★★★★★
Título Original: Mulholland Dr.
Realização: David Lynch
Realização: David Lynch
Principais Actores: Naomi Watts, Laura Elena Harring, Ann Miller, Justin Theroux, Dan Hedaya, Robert Forster, Lee Grant, Chad Everett, Billy Ray Cyrus
Crítica:
NO HAY BANDA!
A cena do anfiteatro é por demais reveladora. Diane pode estar a sonhar e perceber aqui que está morta. Esta é a interpretação mais comummente aceite. Por mim também. Todavia, partilho uma outra: estamos perante uma obra puramente inorgânica (no sentido de Bürger*), um filme consciente de si próprio enquanto construção ficcional. Por isso, renega qualquer sentido. Nenhum filme é mais verdadeiro por fazer sentido; na verdade, todo o filme que faz sentido só o faz por convenção. Um filme nada mais é do que artifício, representação. É isto que se revela na cena central do anfiteatro: a chave entra no cubo - o sentido do filme é a sua falta de sentido. Na verdade, no hay banda! Nem tão-pouco a llorona que canta. O mundo do filme é o mundo da ficção. E, se por acaso emociona, é pela ilusão ou simulação de realidade.
Se a atitude da obra se reger pela auto-aceitação deste princípio, e não tiver que obedecer a toda uma lógica mimética e orgânica e à partida associável à realidade, estaremos então num mundo onde tudo é possível, onde nada se deve ao sentido... estamos, por isso, num mundo de sonhos. É esse o universo de Lynch. A confluência entre linhas diegéticas, com a coincidência de actores na representação dos seus protagonistas, resulta numa confusão onírica, que de realidade tem muito pouco. E, nessa dimensão de sonhos, a narrativa parece tomar um rumo livre, involuntário e libidinoso, desprendido de recalcamentos sexuais.
Naomi Watts e Laura Elena Harring lideram este pesadelo de contornos tão bizarros quanto estranhíssimos, mergulhadas em técnica brechtiana. No final, volta-se ao anfiteatro para se cantar... Silêncio... e o pesadelo está, enfim, terminado. Um filme brilhante.
NO HAY BANDA!
Se a atitude da obra se reger pela auto-aceitação deste princípio, e não tiver que obedecer a toda uma lógica mimética e orgânica e à partida associável à realidade, estaremos então num mundo onde tudo é possível, onde nada se deve ao sentido... estamos, por isso, num mundo de sonhos. É esse o universo de Lynch. A confluência entre linhas diegéticas, com a coincidência de actores na representação dos seus protagonistas, resulta numa confusão onírica, que de realidade tem muito pouco. E, nessa dimensão de sonhos, a narrativa parece tomar um rumo livre, involuntário e libidinoso, desprendido de recalcamentos sexuais.
Naomi Watts e Laura Elena Harring lideram este pesadelo de contornos tão bizarros quanto estranhíssimos, mergulhadas em técnica brechtiana. No final, volta-se ao anfiteatro para se cantar... Silêncio... e o pesadelo está, enfim, terminado. Um filme brilhante.
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*Bürger, A Teoria da Vanguarda
*Bürger, A Teoria da Vanguarda
Mulholland Drive é excelente !
ResponderEliminarAbraços
Comprei há pouco tempo no MediaMarkt a um preço muito baixinho... Mas ainda não tive oportunidade de ver.
ResponderEliminarDavid Lynch é fenomenal.
ResponderEliminarAbraços
otimo filme o melhor de lynch na minha opinião...
ResponderEliminarGABRIEL VON BORELL: Andará lá perto! :b
ResponderEliminarTIAGO RAMOS: Então faça favor de o ver!:b
ÁLVARO MARTINS: Lá um fenómeno é de certeza. E nunca haverá um igual a ele!
YGOR MORETTI FIORANTE: Não sou (ainda) um conhecedor maior da obra do realizador. Mas diz quem conhece que sim. É provavel. :)
Cumps.
Roberto F. A. Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Esta obra de Lynch está excelente! Quem o viu e percebeu tem completa noção que o filme está fantastico!
ResponderEliminarAKASH TEHLARI: Bem-vindo(a) ao CINEROAD! Um grande filme para rever sempre, sem dúvida. Volte sempre.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
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