Realização: Richard Kelly
Principais Actores: Jake Gyllenhaal, Jena Malone, Mary McDonnell, Drew Barrymore, Patrick Swayze, Holmes Osborne, Katharine Ross, Noah Wyle, James Duvall, Patience Cleveland, Beth Grant, Maggie Gyllenhaal
Versão do Realizador
Crítica:
Não admira que num filme sobre viagens no tempo abundem os travellings - pairando sobre os espaços e sobre as personagens - e que a manipulação do tempo se exerça das mais variadas formas, nomeadamente através de time lapse e de recorrentes slow motion. É assim em Donnie Darko - um pequeno filme indie de baixo orçamento mas com um potencial de proporções cósmicas - provavelmente por isso e cinematograficamente falando, o maior fenómeno de culto da primeira década do século XXI. É, sob os mais variadíssimos prismas, um objecto absolutamente singular: é de 2001, mas a acção passa-se nos anos 80 e todo filme - à excepção dos avançados efeitos especiais que às tantas irrompem pelo ecrã - aparenta, efectivamente, ser um filme dos anos 80: tanto pela fotografia, como pelo guarda-roupa, pelos automóveis, pela cenografia ou pela decoração. Para o espectador, e logo à primeira vista, portanto, a viagem no tempo acontece - a nível visual. Mas também a nível sonoro, ou não avançasse a narrativa ao som das bandas da época (de Head Over Heels dos Tears for Fears a Notorious dos Duran Duran ou a Love Will Tear Us Apart dos Joy Division).
Donnie Darko é um filme sobre viagens no tempo, mas é sobretudo um filme sobre a adolescência - poderá não ter sido feito, exclusivamente, para adolescentes, mas reúne todos os temas que os seduzem e fascinam, permitindo a identificação imediata com o protagonista e marcando inevitavelmente a geração que cresceu com o filme - o que justifica, em grande parte, o facto de terem sido sobretudo os adolescentes a cultuar a obra, desde a sua estreia, elevando-a à notoriedade inegavelmente alcançada nos dias de hoje. Alheando-nos do fenómeno, descortinemos os méritos da obra.
A adolescência é, por definição, a fase de transição da infância para a idade adulta, onde cada ser humano procura o seu lugar no mundo, indagando a existência. É um tempo de indefinição e insegurança, de reflexão e vivência interior, de comparação, de transformação, de revolta, desafio e choque de gerações e, por isso, de alguma alienação (que os próprios confundem, muitas vezes, com abandono e solidão).Donald Donnie Darko é, neste sentido, um puro adolescente. O facto de ser malcriado com os pais e de contestar a hipocrisia e fundamentalismo de alguns professores conservadores (como é o caso da púdica e irritante Kitty Farmer de Beth Grant, discípula do guru da moral e dos bons costumes Jim Cunningham, interpretado por Patrick Swayse, sempre a pregar ao mundo a sua filosofia de algibeira sobre o medo e o amor, alertando para os grandes perigos da adolescência: o álcool, as drogas e o sexo pré-marital e, afinal, um pedófilo encoberto) até que é enquadrável e identificável entre os comportamentos característicos da sua idade. Sofre de bullying como muitos dos seus pares, talvez domine a genealogia dos Estrunfes melhor do que eles.
Todavia, Donnie manifesta assustadoras particularidades: é sonâmbulo, tem problemas emocionais e sofre de surtos psicóticos que o levam à piromania, à delinquência e, inevitavelmente, à psicoterapia. Quando começa a alucinar com um demoníaco coelho gigante, de nome Frank, que o adverte do fim do mundo e que o leva a cometer os mais inesperados actos de vandalismo, o seu quadro clínico agrava-se, pintando-o como paranóico e próximo da esquizofrenia. A hipnose tentará decifrar o intricado quebra-cabeças que é a sua existência enquanto que nós, espectadores, completamente reféns da história e siderados pelo magnetismo das imagens, tentaremos seguir as pistas lançadas, conjugando-as na esperança de resolvermos, também nós, o puzzle. Não obstante, quanto mais informações somarmos, maior a nossa confusão, o nosso desnorte, e... o nosso fascínio. Em Jake Gyllenhaal reside a razão da nossa persistência e da nossa não-cedência à frustração de nos sentirmos, às tantas e afinal de contas, inteiramente perdidos. Não admira que Donnie Darko o tenha catapultado para o estrelato. Gyllenhaal é incrivelmente soberbo na sua interpretação, transbordando pelo olhar e pelo sorriso - e que olhar, e que sorriso - toda a complexidade interior da sua personagem: neles vemos o seu lado de menino, ternurento e inocente, e o seu lado malicioso, perturbado e terrível. Tão depressa nos colocamos na sua pele como na pele dos pais e dos que estão à sua volta - tão depressa somos o monstro como a vítima. Por isso, não desistimos de tentar entendê-lo: queremos acreditar na sua redenção... e, simultaneamente, sentindo o perigo que é e representa, prevemos-lhe o pior e mais trágico dos desfechos. O tempo urge e o apocalipse aproxima-se. Até lá, Donnie fará tudo o que é dito proibido, como que num ritual de afirmação: ingerirá bebidas alcoólicas, consumirá drogas e praticará sexo antes do casamento. A morte está perto e não vai morrer na ignorância.
