20 Escolhidos revelam 5 escolhas que definem a 7ª Arte.
Escolhido #5 - Álvaro Martins,
autor do blogue Preto e Branco
O Western dos westerns:Rio Bravo (1959), de Howard Hawks
O melhor Drama de todos os tempos:O Sacrifício (1986), de Andrei Tarkovsky
O Cinema Oriental no seu melhor:Ohayô (1959), de Yasujirô Ozu
O filme de Guerra por excelência:Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola
O filme que define os últimos 3 anos de cinema:A Zona (2008), de Sandro Aguilar
Escolhido #5 - Álvaro Martins,
autor do blogue Preto e Branco
O Western dos westerns:Rio Bravo (1959), de Howard Hawks
O melhor Drama de todos os tempos:O Sacrifício (1986), de Andrei Tarkovsky
O Cinema Oriental no seu melhor:Ohayô (1959), de Yasujirô Ozu
O filme de Guerra por excelência:Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola
O filme que define os últimos 3 anos de cinema:A Zona (2008), de Sandro Aguilar
Rio Bravo, de longe o melhor dos filmes de Howard Hawks com John Wayne e está tudo dito. Um western a valer, com duelos à séria.
ResponderEliminarO Sacrifício, é Tarkovsky e basta, um dos melhores filmes de todos os tempos.
Intimista, perfeccionista, racional. Com excesso de racionalismo talvez, mas compensado sempre por uma boa dose de fantasia, o que deixa seus filmes ainda mais intrigantes.
Ohayô não vi.
Apocalypse Now é o filme de guerra por excelência, plenamente de acordo. A história, a fotografia, a montagem, o som, a música (Doors, "The End"), é perfeito.E só não digo que é o meu preferido de Coppola, porque fico dividida entre este e Rumble Fish.
A Zona não vi, mas tenho que conferir isso.
Em suma, a melhor das escolhas que passou por aqui, sem dúvida.
Estou plenamente de acordo em que APOCALYPSE NOW define, como nenhum outro, o filme de guerra. E RIO BRAVO é, realmente, um western de referência.
ResponderEliminarMas segue a questão "inevitável": porquê A ZONA como o filme dos últimos 3 anos? :)
Abraço cinéfilo.
Escolhas interessantes sem dúvida, pela sua singularidade.
ResponderEliminarDe todas, só vi ainda Apocalypse Now, que embora não me identifique, compreendo. Não tenho como não. Fiquei com especial curiosidade para com A Zona, que desconhecia. Quanto a Rio Bravo está na lista a ver brevemente, e Tarkovsky, mais tarde ou mais cedo, irei conhecer. Tenho me aguardado, a seu tempo.
abraço
Se já se sabe que O Sacrifício é uma das grandes obras de arte que o cinema tem, tê-lo como o melhor drama é algo a ser pensado. Mas identifico-me com a escolha, aliás, eu próprio não poria melhor.
ResponderEliminarE o facto de o Álvaro ter escolhido A Zona como o que define os últimos três anos é no mínimo curioso - porquê? É um grande filme, de qualquer das formas.
Estou de acordo com a Manuela em cima, as melhores escolhas que por aqui passaram!
Ora aqui estão as escolhas do Álvaro Martins, pelas quais aguardava com uma certa curiosidade. Vamos lá então ao comentário devido, começando pelo óbvio.
ResponderEliminarE o óbvio é claro o "Apocalypse Now", do Coppola, que teve a visão e a mestria suficientes para nos dar o filme definitivo do género. Aliás foi uma das razões pelas quais eu próprio não escolhi a "guerra" - gosto de desafios mais exigentes e neste caso a escolha caíria inevitavelmente sobre este filme também.
Passando ao western, confesso que foi uma meia-surpresa não ver por aqui uns "Searchers" ou uma "Desaparecida", sabendo como o Álvaro venera o John Ford. Mas "Rio Bravo" é um dos clássicos incontornáveis, apesar de por lá se passear o Duke, um dos meus ódios de estimação mais queridos do cinema. Mas o filme é bom demais para esse detalhe ter importância. Curiosamente, ainda ontem à noite estive a ver um biopic (fraquinho, muito fraquinho) sobre o Rick Nelson, onde se fala neste filme. À semelhança do que o coronel Parker foi para o Elvis, também o pai Nelson se converteu num autêntico déspota na gerência da carreira do puto que só queria ser músico e cantor e detestava ter de entrar nos filmes. Voltando ao "Rio Bravo", é um título que constará sempre de um TOP 10 do Western, mas pessoalmente prefiro um "High Noon" do Zinnemann ou mesmo "My Darling Clementine" do próprio Ford. Isso, claro, se eu fosse um purista. Mas como tal não sucede, o meu podium pessoal será sempre, mas sempre, ocupado por "Aconteceu no Oeste" do Leone.
