quinta-feira, 3 de abril de 2014

DIA DA INDEPENDÊNCIA (1996)

 PONTUAÇÃO: RAZOÁVEL
★★★
Título Original: Independence Day
Realização: Roland Emmerich
Principais Atores: Will Smith, Jeff Goldblum, Bill Pullman, Randy Quaid, Judd Hirsch, Vivica A. Fox, Margaret Colin, James Duval, Mary McDonnell, Robert Loggia, Adam Baldwin, Harvey Fierstein

Crítica:

O ATAQUE ALIENÍGENA

 That's what I call a close encounter.

O cinema também anuciou, em meados dos anos 90 do século XX e de forma tão marcante, a globalização ao mundo. Dia da Independência, mega blockbuster de Hollywood, é disso um caso inequívoco: a ação é global. A invasão extraterrestre revela-se uma ameaça massiva, destrutiva, capaz de exterminar da face da Terra toda a Humanidade, alheia a culturas ou a civilizações.

É, Dia da Independência, um triunfo? É. $817,400,891, worldwide. Triunfa o espetáculo imagético, inesquecível - a imponente, negra e flutuante nave sobre as cidades ou sobre a Casa Branca sobressai de entre as memórias do filme. Há, por isso, shots memoráveis. As criações da direção artística são assombrosas e a fotografia deslumbra a espaços - os efeitos especiais, qual som, potenciam a beleza e a alucinante experiência. A ação é explosiva, plena de adrenalina. Ecoa Spielberg, Lucas. Ecoa John Williams na enérgica banda sonora de David Arnold. O entretenimento está, pois, assegurado. Emmerich pega nas naves dos filmes de série B e eleva-as ao mais espetacular e mainstream dos filmes.

Peca pela duração excessiva ou pela leveza com que aborda a tragédia, faltando-lhe, às tantas, uma maior maturação dos episódios. Sucedem-se os lugares comuns. Não há personagens modeladas (a melhor, ainda assim, é a do presidente Whitmore, de Bill Pullman). Will Smith e Jeff Goldblum partilham um protagonismo superficial, alternando o bom humor com o elenco secundário (Randy Quaid, Judd Hirsch).

Quando nos apercebemos, contudo, que os americanos é que sabem e que os americanos é que descobrem os melhores meios e técnicas para destruir os invasores, apercebemo-nos de que o filme vende por demais a bandeira e a liderança americana a todo o planeta. Cai por terra aquele ideal de globalização que o filme parece abraçar inicialmente, sobrepondo-se o ego americano, irresistível a tanto do seu cinema comercial. Mas enfim, esta é uma questão secundária, de abordagem. O filme não é sobre a globalização, é sobre o ataque alienígena. Nesses termos, o filme faz-nos voar no imaginário, no nosso e no da visão de Emmerich, o que é meritório. Agradou exponencialmente a milhares e milhares de espetadores, marcou um tempo. Por isso, missão cumprida; apesar dos - para mim, detetáveis - desequilíbrios.


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CINEROAD ©2020 de Roberto Simões