★★★★★
Título Original: 2001: A Space OdysseyRealização: Stanley Kubrick
Principais Actores: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester
Crítica:
A INTEMPORAL HISTÓRIA DO HOMEM
De uma genialidade arrepiante e visualmente espectacular (note-se a sofisticação dos efeitos especiais ou a beleza hipnótica da fotografia), 2001: Odisseia no Espaço é, meritoriamente, uma das maiores obras-primas da História do Cinema.
A realização de Kubrick é uma assombrosa revolução estética, por meio da qual é alcançada a pureza da poesia, não em palavras, mas em imagens e em sons. E quando o autor prescinde do silêncio cósmico e do tão profético quanto alegórico-filosófico argumento (escrito a duas mãos entre Kubrick e Arthur C. Clarke) e recorre então à música, os temas de Richard Strauss (Also Sprach Zaratustra), Johann Strauss (An der schönen blauen Donau) e de Gyorgy Ligeti (Lux Aeterna e Requiem) eternizam-se na vastidão da imagem e do tempo. Os ângulos que a câmara de Kubrick escolhe para filmar são radicalmente perfeitos. O design dos cenários e dos elementos decorativos é vanguardista e profundamente inspirador.
2001: Odisseia no Espaço é, enfim, um autêntico universo paralelo, rico em significados, mistério e metafísica. Da evolução à inteligência artificial, é uma experiência artística ímpar e um exercício de reflexão derradeiramente importante. Se alguma vez houve Deus, este foi, certamente, o filme que mais se lhe aproximou.
A INTEMPORAL HISTÓRIA DO HOMEM
De uma genialidade arrepiante e visualmente espectacular (note-se a sofisticação dos efeitos especiais ou a beleza hipnótica da fotografia), 2001: Odisseia no Espaço é, meritoriamente, uma das maiores obras-primas da História do Cinema.
A realização de Kubrick é uma assombrosa revolução estética, por meio da qual é alcançada a pureza da poesia, não em palavras, mas em imagens e em sons. E quando o autor prescinde do silêncio cósmico e do tão profético quanto alegórico-filosófico argumento (escrito a duas mãos entre Kubrick e Arthur C. Clarke) e recorre então à música, os temas de Richard Strauss (Also Sprach Zaratustra), Johann Strauss (An der schönen blauen Donau) e de Gyorgy Ligeti (Lux Aeterna e Requiem) eternizam-se na vastidão da imagem e do tempo. Os ângulos que a câmara de Kubrick escolhe para filmar são radicalmente perfeitos. O design dos cenários e dos elementos decorativos é vanguardista e profundamente inspirador.
2001: Odisseia no Espaço é, enfim, um autêntico universo paralelo, rico em significados, mistério e metafísica. Da evolução à inteligência artificial, é uma experiência artística ímpar e um exercício de reflexão derradeiramente importante. Se alguma vez houve Deus, este foi, certamente, o filme que mais se lhe aproximou.
"Em construção" é um termo cabível para descrever como o filme cresce com o tempo. Misterioso e fascinante.
ResponderEliminarGUSTAVO: [Em construção] significa que a crítica será publicada em breve e que está a ser elaborada. Não se refere directamente ao filme em questão; daí os parênteses rectos.
ResponderEliminarNão sei se o filme cresce com o tempo, talvez o faça em alguns aspectos, mas o filme é, como agora digo na crítica, um autêntico universo. Como dizes, e bem, misterioso e fascinante. Um dos melhores filmes de sempre.
Cumps.
Filipe Assis
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Obra-prima.
ResponderEliminarÉ mesmo um filme excelente em todos os sentidos. E com o tempo tenho-o apreciado ainda mais.
ResponderEliminarBjs
eu ainda não o vi,nem a nenhuma obra de Kubrick,com muita pena minha.
ResponderEliminarmas uns sinceros parabéns pela soberba crítica.
abraço
Eu sou daqueles que terá que partilhar de uma opinião menos eufórica. Se é verdade que lhe reconheço muitas qualidade nomeadamente a nível visual é-me impossível não considerar que a narrativa se torna demasiado lenta.