Muitas são as leituras plausíveis e possíveis, o que muito diz deste diamante artístico. A sátira às famílias da classe média americana dos anos 80 - cujo modelo ainda encontramos na actualidade e em demasia - é evidente: a família Darko é claramente uma família disfuncional, por mais que tendemos a encará-la como normalizada, se exceptuarmos o caso crasso de Donnie. O pai é um elemento passivo, que não manifesta a sua autoridade, que não impõe limites - antes se ri das asneiras dos filhos, sem os corrigir, sem os chamar à atenção, chegando muitas vezes a encorajá-los. O pai é como mais uma criança naquela casa. A mãe, sempre muito bem maquilhada e penteada, aparenta ter a família perfeita, mas é mais um ser passivo, que vê a vida passar-lhe à frente sem a agarrar: Donnie chama-a cabra e ela resigna-se. Amar um filho não é só sustentá-lo. É educá-lo. E educá-lo não é só ser permissivo. Isso é preguiça, irresponsabilidade e negligência. Amá-lo e educá-lo é ser activo na relação com ele, mimando-o mas também repreendendo-o - sempre que necessário. Saber dizer não, saber fazer cara feia, saber castigar. Só o equilíbrio destas duas forças resultará num indivíduo estruturado, mais seguro, mais forte e independente - não centrado em si próprio, mas aberto de si para o mundo. Pai e mãe não sabem o filho que têm, sabem o filho que imaginam. Essa ausência de essência na relação entre eles traduz-se numa carência afectiva que é, seguramente, a base da instabilidade emocional de Donnie. Lembro que Donnie e a irmã (Maggie Gyllenhaal, irmã real do protagonista) organizam uma rave de Halloween em casa, sem que os pais alguma vez sonhem! Donnie tem, nomeadamente, acesso à arma de fogo dos pais... Isto são tudo menos coisas de uma família funcional, dita normal. A frase da professora Karen de Drew Barrymore remata, a respeito e da melhor forma possível, este parágrafo: the children have to save themselves these days because the parents have no clue.
Frank, o coelho, representa a Morte e reflecte os abismais receios de Donnie, motivando o seu auto-questionamento. Quando Donnie lhe pergunta: Why are you wearing that stupid bunny suit?, a fantasia reposiciona-o: Why are you wearing that stupid man suit? Numa leitura mais gnóstica e esotérica, Frank - a voz que o leva pelo caminho do Mal - representa Satanás. Donnie Darko é o seu profeta e por isso se acha tão especial. É claro que a maioria dos adolescentes se acha especial, mas Donnie acha-se o Super-Homem, o Anticristo. A referência a Nietzsche é evidente. Não admira, ele tem visões que mais ninguém tem. Por isso, quando a enamorada Gretchen de Jena Malone lhe diz Donnie Darko. What the hell kind of name is that? It's like some sort of superhero or something, o rapaz responde-lhe, prontamente: What makes you think I'm not?
Na aulas, lêem The Destructors de Graham Greene, onde se podem ler coisas como destruction is a form of creation. Tudo aquilo com que Donnie contacta tem sérias implicações e influências no seu imaginário e na sua psique e os livros são dos exemplos mais gritantes. Destruction is a form of creation é uma das frases chave. Se Deus foi o Criador e se a destruição também é um acto de criação, então Deus não é só um benfeitor, é também um agente de maldade. Destruir pode ser um acto divino. Vistas as coisas, perdem-se ou confundem-se as noções de Mal e Bem. E é esta interpretação que fundamenta e orienta a atitude de Donnie. Ele é como um Deus ou como o Diabo, não importa. Ele é especial. Inundar um balneário, espetar um machado numa estátua, grafitar o chão ou incendiar uma casa são actos divinos. Abalam a ordem, criam o caos... e do caos nasce qualquer coisa nova. Não admira que seja um ser desorientado, não tem referências: as que tem ou não se afirmam ou contradizem-se. Nas sessões com a terapeuta, o papel de Deus na existência é discutido. As conclusões são para além de agnósticas, tocando o ateísmo. Não deixa de ser simbólico, por isso, que Donnie vá ao cinema assistir a Evil Dead e que, na mesma sala, se exiba A Última Tentação de Cristo. O Cristo que se questiona.
