★★★★★
Título Original: Wo hu cang longRealização: Ang Lee
Principais Actores: Chow Yun-Fat, Michelle Yeoh, Zhang ZiYi, Chang Chen, Pei-Pei Cheng, Sihung Lung, Fa Zeng Li, De Ming Wang, Yan Hai, Xian Gao
Crítica:
O milénio terminou auspiciosamente: O Tigre e o Dragão é o grande bailado da espada e do espírito. Mergulhado no mais puro romantismo e genuinamente arquitectado pela inspiração do mestre, serve-se da subtileza e da mais refinada elegância para filmar um irretocável misto de beleza, poesia e fascínio.
O deslumbre e a sedução do espetador são crescentes, de episódio em episódio, sobretudo pelo triunfo da narrativa - a viagem revela-se tão alucinante quanto magnetizante - e pelos memoráveis desempenhos do elenco, mas também pelo uníssono quase espiritual estabelecido com todos os departamentos artísticos. Oiça-se a imaculada banda sonora de Tan Dun (que culmina com uma canção belíssima) ou vislumbremos a magnífica fotografia de Peter Pau, sempre aliada aos cuidados da cenografia. Os quase indetetáveis efeitos especiais ou as coreografias de Woo-ping Yuen, ambiciosa e surpreendentemente ritmadas, içam a destreza dos guerreiros pelos ares: as sequências de lutas e vôos sobre telhados, lagos ou árvores atingem um nível nem sempre brutal e violento, todavia transcendente e apaziguador, tal é a sua leveza mágica e mística. O argumento fomenta o espetáculo de emoções, refletindo com assaz sensibilidade o papel da mulher numa sociedade de tradições seculares e toda uma panóplia de valores tais como amor-paixão e amor-platónico, vingança e traição, justiça e igualdade, tragédia e liberdade. O ardente e intenso enamoramento de Jen Yu e de Luo Xiao Hu é, certamente, das analepses mais apaixonantes alguma vez filmadas. E o final de Li Mu Bai, por exemplo, dá-se com uma passagem tão tocante quanto inesquecível: Virei para perto de ti todos os dias como fantasma, só para estar contigo. Mesmo que fosse banido para o lugar mais escuro, o meu amor... impedir-me-ia de ser um espírito solitário. A propósito, grandes atuações de Chow Yun-Fat, Zhang Ziyi, Michelle Yeoh ou Pei-Pei Cheng.
O Tigre e o Dragão não é senão Ang Lee em toda a sua melhor forma e a prova inequívoca de que é um brilhante cineasta em qualquer género. Ambicionava conceber o melhor filme de artes marciais de sempre e não esteve longe disso, com toda a certeza. O Tigre e o Dragão é uma daquelas raras, desafiantes e arrebatadoras obras onde a magia não só é possível como acontece. Com a maior credibilidade. Filme magistral, cujo sucesso abriu, ao mundo, as portas do cinema chinês e, por consequência, do cinema oriental em geral. Um bom augúrio, sendo o ano 2000 para os chineses o ano do Dragão.
A DANÇA DAS ESPADAS VOADORAS
Uma espada, por si própria, não governa nada.
Só ganha vida em mãos hábeis.
Só ganha vida em mãos hábeis.
O milénio terminou auspiciosamente: O Tigre e o Dragão é o grande bailado da espada e do espírito. Mergulhado no mais puro romantismo e genuinamente arquitectado pela inspiração do mestre, serve-se da subtileza e da mais refinada elegância para filmar um irretocável misto de beleza, poesia e fascínio.
