitecto, um ilusionista, um louco. Anos mais tarde, o Fantasma (Gerard Butler) foi o mestre de Christine (Emmy Rossum), desde os tempos em que pequena ficou órfã e entregue à trupe residente de artistas. Ao escutar-lhe a voz paternal, Christine sempre o imaginou como um guia ou como a alma do pai, que jamais a teria abandonado.
Your/My spirit and my/your voice in one combined
The Phantom of the Opera is there...
Inside my/your mind...
The Phantom of the Opera is there...
Inside my/your mind...
A escuridão do Inferno alimentou um homem autoritário e caprichoso, possessivo e obsessivo nas suas ilusões de amor. A sua paixão por Christine não é igualmente correspondida e quando surge o novo patron da Opera, o jovem e atraente Vicomte Raoul de Chagny (Patrick Wilson), formula-se um triângulo amoroso que poderá conduzir o destino do teatro às mais trágicas consequências.
Past the point of no return
No going back now.
No going back now.
Pouco faltou para eternizar este O Fantasma da Ópera, de um candor mágico e profundamente romântico, como um verdadeiro e triunfal clássico absoluto, dizia inicialmente. Nem me refiro tanto à realização (é claro que um Scorsese na realização, por exemplo, faria toda a diferença). Penso que Joel Schumacher, intimamente aliado à visão de Lloyd Webber, esteve à altura do seu papel. Há sequências extremamente bem filmadas e conseguidas, como aquela primeira transição do preto e branco para a cor, em que o grandioso lustre retorna ao etéreo tecto do teatro e voltamos à fascinante Opera Populaire de 1870, ou aquela sonante e emocionante Music of the Night sobre o nevado telhado do edifício, antecedendo o primeiro beijo, ou aquele extraordinário e dourado Baile de Máscaras, que enche o olho e o ecrã de exuberância e espectáculo, ou mesmo aquele lirismo gótico da cena no cemitério.
Refiro-me, claro está, às escolhas do elenco. Para um musical funcionar em pleno, no apogeu da sua graça, não basta saber cantar lindamente. É preciso saber representar, por forma a conferir força, emotividade e, quando muito, autenticidade à narrativa. Neste O Fantasma da Ópera acontece que temos, numa mão, um elenco secundário extremamente convincente e apaixonante (Miranda Richardson, eterna conhecedora dos segredos do fantasma, Ciarán Hinds e Simon Callow, como a nova dupla de proprietários do teatro, Kevin McNally como técnico alcoolizado e sobretudo a inesquecível Minnie Driver como a hilariante e tempestiva prima dona La Carlotta; curiosamente, a única que não cantou verdadeiramente no filme) e, noutra, um elenco principal impensável: Patrick Wilson não está brilhante, mas ainda assim representa, agora Gerard Butler e Emmy Rossum... Emmy Rossum, quando canta, esquece-se de representar, simplesmente. Pedia-se mais do que uma voz e de que um rosto angelicais. E Butler pouco mais ou menos, rasgando as melodias com agressividade, perturbando a sublime harmonia das composições de Webber. Que escolhas lamentáveis, que pena. Tivesse o casting encontrado o casal ideal e que extraordinário filme teria sido este O Fantasma da Ópera. Ainda assim, que musical deslumbrante.
Refiro-me, claro está, às escolhas do elenco. Para um musical funcionar em pleno, no apogeu da sua graça, não basta saber cantar lindamente. É preciso saber representar, por forma a conferir força, emotividade e, quando muito, autenticidade à narrativa. Neste O Fantasma da Ópera acontece que temos, numa mão, um elenco secundário extremamente convincente e apaixonante (Miranda Richardson, eterna conhecedora dos segredos do fantasma, Ciarán Hinds e Simon Callow, como a nova dupla de proprietários do teatro, Kevin McNally como técnico alcoolizado e sobretudo a inesquecível Minnie Driver como a hilariante e tempestiva prima dona La Carlotta; curiosamente, a única que não cantou verdadeiramente no filme) e, noutra, um elenco principal impensável: Patrick Wilson não está brilhante, mas ainda assim representa, agora Gerard Butler e Emmy Rossum... Emmy Rossum, quando canta, esquece-se de representar, simplesmente. Pedia-se mais do que uma voz e de que um rosto angelicais. E Butler pouco mais ou menos, rasgando as melodias com agressividade, perturbando a sublime harmonia das composições de Webber. Que escolhas lamentáveis, que pena. Tivesse o casting encontrado o casal ideal e que extraordinário filme teria sido este O Fantasma da Ópera. Ainda assim, que musical deslumbrante.
Masquerade... paper faces on parade. Masquerade...
hide your face, so the world will never find you...