Donnie serve Frank, a tentação do Mal, até determinado ponto: no seu incessante questionamento, luta por desvincular-se e por encontrar o seu lugar. Donnie Darko é, pois, a luta de um adolescente contra os seus demónios interiores - acedendo finalmente à sua cellardoor, mergulha no seu mais profundo inconsciente. O resultado é o triunfo do seu livre-arbítrio sobre quaisquer noções morais. No final, perante o mal praticado, perante as perdas e as consequências do seu caminho, das suas decisões e das suas acções, Donnie julga-se e toma consciência. Felizmente, pode voltar atrás. Se ser um Super-Homem o levou a matar e a destruir a sua família, a perder a sua namorada... numa segunda oportunidade, Donnie optará por evitar tudo isso, por ser simplesmente o miúdo que morreu com a insólita queda do motor do avião. Daí o acto estóico, corajoso e finalmente heróico. Pela sua própria morte salva o seu mundo - ou o mundo dos seus. Para percebermos melhor estes decisivos instantes finais do filme, leiam-se os parágrafos que se seguem.
Na minha opinião, a Versão do Realizador - que o próprio assume mais como uma versão alongada - é, com os seus vinte minutos de cenas adicionais e complementares, uma versão claramente superior e que veio enriquecer as personagens, nomeadamente a professora Karen, a terapeuta Lilian de Katharine Ross e o pai Eddie de Holmes Osborne, e variadíssimos pontos da história, nomeadamente a questão do ateísmo/agnosticismo de Donnie e toda a problemática adjacente do papel de Deus na existência e na acção. Richard Kelly mexeu ainda na banda sonora, adicionou efeitos digitais e visuais e o projecto ficou mais sólido e consistente e ainda mais denso e atmosférico, ainda mais introspectivo. Ainda mais estranho.
Para muitos, Donnie Darko é um filme complicadíssimo, simplesmente por que não faz ou não tem qualquer sentido. Para outros, é um filme indecifrável; multiplicam-se as teorias e as leituras na busca do seu entendimento. Para alguns, desmascarada a lógica ou sentida a sua verdade, é um filme de génio. O certo é que, a cada visualização, abrem-se - sempre - novos portais para novos entendimentos. Donnie Darko revela-se, portanto, inesgotável. É possível que venha a transcender o próprio tempo... Não me admirava nada. Esperemos pelo futuro para confirmá-lo.
Versão do Realizador
Crítica:
A VIAGEM NO TEMPO
The dreams in which I'm dying are the best I've ever had.
Não admira que num filme sobre viagens no tempo abundem os travellings - pairando sobre os espaços e sobre as personagens - e que a manipulação do tempo se exerça das mais variadas formas, nomeadamente através de time lapse e de recorrentes slow motion. É assim em Donnie Darko - um pequeno filme indie de baixo orçamento mas com um potencial de proporções cósmicas - provavelmente por isso e cinematograficamente falando, o maior fenómeno de culto da primeira década do século XXI. É, sob os mais variadíssimos prismas, um objecto absolutamente singular: é de 2001, mas a acção passa-se nos anos 80 e todo filme - à excepção dos avançados efeitos especiais que às tantas irrompem pelo ecrã - aparenta, efectivamente, ser um filme dos anos 80: tanto pela fotografia, como pelo guarda-roupa, pelos automóveis, pela cenografia ou pela decoração. Para o espectador, e logo à primeira vista, portanto, a viagem no tempo acontece - a nível visual. Mas também a nível sonoro, ou não avançasse a narrativa ao som das bandas da época (de Head Over Heels dos Tears for Fears a Notorious dos Duran Duran ou a Love Will Tear Us Apart dos Joy Division).
Donnie Darko é um filme sobre viagens no tempo, mas é sobretudo um filme sobre a adolescência - poderá não ter sido feito, exclusivamente, para adolescentes, mas reúne todos os temas que os seduzem e fascinam, permitindo a identificação imediata com o protagonista e marcando inevitavelmente a geração que cresceu com o filme - o que justifica, em grande parte, o facto de terem sido sobretudo os adolescentes a cultuar a obra, desde a sua estreia, elevando-a à notoriedade inegavelmente alcançada nos dias de hoje. Alheando-nos do fenómeno, descortinemos os méritos da obra.
Sobre a Adolescência
A adolescência é, por definição, a fase de transição da infância para a idade adulta, onde cada ser humano procura o seu lugar no mundo, indagando a existência. É um tempo de indefinição e insegurança, de reflexão e vivência interior, de comparação, de transformação, de revolta, desafio e choque de gerações e, por isso, de alguma alienação (que os próprios confundem, muitas vezes, com abandono e solidão).
As particularidades de Donnie Darko
Todavia, Donnie manifesta assustadoras particularidades: é sonâmbulo, tem problemas emocionais e sofre de surtos psicóticos que o levam à piromania, à delinquência e, inevitavelmente, à psicoterapia. Quando começa a alucinar com um demoníaco coelho gigante, de nome Frank, que o adverte do fim do mundo e que o leva a cometer os mais inesperados actos de vandalismo, o seu quadro clínico agrava-se, pintando-o como paranóico e próximo da esquizofrenia. A hipnose tentará decifrar o intricado quebra-cabeças que é a sua existência enquanto que nós, espectadores, completamente reféns da história e siderados pelo magnetismo das imagens, tentaremos seguir as pistas lançadas, conjugando-as na esperança de resolvermos, também nós, o puzzle. Não obstante, quanto mais informações somarmos, maior a nossa confusão, o nosso desnorte, e... o nosso fascínio. Em Jake Gyllenhaal reside a razão da nossa persistência e da nossa não-cedência à frustração de nos sentirmos, às tantas e afinal de contas, inteiramente perdidos. Não admira que Donnie Darko o tenha catapultado para o estrelato. Gyllenhaal é incrivelmente soberbo na sua interpretação, transbordando pelo olhar e pelo sorriso - e que olhar, e que sorriso - toda a complexidade interior da sua personagem: neles vemos o seu lado de menino, ternurento e inocente, e o seu lado malicioso, perturbado e terrível. Tão depressa nos colocamos na sua pele como na pele dos pais e dos que estão à sua volta - tão depressa somos o monstro como a vítima. Por isso, não desistimos de tentar entendê-lo: queremos acreditar na sua redenção... e, simultaneamente, sentindo o perigo que é e representa, prevemos-lhe o pior e mais trágico dos desfechos. O tempo urge e o apocalipse aproxima-se. Até lá, Donnie fará tudo o que é dito proibido, como que num ritual de afirmação: ingerirá bebidas alcoólicas, consumirá drogas e praticará sexo antes do casamento. A morte está perto e não vai morrer na ignorância.
I hope that when the world comes to an end, I can breathe a sigh of relief, because there will be so much to look forward to.
A família disfuncional
Muitas são as leituras plausíveis e possíveis, o que muito diz deste diamante artístico. A sátira às famílias da classe média americana dos anos 80 - cujo modelo ainda encontramos na actualidade e em demasia - é evidente: a família Darko é claramente uma família disfuncional, por mais que tendemos a encará-la como normalizada, se exceptuarmos o caso crasso de Donnie. O pai é um elemento passivo, que não manifesta a sua autoridade, que não impõe limites - antes se ri das asneiras dos filhos, sem os corrigir, sem os chamar à atenção, chegando muitas vezes a encorajá-los. O pai é como mais uma criança naquela casa. A mãe, sempre muito bem maquilhada e penteada, aparenta ter a família perfeita, mas é mais um ser passivo, que vê a vida passar-lhe à frente sem a agarrar: Donnie chama-a cabra e ela resigna-se. Amar um filho não é só sustentá-lo. É educá-lo. E educá-lo não é só ser permissivo. Isso é preguiça, irresponsabilidade e negligência. Amá-lo e educá-lo é ser activo na relação com ele, mimando-o mas também repreendendo-o - sempre que necessário. Saber dizer não, saber fazer cara feia, saber castigar. Só o equilíbrio destas duas forças resultará num indivíduo estruturado, mais seguro, mais forte e independente - não centrado em si próprio, mas aberto de si para o mundo. Pai e mãe não sabem o filho que têm, sabem o filho que imaginam. Essa ausência de essência na relação entre eles traduz-se numa carência afectiva que é, seguramente, a base da instabilidade emocional de Donnie. Lembro que Donnie e a irmã (Maggie Gyllenhaal, irmã real do protagonista) organizam uma rave de Halloween em casa, sem que os pais alguma vez sonhem! Donnie tem, nomeadamente, acesso à arma de fogo dos pais... Isto são tudo menos coisas de uma família funcional, dita normal. A frase da professora Karen de Drew Barrymore remata, a respeito e da melhor forma possível, este parágrafo: the children have to save themselves these days because the parents have no clue.
O Anticristo e o Livre-Arbítrio
Frank, o coelho, representa a Morte e reflecte os abismais receios de Donnie, motivando o seu auto-questionamento. Quando Donnie lhe pergunta: Why are you wearing that stupid bunny suit?, a fantasia reposiciona-o: Why are you wearing that stupid man suit? Numa leitura mais gnóstica e esotérica, Frank - a voz que o leva pelo caminho do Mal - representa Satanás. Donnie Darko é o seu profeta e por isso se acha tão especial. É claro que a maioria dos adolescentes se acha especial, mas Donnie acha-se o Super-Homem, o Anticristo. A referência a Nietzsche é evidente. Não admira, ele tem visões que mais ninguém tem. Por isso, quando a enamorada Gretchen de Jena Malone lhe diz Donnie Darko. What the hell kind of name is that? It's like some sort of superhero or something, o rapaz responde-lhe, prontamente: What makes you think I'm not?
Na aulas, lêem The Destructors de Graham Greene, onde se podem ler coisas como destruction is a form of creation. Tudo aquilo com que Donnie contacta tem sérias implicações e influências no seu imaginário e na sua psique e os livros são dos exemplos mais gritantes. Destruction is a form of creation é uma das frases chave. Se Deus foi o Criador e se a destruição também é um acto de criação, então Deus não é só um benfeitor, é também um agente de maldade. Destruir pode ser um acto divino. Vistas as coisas, perdem-se ou confundem-se as noções de Mal e Bem. E é esta interpretação que fundamenta e orienta a atitude de Donnie. Ele é como um Deus ou como o Diabo, não importa. Ele é especial. Inundar um balneário, espetar um machado numa estátua, grafitar o chão ou incendiar uma casa são actos divinos. Abalam a ordem, criam o caos... e do caos nasce qualquer coisa nova. Não admira que seja um ser desorientado, não tem referências: as que tem ou não se afirmam ou contradizem-se. Nas sessões com a terapeuta, o papel de Deus na existência é discutido. As conclusões são para além de agnósticas, tocando o ateísmo. Não deixa de ser simbólico, por isso, que Donnie vá ao cinema assistir a Evil Dead e que, na mesma sala, se exiba A Última Tentação de Cristo. O Cristo que se questiona.
Donnie serve Frank, a tentação do Mal, até determinado ponto: no seu incessante questionamento, luta por desvincular-se e por encontrar o seu lugar. Donnie Darko é, pois, a luta de um adolescente contra os seus demónios interiores - acedendo finalmente à sua cellardoor, mergulha no seu mais profundo inconsciente. O resultado é o triunfo do seu livre-arbítrio sobre quaisquer noções morais. No final, perante o mal praticado, perante as perdas e as consequências do seu caminho, das suas decisões e das suas acções, Donnie julga-se e toma consciência. Felizmente, pode voltar atrás. Se ser um Super-Homem o levou a matar e a destruir a sua família, a perder a sua namorada... numa segunda oportunidade, Donnie optará por evitar tudo isso, por ser simplesmente o miúdo que morreu com a insólita queda do motor do avião. Daí o acto estóico, corajoso e finalmente heróico. Pela sua própria morte salva o seu mundo - ou o mundo dos seus. Para percebermos melhor estes decisivos instantes finais do filme, leiam-se os parágrafos que se seguem.
O Universo Tangente
Estas respostas encontram-se fora de Donnie Darko e encontram-nas os espectadores mais curiosos e interessados; como será o caso de quem lê esta dissertação. O filme jamais se explica e, por tudo isto, é tão complexo, tão intrincado. Para alguns, a ausência de explicação é uma falha e um acto de deslealdade por parte do realizador-argumentista, o que desprestigia imediatamente o filme. Não para mim. Já mais diria tal coisa de um filme tão inteligente.
A Versão do Realizador
O filme abre e Donnie Darko acorda no cimo de um monte. Pode acordar para um pesadelo bizarro e a acção de Donnie Darko ser irreal, onírica; o que não estranharíamos, dado o surrealismo dos acontecimentos. Não obstante, várias perguntas ficariam sem resposta, várias peças ficariam por encaixar no puzzle. Para compreendermos a amplitude da proposta e aproximarmo-nos da sua plenitude, devemos entrar no espectro da ficção e da especulação científica, estando aberto para teorias que desafiam as leis da física, na sua lógica muito particular.
O único acontecimento inexplicável da obra é a queda da turbina do avião sobre o quarto de Donnie. Este acontecimento insólito é o causador de uma anomalia na quarta dimensão, o que leva à criação de um universo paralelo, também conhecido como universo tangente. O livro A Filosofia da Viagem no Tempo, da professora Roberta Sparrow (agora conhecida como a Avó Morte, a velhota enlouquecida e tão despenteada que nem o autor da Teoria da Relatividade, Albert Einstein, que passa a vida a abrir o marco do correio, na esperança de encontrar uma carta que nunca chega) faz referência a um objecto metálico como causador do evento. Denomina-o artefacto. Esse objecto é a réplica de um já existente no universo original - chamemo-lo primário. Dado que não é possível 2 objectos iguais coexistirem no mesmo universo, a realidade alternativa é desencadeada e terá uma duração limitada: neste caso, 28 days, 6 hours, 42 minutes, 12 seconds. That is when the world will end.
Na realidade copiada (passível de distorção, como num sonho) e numa luta contra o tempo (antes que este segundo universo se fine), há uma pessoa que é escolhida para expelir o artefacto e, deste modo, evitar que no momento do fim do mundo tangente e do regresso às origens, se possa criar um eventual buraco negro, capaz de engolir e destruir, irreversivelmente, o universo primário. É o que diz A Filosofia da Viagem no Tempo. Quem escolhe o denominado transmissor vivo não se sabe - pode ser Deus ou uma entidade abstracta. Daí a importância da discussão religiosa no filme. O certo é que é Donnie Darko o escolhido, o transmissor vivo, a quem lhe são conferidos, efectivamente, super poderes: uma força sobrenatural (capaz de o fazer cravar um machado na impenetrabilidade de uma estátua de bronze), domínio de elementos primordiais como a água e o fogo (lembramos a inundação na escola, o incêndio da casa de Jim Cunningham e as visões daquela espécie de vermes de água que se extraem dos corpos e antecedem cada um dos movimentos das personagens) e a telecinésia (que o habilita a feitos extraordinários pelo poder da mente, nomeadamente viajar no tempo).