O cinema japonês, Ozu e "Ohayô". Nunca vi, mas não me custa nada a acreditar que se trata de uma boa obra. Sou um mediano fã do cinema nipónico mas, ao contrário da grande maioria, não reverencio Kurosawa como o grande mestre incontestável. As minhas preferências vão direitinhas para o Kenji Mizoguchi, que considero um autêntico poeta na arte de filmar. Há então um filme dele, chamado "O Intendente Shansho", que fez as delícias da minha juventude no início dos anos 70. Há muitos anos que não o revejo, pelo que tenho de colmatar isso um dia destes.
Trakovsky e o seu "Sacrifício". Confesso, humildemente, nunca ter conseguido ver este filme. E tentei fazê-lo, mais do que uma vez. Mas parece-me tarefa que exige uma disponibilidade total por parte do espectador e por isso mesmo terei de arranjar o dia e a hora ideais para o fazer. Tenho o filme cá por casa e por isso estou mesmo e sómente dependente da oportunidade.
Já desanimava por não ver nesta lista uma "travessura" do Álvaro Martins. Ora aqui está ela, na indicação de um título português para o filme do último triénio. Também nunca vi e provavelmente só por um acaso qualquer o farei, visto não constar no rol das minhas prioridades a curto ou mesmo a médio prazo. De qualquer modo, e num tempo de vacas magras, é no mínimo animador destacar-se a produção nacional.
Um abraço, Álvaro
O Rato Cinéfilo
Epá... o memorável "Rio Bravo"!
ResponderEliminarJá o vi há muitos anos e é bom mesmo. Eu deveria rever novamente este filmão com uma nova e mais atenta apreciação que noutros tempos não dava. Neste género e também com o John Wayne aquele da "Desaparecida" também seria um bom exemplo (onde ele salvo erro "resgatava" a mocinha e tinha também indios e andavam pelo deserto e pela neve)...
-Fui espreitar agora ao IMDb, é o "The Searchers"... e de John Ford!- também memorável.
O "Apocalipse Now" é a referência do género.
Há muitos filmes de guerra e sobre ela, e só terei vistos alguns, mas este será sempre como um farol no nevoeiro.
É... dos 5 só vi estes dois... aproveitei no IMDb para descobrir "A Zona / Uprise"... e tento entender a escolha, e digo que até é inteligente.
Por um lado representa exactamente o gradual estado "popular" onde estas obras significam os filmes que o povo em geral não quer ver realmente. No sentido oposto constitui a prova de que continuam a surgir propostas valiosas/desafiantes sem cederem ao estilo Hollywood. Que há mais para além dos "movie-templates" do costume e é isso que me sobressai nesta escolha. Acontece por vezes, cá para mim, que melhores filmes são aqueles fora do "circuito-pop" que nunca esperava que fossem... tão bons!
Nunca teria escolhido este mas entregar este título constitui um "jogada" inteligente e cerebral. Bem visto da parte do Álvaro Martins!
Obs: Roberto Simões, se há iniciativa onde a questão se pode tornar "circular" é... esta. Os filmes que definem o cinema são os que abriram caminho e marcaram géneros. Tudo isto redundará principalmente nos clássicos, pelo menos em certos géneros e também nas diferentes fases que cada um viveu do cinema. Até aos anos 70 houve um tipo de classicismo e depois disso surgiram aqueles que mudaram o registo. Muito mudou mas os bons filmes bem sabemos que continuam a ser feitos. Dependem é dos gostos e bagagem de cada um...