ResponderEliminarTal facto vai diminuindo a minha apreciação do filme.
Abraço
ÁLVARO MARTINS: Maior.
ResponderEliminarGEMA: Em todos mesmo.
JACKIE BROWN: Muito, muito obrigado pelo elogio. Tens que ver. É ... genialmente fascinante. E, na minha opinião, um dos maiores maiores filmes de sempre.
FIFECO: O cinema não descende só da literatura. É literatura, é imagem, é som. É, pelo menos, maior em todas essas 3 componentes, e não podemos analisar um filme à luz da sua narrativa, apenas. Considero essa análise redutora. O argumento é muito, muito importante, mas às vezes chega-nos por meio de imagens, de sons, e não só de palavras. É o caso. 2001 é grande a nível visual, mas também visualmente narra a história. Não nego que o ritmo da narrativa seja lento, mas isso não é necessariamente mau. E aqui não é de certeza, de acordo com a minha opinião.
Cumps.
Filipe Assis
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Sim, é certo que o cinema não é só literatura. Eu sou um dos primeiros a afirmar isso mesmo. Mas se um das componentes vai falhando como quanto a mim foi o caso, não posso ignora-la em detrimento dos outros aspectos. Para uma obra ser perfeita (ou excelente) terá que ter uma harmonia muito considerável entre os níveis qualitativos a nível extremamente positivo entre todos os aspectos mencionados. Para mim 2001 não atingiu esse equilíbrio. Para ti atingiu. Respeito isso mas posso não concordar.
ResponderEliminarFIFECO: Então é precisamente isso :) e estamos entendidos.
ResponderEliminarCumps.
Filipe Assis
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Eu só pretendo acrescentar um pouco àquilo que já foi aqui dito. Faço já a ressalva que sou um seguidor do Kubrick, vi tudo o que há para ver, incluindo alguns dos menos conhecidos (muito antes do spartacus e paths of glory). Para começar a narrativa do 2001 tem de ser lenta, só assim faz sentido, como filme metafísico, alegórico e claustrofóbico, para cativar o espectador é necessário dar-lhe tempo para digerir toda a relação música-imagem. para além disso é um filme que, de uma forma brutal, nos mostra a evolução do ser humano, no seu âmbito tecnológico e filosófico. Aliás esta ligação é soberbamente explorada no filme. Kubrick, com o 2001 não fez somente um filme, fez história, encaixou milhares de anos de evolução num único filme.
ResponderEliminarLADY ON THE RADIATOR: Subscrevo-te, inteiramente.
ResponderEliminarCumps.
Filipe Assis
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Considero este um dos filmes mais corajosos jamais feitos, pela primeira vez o espaço foi filmado como realmente é, silencioso. O aspecto visual de um filme ganha aqui toda uma nova perspectiva. No entanto devo confessar que me é difícil ver este filme, a narrativa arrasta-se demasiado e embora o considere um grande filme, nunca estará entre as minhas preferências pessoais.
ResponderEliminarAbraço
ADDCRITICS: «Corajoso» também é um bom adjectivo para caracterizar esta ambiciosa e tão original obra. Eu por acaso adoro ritmos lentos se bem suculentos e como para mim é o caso, o filme entrou directamente (por tantos outros motivos também, é certo) para o meu top pessoal.
ResponderEliminarCumps.
Filipe Assis
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Estou um pouco com o Fifeco. O filme é tremendamente forte no visual, mas em termos de narrativa, especialmente na segunda parte, torna-se demasiado cansativo, infelizmente. Digo-te mesmo que na primeira hora não me cansou, até estava gostando e apreciando as belas cenas lentas no espaço, na nave tão bem conjugadas com os sons e as músicas. Depois e em particular numa segunda fase da película tendo como base a missão a Júpiter, torna-se demasiado lento, penoso e cansativo a níveis de desenvolvimento. Até aqui a banda sonora desaparece, ainda que percebo a intenção que resulta bem numa primeira e segunda cenas, depois vai-se tornando muito, exageradamente lento, subjectivo e até confuso.