O deslumbre e a sedução do espetador são crescentes, de episódio em episódio, sobretudo pelo triunfo da narrativa - a viagem revela-se tão alucinante quanto magnetizante - e pelos memoráveis desempenhos do elenco, mas também pelo uníssono quase espiritual estabelecido com todos os departamentos artísticos. Oiça-se a imaculada banda sonora de Tan Dun (que culmina com uma canção belíssima) ou vislumbremos a magnífica fotografia de Peter Pau, sempre aliada aos cuidados da cenografia. Os quase indetetáveis efeitos especiais ou as coreografias de Woo-ping Yuen, ambiciosa e surpreendentemente ritmadas, içam a destreza dos guerreiros pelos ares: as sequências de lutas e vôos sobre telhados, lagos ou árvores atingem um nível nem sempre brutal e violento, todavia transcendente e apaziguador, tal é a sua leveza mágica e mística. O argumento fomenta o espetáculo de emoções, refletindo com assaz sensibilidade o papel da mulher numa sociedade de tradições seculares e toda uma panóplia de valores tais como amor-paixão e amor-platónico, vingança e traição, justiça e igualdade, tragédia e liberdade. O ardente e intenso enamoramento de Jen Yu e de Luo Xiao Hu é, certamente, das analepses mais apaixonantes alguma vez filmadas. E o final de Li Mu Bai, por exemplo, dá-se com uma passagem tão tocante quanto inesquecível: Virei para perto de ti todos os dias como fantasma, só para estar contigo. Mesmo que fosse banido para o lugar mais escuro, o meu amor... impedir-me-ia de ser um espírito solitário. A propósito, grandes atuações de Chow Yun-Fat, Zhang Ziyi, Michelle Yeoh ou Pei-Pei Cheng.
O Tigre e o Dragão não é senão Ang Lee em toda a sua melhor forma e a prova inequívoca de que é um brilhante cineasta em qualquer género. Ambicionava conceber o melhor filme de artes marciais de sempre e não esteve longe disso, com toda a certeza. O Tigre e o Dragão é uma daquelas raras, desafiantes e arrebatadoras obras onde a magia não só é possível como acontece. Com a maior credibilidade. Filme magistral, cujo sucesso abriu, ao mundo, as portas do cinema chinês e, por consequência, do cinema oriental em geral. Um bom augúrio, sendo o ano 2000 para os chineses o ano do Dragão.
Um dos meus filmes épicos preferidos e que, como talvez te devas recordar, entrou na minha lista dos melhores filmes dos anos 00.
ResponderEliminarUm sensacional balé de lutas, que nos faz acreditar que as pessoas possam voar e flutuar.
ResponderEliminarGrande acerto de Ang Lee.
Abraço
Admito que nunca fui grande fã de filmes asiáticos contudo este revela-se bastante acima da média...
ResponderEliminarAbraço
http://nekascw.blogspot.com/
Serão 5 estrelas? Não consigo me deixar levar por esse filme. As fitas do Zhang Yimou são melhores.
ResponderEliminarOra aqui está um filme que me desiludiu imenso. Está muito bem feito nas cenas de luta e ate nem digo que não seja um bom filme, mas não fez aquele click, não sei bem porquê...
ResponderEliminarQuando acabei de o ver, senti que tinha ficado algo desapontada e que falatva qualquer coisa.
Bjs
Tenho cá em casa, e mesmo por ter recebido excelentes críticas e o nome de Ang Lee constar na realização, é um filme que nada me puxa a vê-lo.
ResponderEliminarAbraço!
Adorava ver, às vezes apanho-o na televisão mas ou passam 5 minutos e mais e eu penso que filme bom que é bom deve ser visto do início :P Pode ser que, em breve, o apanhe de novo!
ResponderEliminarA primeira vez que vi gostei muito, mas da segunda já não me entusiasmou por aí além. Tem excelentes cenários e uma narrativa bastante interessante, mesmo ao género asiático. Julgo que se destaca no seu género, mas realmente não será para todos os gostos...
ResponderEliminarAdoro a paixão intensa deste filme. O tom épico e a beleza estética. O meu segundo preferido do cineasta.
ResponderEliminarHUGO: Sem dúvida. Subscrevo cada palavra! ;)
ResponderEliminarTIAGO RAMOS: Sim, recordo-me perfeitamente. É um filme fabuloso, inegavelmente. Muito bem realizado.