Ora bem,
ResponderEliminarRio Bravo foi o primeiro western que vi (excepto spaghettis do Leone). É não só o meu western de eleição como é o meu filme preferido de Hawks. E há duas coisas muito importantes em Rio Bravo. Primeiro, há uma mudança (ou chamemos-lhe a “criação” duma espécie de filme-tipo) no western que Hawks concretiza aqui, a glorificação da resistência. Segundo, a realização de Hawks, aqueles planos plongês e contra-plongês no saloon, os seus enquadramentos, o contraste daquele espaço da cadeia e dos seus planos americanos com o espaço do saloon, esse mesmo espaço que transfigura todas aquelas personagens que ali coabitam, o relacionamento entre Wayne, Martin e Brennan. Em suma, a mise-en-scène de Hawks. Por isso, Rio Bravo é dos westerns mais importantes jamais feitos.
Offret é um dos meus filmes de eleição de todos os tempos (senão o filme de eleição). Offret é a mais bela despedida de um cineasta. É, porventura, o filme mais belo de todos os tempos. Embora não seja um drama na acepção da palavra, podemo-lo considerar dessa forma.
Bom Dia de Ozu foi descoberta recente mas conquistou-me por completo. Aqui tive algumas dificuldades pois vi-me indeciso entre este, A Enguia de Shohei Imamura e Madadayo de Akira Kurosawa. Escolhi este pela beleza do cinema de Ozu, pelos planos de Ozu. Porque no cinema de Ozu não há movimentos de câmara, mas há planos picados e contra-picados, há planos abertos e planos médios, etc.
Apocalypse Now será, porventura, a escolha mais concensual, mas poderia muito bem ter escolhido The Thin Red Line do Malick, Idi I Smotri do Elem Klimov ou Ivanovo Detstvo do Tarkovsky. A escolha recaiu neste porque destes que menciono foi o primeiro que vi e tenho um carinho especial por ele.
A Zona é uma escolha peculiar mas que tem explicação. Escolhi este filme porque é, para mim, o filme mais importante que se fez nestes últimos anos em Portugal (e talvez na Europa). Isto porque o cinema que Aguilar explora aqui é algo que no cinema português é muito raro. E só isso concede uma extrema importância a este filme. O filme do Aguilar é, antes de mais, uma estreia poderosa do cineasta e um cinema que vem na esteia de Tarkovsky, Lynch e Bartas. Introspectivo e muito ligado ao som e à imagem, vive disso e dos silêncios, das expressões faciais e da sua “veia” sensorial. Obscuro e enigmático. É um filme muito importante para o cinema (para o que se quer em cinema) não só em Portugal como no mundo inteiro.
Boas escolhas! Rio Bravo é o que é, acho que o filme e o contexto de produção falam por si, Apocalypse Now é jogar seguro, eheh, preferia ver aí o Idi I Smotri, que referiste no comentário ou um do Fuller. O "Big Red One" é um monumento, por exemplo. Mas nada contra, nada contra, é um filme extraordinário o do Coppola. Ozu e Tarkovski são génios, portanto tudo o que façam transcende géneros e fronteiras (o Hawks é diferente, porque trabalhava no studio system, mas claro que qualquer western dele é sempre mais que um western), mas percebo o porquê das escolhas. A Zona é uma escolha tão boa como qualquer outra para estes últimos três anos, porque ainda é muito cedo para fazer esse discernimento. A história dirá quem tem razão, eheh
ResponderEliminarWESTERN: Não conheço; aliás, é um género que ainda não explorei.
ResponderEliminarSACRIFÍCIO: Nunca teria pensado nisso, mas, no fundo, tal como todos os filmes de Tarkovsky ... é um grande drama da vida. Profundo, eloquente, magistral. Boa perspectiva ;)
OHAYO: Não conheço, mas quero muito conhecer Ozu.
Também apreciei imenso estas escolhas. Os dois primeiros filmes conto vê-los assim que possível.
ResponderEliminarObrigado a todos pelos comentários ;)
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
O melhor leque de escolhas...
ResponderEliminar"Ohayô" e "Zona" à parte, que não conheço, todas as restantes escolhas se enquadram perfeitamente nos géneros a que aludem, apesar de variarem entre o lógico ("Rio Bravo" e "Apocalypse") e o subjectivo ("O Sacrifício").
ResponderEliminarAgradeço os comentários de todos ;)
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
São das minhas escolhas preferidas! Fantásticas escolhas!
ResponderEliminarTIAGO RAMOS: A sério? Não sabia que já tinhas visto obras como O SACRIFÍCIO ou RIO BRAVO. Falhas que espero colmatar em breve.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «