20 Escolhidos revelam 5 escolhas que definem a 7ª Arte.
Escolhido #7 - João Palhares,
autor do blogue Cine Resort
O Musical dos musicais:As Donzelas de Rochefort (1967), de Jacques Demy e Agnès Varda
O filme de Terror por excelência:A Pantera (1942), de Jacques Tourneur
O Western que define o género:Rio Bravo (1959), de Howard Hawks
O melhor filme de Ficção-Científica de todos os tempos:Metropolis (1927), de Fritz Lang
O filme que define os últimos 3 anos de cinema:A Troca (2008), de Clint Eastwood
Escolhido #7 - João Palhares,
autor do blogue Cine Resort
O Musical dos musicais:As Donzelas de Rochefort (1967), de Jacques Demy e Agnès Varda
O filme de Terror por excelência:A Pantera (1942), de Jacques Tourneur
O Western que define o género:Rio Bravo (1959), de Howard Hawks
O melhor filme de Ficção-Científica de todos os tempos:Metropolis (1927), de Fritz Lang
O filme que define os últimos 3 anos de cinema:A Troca (2008), de Clint Eastwood
Ainda não vi o filme do Demy e da Varda, mas quanto ao resto nada a apontar. A Pantera é um dos melhores Tourneurs e o Metropolis é intemporal e influênica de quase todo o cinema de ficção-científica. Curiosamente gostei muito mais da Troca do que do Gran Torino.
ResponderEliminarClássico elevado ao exponencial 5.
ResponderEliminarGosto relativamente das mamselles.
Vi com muito prazer e deleite "A Troca"
Já perdi a conta das vezes que idolatrei os restantes três.
Uma selecção de referências sem mácula
O Rato Cinéfilo
Eis um conjunto "exigente" de escolhas...
ResponderEliminarConheço todos os títulos, e estou totalmente de acordo com a importância de A PANTERA e METROPOLIS para os seus respectivos géneros.
A TROCA é um bom filme (embora a certa altura, pareça dividir-se em dois) e fico, com imensa expectativa, à espera da "justificação"... :)
Cumps a todos.
Bem, antes de mais, obrigado ao Roberto pelo convite. E parabéns pelo projecto. Acho que este tipo de iniciativas são sempre óptimos pretextos para trocar ideias e opiniões...
ResponderEliminarAs Donzelas de Rochefort é uma espécie de resumo e hino ao género. É um musical síntese mas que é de Demy, do princípio ao fim. Sem pedir desculpas ou tentar tornar os números “realistas” (mas o que é que é a realidade, afinal? Alguém sabe, mesmo?), canta-se e dança-se para aí em 85% do filme. Parece insuportável mas é outro mundo, em que um passo de dança é uma extensão da alma e da personalidade.
O Cat People até nem é o meu preferido do Tourneur (esse talvez seja o Zombie ou o Stars in My Crown, depende dos dias), mas fundou as bases do Cinema de terror. Escolher o Nosferatu era errado, por exemplo, porque o filme não mete medo nenhum, é uma obra-prima por outras razões, parece-me (primeiro esboço de uma arte visual e formal com a história em segundo plano). O Tourneur e o Lewton, nos anos 40, perceberam que o terror, o verdadeiro terror, está não no que se mostra, mas no que não se mostra, nas sombras e no inconsciente. De resto, a base para a maior parte do terror dos anos 70 é esta, do Jaws ao Alien. Até o Carpenter se lembrar de fazer o The Thing e complicar a coisa um pouco mais.
O western é o meu género favorito, provavelmente, e como é sempre difícil escolher, optei por um do meu realizador favorito. É subjectividade e refúgio, acima de tudo, sim, podia escolher um do Anthonny Mann ou do Ford, do Peckinpah, etc. Mas há qualquer coisa em Rio Bravo.. Vira a concepção de história, plot, em Hollywood, do avesso.. "I don't think plot as a plot means much today. I'd say that everybody has seen every plot twenty times. What they haven't seen is characters and their relation to one another. I don't worry much about plot anymore." (Hawks). Sobre pessoas, para pessoas e, sim, um dos westerns definidores do género (da indumentária à honra, passando pelo conflito interno do homem com o seu passado – é mais que ficção.
O Metropolis, pela representação e interpretação do futurismo (ou de um futurismo) contaminou a ficção-científica, do Star Wars ao Blade Runner e mesmo alguma literatura. É um marco visual e temático. Mesmo em termos de história, basta ver a versão definitiva que “ata” todas as pontas soltas do argumento que, nas outras versões, era talvez insuficiente. Na ficção científica só o 2001 se compara. Os do Tarkovsky distanciam-se do género, só talvez o Solaris possa definir qualquer coisa..
Por fim, Changelling, porque numa altura em que se questionam a ética e o valor do uso dos efeitos especiais para simular realidades (já não só uma coisa para filmes de acção ou ficção científica, mas para carros, multidões, prédios ou as coisas mais banais, os efeitos especiais como prática comum), Eastwood responde com o último plano deste filme (não um plano, verdadeiramente, e nos tempos próximos talvez seja necessário redefinir a palavra), com uma atitude progressiva, sem medo de abraçar o futuro, que não se esperaria, talvez, de um quase octagenário. Acho o final do filme, além de rico dramaticamente, o definidor destas perguntas e preocupações do final de década. Mas gosto mais do Gran Torino, eheh
Desta vez, e em contraste absoluto com as últimas, umas escolhas excelentes em tudo (valor das obras + integração nos géneros) a que nada se pode apontar.
ResponderEliminarExcelentes escolhas. Já conheço o blog do João há algum tempo e sempre tive o gosto dele na mais alta consideração; estas escolhas reflectem isso mesmo. Sei que não é a intenção, mas parecem-me as "melhores" até agora.
ResponderEliminarCumps.
Desconheço os dois primeiros mas os restantes são de eleição e bem atribuidos nas posições. Mesmo que "Changelling" me custe tê-lo a representar os últimos 3 anos de cinema... mas esta questão é totalmente subjectiva e diria mesmo que pode ser qualquer bom filme com 3 anos, (incluindo os blockbusters até - um sacrilégio até!).
ResponderEliminarNunca escolheria as donzelas em vez dos chapéus-de-chuva nem Rochefort em vez de Cherburgo, mas Demy é Demy e está bem aí.
ResponderEliminarEpa desde já dou os parabéns pela escolha, pela variedade e, principalmente, pelo timing de publicação do Roberto. As escolhas têm sido reveladas com tempo, e com critério muito bem doseado, alternando entre umas mais óbvias e outras menos.
ResponderEliminarDestas parecem-me de facto reveladoras de um muito apurado gosto pelo cinema, que certamente dura há muitos anos e viaja pelos cantos do mundo, sem qualquer restrição no espaço e tempo. De todas só vi mesmo A Troca, ao qual me identifico por completo, um grande filme (mais um) de Eastwood, que na minha perspectiva veio mostrar como um cinema mais clássico, sem tanto aparato ou twists no argumento, ou ainda sem efeitos especiais, consegue ser tão refrescante e tão agradável. Foi mesmo dos filmes que gostei mais nos últimos anos. E prefiro este ao Gran Torino, sem tirar mérito algum a este, são sobretudo filmes e abordagens diferentes.
Rio Bravo repete-se, e fico com redobrada vontade de o ver (sendo que já o queria antes da iniciativa, aliás este, o Red River e o El Dorado também). Metropolis parece-me acertado pelo que leio, sendo que irei colmatar essa falha muito brevemente.
abraço
ÁLVARO MARTINS, RATO e SAM: Agradeço pelos testemunhos ;)
ResponderEliminarJOÃO PALHARES: Eu é que agradeço, agradecendo também as justificações que julgo muito esclarecedoras. Aqui tenho algumas recomendações a juntar ao meu percurso em breve.
BILLY RIDER e PEDRO PONTE: Assim parece ;) Grandes escolhas, algumas das quais ainda conto descobrir.
ARMINDO PAULO FERREIRA: Subscrevo-te inteiramente.
JOÃO LAMEIRA: Sê bem-vindo ao CINEROAD ;) Volta sempre.
JORGE: Obrigado pela sensibilidade necessária para te aperceberes do cuidado na selecção ;) A crítica ao RIO BRAVO chegará sem falta nos próximos meses. Os dois primeiros filmes vê-los-ei a seu tempo, ainda não os conheço. Quanto ao A TROCA, não podíamos estar mais de acordo, ainda que não o escolhesse para representar estes últimos três anos.
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Sempre às ordens! :)
ResponderEliminarJorge,
ResponderEliminarA Troca, apesar de não parecer, está cheio de efeitos especiais, e foi exactamente por isso que o escolhi...
Obrigado e cumprimentos a todos
Como é que se pode escolher um filme só porque está cheio de efeitos especiais?
ResponderEliminarHá aqui qualquer coisa que me escapa...
O Rato Cinéfilo
JOÃO PALHARES: Compreendo ;) Para provar que há filmes que mantêm e sublimam a arte de contar uma boa história, integrando os efeitos especiais na subtileza do 'background'. Mais ou menos isto?
ResponderEliminarRATO: Penso que não foi bem isso que o João Palhares sugeriu.
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Isso exactamente, Roberto, como aliás expliquei ali em cima. Posso transcrever:
ResponderEliminar"Por fim, Changelling, porque numa altura em que se questionam a ética e o valor do uso dos efeitos especiais para simular realidades (já não só uma coisa para filmes de acção ou ficção científica, mas para carros, multidões, prédios ou as coisas mais banais, os efeitos especiais como prática comum), Eastwood responde com o último plano deste filme (não um plano, verdadeiramente, e nos tempos próximos talvez seja necessário redefinir a palavra), com uma atitude progressiva, sem medo de abraçar o futuro, que não se esperaria, talvez, de um quase octagenário. Acho o final do filme, além de rico dramaticamente, o definidor destas perguntas e preocupações do final de década."
JOÃO PALHARES: Exacto, creio que foi bem fundamentado.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
E havia realmente alguma coisa que me escapava, uma frase fora do contexto, portanto. Entendo agora perfeitamente a escolha. E aplaudo.
ResponderEliminarConfesso que conheço muito poucos filmes desta lista, portanto não posso opinar muito. Achei curiosa a inclusão de Changeling - filme que gosto bastante - e a justificação é bem interessante.
ResponderEliminarTIAGO RAMOS: Pois, no meu caso também me faltam 3 dos cinco, mas também apreciei a inclusão de CHANGELING - A TROCA, de Eastwood. Gostei bastante do filme e, de tempos a tempos, adoro revê-lo.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «