quinta-feira, 23 de julho de 2009

PARANOID PARK (2007)

PONTUAÇÃO: BOM
Título Original: Paranoid Park
Realização: Gus Van Sant
Principais Actores: Gabe Nevins, Daniel Liu, Taylor Momsen, Jake Miller, Lauren McKinney, Scott Green

Crítica:

ADOLESCÊNCIA E MELANCOLIA

Paranoid Park é um grande exercício de cinema: desconstrói-se na forma e assemelha-se, ainda assim, tão curiosa e incrivelmente real. É um puzzle de fragmentos e um labirinto de sensações melancólicas, filmado pelo mestre da sensibilidade e versatilmente fotografado por Christopher Doyle. Sem estrelas na representação. Exceptuando um ou outro caso, o filme parece viver da constante desarmonia entre imagem e banda sonora; sinédoque da desarmonia interior da mente adolescente: se é certo que Paranoid Park avança na representação do grupo de pares, também é certo que submerge, por outro lado, no vácuo existencial daquele Alex. A cena do duche dá conta, aliás, de todo esse vazio interior, numa das muitas oscilações no ritmo, e é uma das cenas mais extraordinárias alguma vez filmadas por Gus Van Sant. Formalmente, o filme descende directamente daquele registo deambulatório de Elephant e, musicalmente, há ainda espaço para revisitar o tema Angeles de Elliott Smith. De resto, a obra de Gus Van Sant convoca-se a si mesma, num permanente e tão complexo jogo de espelhos entre os seus vários filmes. E só assim se completa.

7 comentários:

  1. Uma obra perspicaz, metafórica e poética. Gus Van Sant comprova mais uma vez que é compentente.

    Abraço

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  2. Comprei o DVD, mas ainda não vi. É definitivamente um filme a ver.

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  3. Gus Van Sant é Gus Van Sant. O seu estilo é único, e mais uma vez é possível observá-lo nesta magistral realização.
    Não foi o melhor filme dele que já vi (embora também não tenham sido muitos), mas gostei bastante.
    Um retrato intimista e real da adolescência, acompanhado de uma banda sonora magnífica *.*

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  4. Obra muito boa, mesmo. Um subproduto "elephantiano" mas não deixa de ser magnífico!!

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  5. JACKSON: Não é competente, Jackson. Isso diz-se daqueles que se limitam a fazer o trabalho bem feito. Gus Van Sant é um autor que faz sempre tudo MUITO bem feito, de forma única e sem semelhança. Às vezes, fá-lo genialmente.

    TIAGO RAMOS: Definitivamente.

    YIRIEN: "Gus Van Sant é Gus Van Sant" - A tua frase é simples mas resume muito bem a ideia, sem dúvida. Este, é um grande filme, claro.

    FLÁVIO GONÇALVES: Concordo contigo, é um «subproduto "elephantiano"», como tu dizes. Não é do melhor de Gus Van Sant, mas é bem bom.

    Cumps.
    Filipe Assis
    CINEROAD - A Estrada do Cinema

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  6. De tão singelo, um dos filmes mais poéticos da década.

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