O único acontecimento inexplicável da obra é a queda da turbina do avião sobre o quarto de Donnie. Este acontecimento insólito é o causador de uma anomalia na quarta dimensão, o que leva à criação de um universo paralelo, também conhecido como universo tangente. O livro A Filosofia da Viagem no Tempo, da professora Roberta Sparrow (agora conhecida como a Avó Morte, a velhota enlouquecida e tão despenteada que nem o autor da Teoria da Relatividade, Albert Einstein, que passa a vida a abrir o marco do correio, na esperança de encontrar uma carta que nunca chega) faz referência a um objecto metálico como causador do evento. Denomina-o artefacto. Esse objecto é a réplica de um já existente no universo original - chamemo-lo primário. Dado que não é possível 2 objectos iguais coexistirem no mesmo universo, a realidade alternativa é desencadeada e terá uma duração limitada: neste caso, 28 days, 6 hours, 42 minutes, 12 seconds. That is when the world will end.
Na realidade copiada (passível de distorção, como num sonho) e numa luta contra o tempo (antes que este segundo universo se fine), há uma pessoa que é escolhida para expelir o artefacto e, deste modo, evitar que no momento do fim do mundo tangente e do regresso às origens, se possa criar um eventual buraco negro, capaz de engolir e destruir, irreversivelmente, o universo primário. É o que diz A Filosofia da Viagem no Tempo. Quem escolhe o denominado transmissor vivo não se sabe - pode ser Deus ou uma entidade abstracta. Daí a importância da discussão religiosa no filme. O certo é que é Donnie Darko o escolhido, o transmissor vivo, a quem lhe são conferidos, efectivamente, super poderes: uma força sobrenatural (capaz de o fazer cravar um machado na impenetrabilidade de uma estátua de bronze), domínio de elementos primordiais como a água e o fogo (lembramos a inundação na escola, o incêndio da casa de Jim Cunningham e as visões daquela espécie de vermes de água que se extraem dos corpos e antecedem cada um dos movimentos das personagens) e a telecinésia (que o habilita a feitos extraordinários pelo poder da mente, nomeadamente viajar no tempo).
Todas as pessoas que fazem parte do dia-a-dia do escolhido no universo primário farão parte do dia-a-dia do escolhido no universo tangente. Aquelas que não vierem a morrer no universo tangente, serão os denominados manipulados vivos, responsáveis por ajudar Donnie a concretizar a salvação. É o caso da inspiradora professora Karen ou da psicóloga, sobre todas as outras. As que vierem a morrer no universo tangente não morrerão no universo primário, mas serão agentes especiais na acção desta segunda realidade: serão os mortos manipulados, capazes de viajar na linha do tempo do universo tangente, ajudando igualmente o escolhido na sua missão. Os manipulados mortos poderão manifestar-se de forma mais ou menos sinistra, de acordo com o impacto desejado no transmissor. Os manipulados mortos são: a mãe e a irmã mais nova (ambas sucumbirão provavelmente à queda do avião), a namorada Gretchen e Frank, sendo que Frank é o único com aparência macabra, muito por conta da fantasia que traz vestida no momento da sua morte. Com esta leitura, a personagem Frank ganha toda uma nova dimensão: passa da representação da Morte e do Mal para um enviado especial e determinante cúmplice na salvação do mundo, jogando com a psique e com os medos de Donnie com vista a alcançar o seu objectivo. Por isso apareceu a Donnie antes da queda da turbina no universo paralelo, salvando-o da morte certa e levando-o pelo sonambulismo até ao campo de golfe.
No final, Donnie, ciente da sua missão e enfim decidido ao auto-sacrifício, usa o poder da mente para expelir o artefacto. Chega a hora do Juízo Final. O regresso ao universo primário e ao tempo presente faz-se pela edição, que monta as cenas de trás para a frente: a acção no universo tangente aparece-nos como uma viagem ao passado; ainda que, como sabemos, alternativo. A narração que acompanha o momento é de Donnie: o jovem lê a carta que escreve a Roberta Sparrow. Por isso, depreendemos: a carta que a idosa sempre esperou no universo tangente foi a carta de Donnie, a quem um dia alertou: every creature on this Earth dies alone. É como se a velha, outrora freira, também um dia tivesse viajado no tempo e a um universo tangente e tivesse de lá regressado mais sábia e capaz de escrever um livro tão visionário quanto A Filosofia da Viagem no Tempo, sendo desde então considerada louca e tendo finalmente acabado por enlouquecer. Sim, isso faria todo o sentido.