ResponderEliminarAo contrário e a título de exemplo, acho a sequência inicial dos macacos equilibrada e doseada correctamente. Gostei bastante.
Enfim, o tema agrada-me, a mensagem é sublime e intemporal, as interpretações são várias e aí reside porventura a qualidade, mas para níveis mais "terrenos", mais equilibrados, para mim não funciona. Pelo menos no que eu gostaria. Ainda assim é inegável, filme de enorme valor técnico e visual, que apesar de tudo incutiu-me fascínio. Já não é pouco.
abraço
JORGE: Estou morto de saudades deste filme, tenho de revê-lo e escrever uma nova crítica. Mas não percebo como pode alguém negar-lhe a excelência e a genialidade do todo. É, provavelmente, o melhor filme de sempre, ou um dos mais habilitados ao título. Não consigo apontar-lhe defeitos.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Pois eu diria que a desilusão passa pela pouca capacidade de entretenimento que possui, pelo menos a nível pessoal. Isto não quer dizer que não reconheça as suas qualidades, imensas, e que no seu todo constitua de facto uma obra de grande valor.
ResponderEliminarMas lá está, para mim, falha no aspecto de entretenimento, que é sempre necessário para se atingir depois outras etapas, nomeadamente de valores artísticos. Aqui tem-nos imensos, sem dúvida, mas falta-lhe mais equilíbrio narrativo.
Contudo, e dado o fascínio que fiquei, irei certamente revê-lo e, porventura, nunca se sabe posso mudar de opinião. Não estará muito longe disso, arrisco.
abraço
JORGE: Pois, não sei bem o que dizer quando te referes ao "entretenimento". Não sei mesmo que expectativas tinhas em relação ao filme. O filme toca a transcendência por meio da metafísica, da reflexão filosófica. Não é, propriamente, e aos olhos do conceito contemporâneo, uma obra de entretenimento.
ResponderEliminarTambém não estou de acordo em relação ao desiquilíbrio narrativo...
Ou temos opiniões distintas ou então faltar-te-á superar a frustração das expectativas e encarar e considerar a obra por aquilo que ela é e não por aquilo que esperavas que fosse.
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Entretenimento enquanto capacidade de nos manter atentos e cativados por o que se está a ver. Depende como é óbvio da pessoa. Não me estava a referir a conceitos actuais de acção e constante dinâmica.
ResponderEliminarNão será tanto desequilíbrio narrativo, é mais o extremismo, o exagero na lentidão, na ausência de falas, sons ou música. Carece de equilíbrio. Isto claro para os meus padrões, nesse aspecto de facto se afasta.
E não é uma questão de expectativas, ao contrário do que é costume, porque já tinha lido umas coisas e estava até algo receoso.
Diria que passa mais para o que é comum dizer-se de Kubrick, primeiro estranha-se e depois entranha-se. Espero bem que seja assim...até porque até à data as obras que menos gostei são as melhores segundo a generalidade.
abraço
JORGE: Suponho então que estejas na fase do estranhamento! ;D
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Bom revi o filme quase na sua totalidade e tenho a dizer que melhorou um pouco na minha apreciação. Ainda considero demasiado parado em determinados momentos, que quebram o ritmo ou exageram no mesmo. Ainda assim considero uma obra interessantíssima e essencial. Uma experiência visual e musical poderosa. Aí reconheço e gosto.
ResponderEliminarComeço também a entranhar-me mais na sua dimensão que é algo cíclica, redonda e harmoniosa. Até o efeito lento da narrativa e dos movimentos associados se pode explicar pela força da gravidade. Interessante sem dúvida.
abraço
JORGE: Primeiro estranha-se...
ResponderEliminarAinda hás-de vir a gostar mais deste filme, certamente ;D
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
É um filme que dispensa maiores elogios. É um dos meus top 10 de todos os tempos. Sempre que passo aos meus alunos adolescentes eles ficam impactados, sinal de que algo do filme foi uma descoberta para eles.
ResponderEliminarENALDO: Também figura no meu top (como poderia não figurar), para mim um dos melhores filmes de sempre, senão o melhor.
ResponderEliminarRoberto Simões
CINEROAD