GUSTAVO: Serão, pois! ;) Cinco estrelas muito bem dadas. Os filmes de Zhang Yimou são diferentes, com outras virtudes. Herói, por exemplo, é dos meus filmes favoritos. Mas este O TIGRE E O DRAGÃO é também muito bom. Pessoalmente, foi fácil ficar rendido às suas qualidades.
NEKAS: Porquê? Há filmes asiáticos tão bons... Herói, Oldboy - Velho Amigo ou A Viagem de Chihiro são alguns dos melhores exemplos.
GEMA: Curiosamente ou não, não aconteceu o mesmo comigo...
JACKSON: Garanto-te que vais apanhar uma surpresa e pêras! ;) É lindo! É, injustamente, tão mal-falado...
CLÁUDIA GAMEIRO: Provavelmente ;)
FLÁVIO GONÇALVES: Nos canais por cabo passa imensas vezes, mas dobrado em inglês, o que me enerva um bocadinho. Se puderes, vê a versão original em mandarim.
WALLY: Creio que é o meu favorito de Ang Lee, dos poucos que, até à data, já vi.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
O Tigre e o Dragão é, sem dúvida, dos melhores filmes asiáticos que vi, dos poucos é certo :P
ResponderEliminarRevela-se muito bom em quase tudo, fotografia, cenários, personagens, guarda-roupa, montagem e banda sonora. O argumento também é muito bom, mas com características muito orientais, reflexivo e fantasioso. É sobretudo um pouco diferente, e nesse sentido não é fácil apreciar de imediato a narrativa e as suas implicações. As cenas de acção são, em contrapartida e como não podia deixar de ser, mais fáceis, e nesse aspecto gostei e muito.
Mas pronto é isso, talvez não o considere ainda hoje uma grande obra (já o vi há alguns anos), mas que perdura na memória como algo singular isso sem dúvida.
De Ang Lee, este assume-se mesmo como o que mais gostei, porque Hulk é inferior (embora não o ache tão mau como a maioria), e ainda não vi mais nenhum. Tenho curiosidade quanto a Sense and Sensibility e Brokeback Mountain. Qualquer dia.
Em relação a filmes orientais, estará para breve (presumo) Yimou Zhang com Hero e House of Flying Daggers; e ainda talvez Oldboy.
abraço
JORGE: Desses todos, e como não podia deixar de ser, destaco primeiro que tudo OLDBOY. É uma obra extraordinária. Seguidamente HERÓI e BROKEBACK MOUNTAIN.
ResponderEliminarQuanto a O TIGRE E O DRAGÃO, estamos de acordo, embora eu o considere mesmo uma grande obra.
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Para mim, só comparável ao Hero. Gosto imenso da banda sonora mas o que Tan Dun iniciou em Tigre e o Dragão, em Hero sublimou.
ResponderEliminarFILMPUFF: Apesar de comparáveis, são bem distintos, recaindo a minha preferência para o filme de Yimou. Penso que tem razão quanto a Tan Dun. Bem-vindo ao CINEROAD e volte sempre.
ResponderEliminarRoberto Simões
» CINEROAD «
Roberto, quando disse que os filmes eram comparáveis referia-me à sua dimensão épica e nas qualidades técnicas. Também prefiro Yimou, está no meu top ten de filmes de todo o sempre por essas mesmas qualidades que lhe exalto. Obrigada, voltarei.
ResponderEliminarFILMPUFF: Sim, sim, comparáveis sobretudo no género wuxia, mas sobretudo distintos nos recursos de estilo. Obrigado eu, até breve.
ResponderEliminarRoberto Simões
» CINEROAD «
Eu já assisti este filme mais de dez vezes. Ele alcançou tudo de bom que o cinema pode fazer ao seres humanos.
ResponderEliminarA cena de amor/duelo entre Yun-Fat e Ziyi cola no fundo da alma.
ENALDO: Sendo redutor e acrítico, mas sem fugir à verdade, é um filme lindo, mesmo. Enche-nos de poesia.
ResponderEliminarRoberto Simões
» CINEROAD «