A coda do filme mostra-nos os despertares, ao som da icónica e para sempre ligada ao filme Mad World, de Gary Jules: os manipulados, vivos ou mortos, agora de volta ao universo original, sãos e salvos graças à acção de Donnie. Paira no ar o mistério da inexplicabilidade, quando interiormente estas personagens parecem ter resquícios de memória do que tão intensamente experienciaram no universo tangente. Para todos eles, agora e porventura, a experiência - que também nós assistimos e vivenciámos - foi como um sonho extremamente lúcido, que não conseguem provar. Note-se Frank, que absortamente leva a mão ao olho. Note-se a troca de olhares e acenos entre Gretchen e a mãe de Donnie. Note-se o aceno final de uma criança vizinha, com que o filme desvanece, derradeiramente, a negro. Supostamente, a criança acena também à mãe de Donnie, como Gretchen, com quem partilha o plano. Mas Gretchen e o miúdo não olham para o mesmo ponto. O miúdo olha directamente para a câmera e o aceno é para nós. É como uma representação do próprio Richard Kelly, a piscar-nos o olho.
A coda do filme mostra-nos os despertares, ao som da icónica e para sempre ligada ao filme Mad World, de Gary Jules: os manipulados, vivos ou mortos, agora de volta ao universo original, sãos e salvos graças à acção de Donnie. Paira no ar o mistério da inexplicabilidade, quando interiormente estas personagens parecem ter resquícios de memória do que tão intensamente experienciaram no universo tangente. Para todos eles, agora e porventura, a experiência - que também nós assistimos e vivenciámos - foi como um sonho extremamente lúcido, que não conseguem provar. Note-se Frank, que absortamente leva a mão ao olho. Note-se a troca de olhares e acenos entre Gretchen e a mãe de Donnie. Note-se o aceno final de uma criança vizinha, com que o filme desvanece, derradeiramente, a negro. Supostamente, a criança acena também à mãe de Donnie, como Gretchen, com quem partilha o plano. Mas Gretchen e o miúdo não olham para o mesmo ponto. O miúdo olha directamente para a câmera e o aceno é para nós. É como uma representação do próprio Richard Kelly, a piscar-nos o olho.
Estas respostas encontram-se fora de Donnie Darko e encontram-nas os espectadores mais curiosos e interessados; como será o caso de quem lê esta dissertação. O filme jamais se explica e, por tudo isto, é tão complexo, tão intrincado. Para alguns, a ausência de explicação é uma falha e um acto de deslealdade por parte do realizador-argumentista, o que desprestigia imediatamente o filme. Não para mim. Já mais diria tal coisa de um filme tão inteligente.
Na minha opinião, a Versão do Realizador - que o próprio assume mais como uma versão alongada - é, com os seus vinte minutos de cenas adicionais e complementares, uma versão claramente superior e que veio enriquecer as personagens, nomeadamente a professora Karen, a terapeuta Lilian de Katharine Ross e o pai Eddie de Holmes Osborne, e variadíssimos pontos da história, nomeadamente a questão do ateísmo/agnosticismo de Donnie e toda a problemática adjacente do papel de Deus na existência e na acção. Richard Kelly mexeu ainda na banda sonora, adicionou efeitos digitais e visuais e o projecto ficou mais sólido e consistente e ainda mais denso e atmosférico, ainda mais introspectivo. Ainda mais estranho.
Para muitos, Donnie Darko é um filme complicadíssimo, simplesmente por que não faz ou não tem qualquer sentido. Para outros, é um filme indecifrável; multiplicam-se as teorias e as leituras na busca do seu entendimento. Para alguns, desmascarada a lógica ou sentida a sua verdade, é um filme de génio. O certo é que, a cada visualização, abrem-se - sempre - novos portais para novos entendimentos. Donnie Darko revela-se, portanto, inesgotável. É possível que venha a transcender o próprio tempo... Não me admirava nada. Esperemos pelo futuro para confirmá-lo.
Eu ainda não consegui ver esse filme, mas já li muita coisa boa seu respeito. É difícil de encontrar em algumas locadoras aqui perto de casa e perdi a chance de assisti-lo duas vezes no canal AXN. Mas ainda está na minha lista (que chamo de arquivo morto).
ResponderEliminaro mesmo veredicto:D é curioso que estava mesmo a pensar em reve-lo um destes dias :D
ResponderEliminargrande filme de culto;)
Pseudo-autor,
ResponderEliminarNão se preocupe se ainda não viu DONNIE DARKO. A oportunidade vai surgir... e vai consumi-lo com o seu génio e originalidade!
Cumps.
Close-up,
Já tinha visto este filme duas vezes e há duas semanas tinha comprado o DVD mas entretanto antecederam-lhe outros... Já o vi, e foi a vez em que a obra de Richard Kelly mais me assombrou e impressionou. Sem dúvida, grande filme. De culto, pois bem.
Cumps.
Roberto F. A. Simões
cineroad.blogspot.com
Otimo filme, relutei bastante antes de ve-lo, mas acabei surpreendido, outro ponto bastante forte do filme é a trilha sonora, puro anos 80 rssss ótima!!!
ResponderEliminarTenho que rever este filme. Da primeira vez que o vi fiquei bastante impressionado! Boa crítica.
ResponderEliminarProfundo, e quase não entendindo por muitos, uma grande obra!
ResponderEliminarYgor,
ResponderEliminarPercebo por que se hesita. Percebo porque ficamos surpreendidos. Excelente banda sonora mesmo!
Cumps.
Ricardo Vieira,
Obrigado :)
Cumps.
Cleber,
É, tens razão, DONNIE DARKO é muito muito muito incompreendido. Mas é um filme compreensível! Prometo! :p Faça-se um esforçozinho...
Cumps.
Roberto F. A. Simões
CINEROAD
Seja bem vindo ao Cara da Locadora, obrigado por comentar lá... Sobre Donnie Darko, é o melhor filme sobre teoria do Caos que já foi feito, te deixa de cabelo em pé, não? Depois procura algo lá que eu escrevi sobre ele... Ouviu falar que terá uma sequencia? Pois é, a irmã mais nova do Donnie vai viver uma situação parecida agora já mais velha (mesma atriz), esperar para ver...
ResponderEliminarUm grande filme sem dúvida. Gostava de o voltar a rever.
ResponderEliminarAbraço.
Este longa é sensacional! Existe uma sequencia em produção, infelizmente, pois sequencias raramente funcionam tão bem quanto o primeiro filme...
ResponderEliminarConcordo, grande filme.
ResponderEliminarAbraços
O Cara da Locadora e Pedro Tavares,
ResponderEliminarNada contra sequelas, mas realmente quanto a esta não tenho a mínima curiosidade. Excelente filme, DONNIE DARKO.
Cumps.
Fernando Ribeiro,
Revê então! DONNIE DARKO é daqueles filmes nos quais conseguimos sempre descobrir coisas novas e surpreender-nos com elas, a cada vez que o vemos!
Cumps.
Álvaro Martins,
Mais uma vez, inteiramente de acordo.
Cumps.
Roberto F. A. Simões
CINEROAD
Grande filme. Aquela trecho que toca a música do Tears for Fears, mostrando o cotidiano da escola numa única tomada é memorável!
ResponderEliminarDonnie Darko é tudo que você comentou.
Abs!
Tenho uma intensa curiosidade de ver este filme :)
ResponderEliminarRAMON: Fico contente por conhecer mais alguém que está de acordo comigo. O filme é sublime.
ResponderEliminarYIRIEN: Acredita que, com a devida atenção, também a visualização da obra se tornará uma experiência intensa. Recomendo-to vivamente.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
O filme que me despertou para a carreira de Jake Gyllenhaal, que já nos deixou boas surpresas! Donnie Darko é uma obra-prima, sem dúvida. Só de pensar que foi feita uma sequela...
ResponderEliminarAbraço
Um dos meus filmes favoritos! Agora fiquei com vontade de rever! É pena que o dia só tem 24h...
ResponderEliminarJACKSON: Pois, quanto à sequela pouco sei e pouco quero saber ;D Mas este filme... tem mais que se lhe diga! Obra-prima absoluta.
ResponderEliminarCINE31: A quem o dizes! ;) DONNIE DARKO é também um dos meus favoritos.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Não desprezando o filme, confesso que da única que vez que o vi a minha reacção foi: "mas que raio é isto?!" Alguma coisa me escapou de certeza...
ResponderEliminarCLÁUDIA GAMEIRO: Ter-te-á escapado, certamente ;D Também a mim me escapa tantas vezes. Nem sempre que assito ao filme atinjo a coisa. A sério, revê e olha, deixa-te ir ;D Pode ser que o entendas ;)
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Pois de facto, confesso, também não o captei como deve ser pelos vistos...me parece um pouco confuso e até inconsequente. Tem cenas ainda assim boas, uma banda sonora a destacar ou até mesmo uma interpretação cativante.
ResponderEliminarO problema, para mim, está mesmo no argumento, promissor mas que acaba por ser demasiado rebuscado...não sei, merecerá contudo de uma nova visualização para comentar melhor!
abraço
JORGE: Asseguro-te que é uma experiência como poucas. É preciso é atingir a plenitude da obra - o que não é nem para todos, nem para todos os estados de espírito.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Concordo contigo, Donnie Darko já tem lugar garantido no hall das obras primas do cinema, um filme fantástico!
ResponderEliminarSAULO S: Verdadeiramente ;) Bem-vindo ao CINEROAD!
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Desde miudo que vi este filme e sempre ficou marcado como uns dos meus filmes favoritos. É um filme que tem tudo! Uma pesquisa tão aprofundada de ideias para formular este filme tao... unico.
ResponderEliminardos mais epicos que conheço.
comprimentos!
AKASH TELARI: É isso, concordo, mas... "dos mais épicos"? O que é que o filme tem de épico?
ResponderEliminarRoberto Simões
CINEROAD
Nova crítica publicada a 10/04/2017.
ResponderEliminarCINEROAD