sábado, 13 de novembro de 2010

«As Escolhas dos 20» #13

20 Escolhidos revelam 5 escolhas que definem a 7ª Arte.

Escolhido #13 - Rato,
autor do blogue O Rato Cinéfilo

O grande filme de Terror:A Mosca (1986), de David Cronenberg

O Musical que define o género:West Side Story (1961), de Jerome Robbins e Robert Wise

O Romance dos romances:Love Story (1970), de Arthur Hiller

A Comédia por excelência:A Festa (1968), de Blake Edwards

O filme que define os últimos 3 anos de cinema:Sacanas Sem Lei (2009), de Quentin Tarantino

Agradecimentos especiais: Rato.

Quem será o Escolhido #14 e quais serão as suas Escolhas?

32 comentários:

  1. Óptima lista, preenchida de títulos que me dizem muito.

    WEST SIDE STORY será, provavelmente, o meu musical de eleição. E o humor de A FESTA é de causar incontinência urinária... :)

    Cumps.

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  2. Sim, o WEST SIDE STORY é O musical. Não é o que mais me preenche mas é sem dúvida o mais completo. Nem sei se isto lá muito sentido, mas enfim.

    Os restantes, LOVE STORY, THE FLY, INGLORIOUS BASTERDS, todos óptimos filmes! Boa lista!

    Cumprimentos,

    Jorge Rodrigues
    Dial P for Popcorn

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  3. Tarantino com IB sempre!Estive muito indecisa entre esse o Dark Knight, mas tive de dar ao Nolan aquilo que ninguém lhe deu!
    "A mosca", mais um dos que figuram na minha lista de filmes a ver! Os outros penso que não conheço, infelizmente ... :S

    http://cinemaschallenge.blogspot.com/

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  4. Quando o Roberto Simões amavelmente me convidou a participar nesta iniciativa, alertei-o para o facto de não se ir chegar a qualquer conclusão válida, dada a infinidade de escolhas para cada uma das categorias. Mas isso só seria verdade se fosse esse o objectivo do Roberto. Não o é de facto. O que realmente este “jogo” accionou foi o acender de 20 rastilhos diferentes que irão explodir (mais de metade já explodiu) em outras tantas e acesas discussões sobre aquilo que une todos os frequentadores deste blogue – o amor pelo CINEMA.
    Parabéns, portanto, pela faiscante ideia!

    Quanto às minhas próprias escolhas, alerto desde já para a necessidade de não as levarem muito a sério, pois tratam-se apenas das escolhas feitas no dia em que enviei o respectivo email ao responsável por este CineRoad. Se esse email fosse remetido no dia imediatamente a seguir provavelmente alguns desses títulos seriam completamente diferentes. Por outro lado, a obrigatoriedade de nos cingirmos apenas a 4 géneros diferentes veio dificultar ainda mais esta missão impossível. A propósito, aproveito para deixar aqui a minha frustração pelo facto do Thriller (algo fundamental no cinema) não constar dos géneros seleccionáveis. Bem que podia ter substituído a Animação (apenas uma pequenina e inocente provocação). E, já agora, porquê a descriminação conferida ao “Cinema Oriental”? Quem aprecia um Kurosawa, um Ozu ou um Mizoguchi (só para citar três nomes do topo do cinema japonês) facilmente escolheria um dos filmes desses realizadores para figurar em alguns dos outros géneros. Por essa ordem de ideias, então deveriam ter sido incluídos, por exemplo, os cinemas “Latino-Americano”, “Francófono”, “Ibérico”, e por aí fora...

    Bom, mas vamos lá então ao que interessa, aos porquês da minha selecção, feita escrupulosamente dentro dos parâmetros pré-definidos.
    Para já dizer que tenho 57 anos e que adoro cinema desde tenra idade. Acho isso importante, até porque tanto quanto julgo saber a grande maioria dos intervenientes neste blogue é de uma idade bastante inferior à minha. E tenho constatado, ao longo dos anos, que a vida nos vai moldando lentamente os gostos, inclusivé no modo como vemos e apreciamos os filmes que acabam por fazer parte intrínseca dessa mesma vida.

    A escolha do filme do último triénio foi para mim a mais fácil de todas, Tenho para mim que o cinema sempre assentou em dois pilares fundamentais – a coluna da indústria e a coluna da arte. Durante muitos anos conseguiram equilibrar-se uma à outra e assim sustentar o templo; mas é minha convicção que com o passar dos anos esse último suporte foi sendo minado por térmitas vorazes (não, a “culpa” não foi do Sansão do DeMille) e hoje em dia, já em pleno século XXI, só através de escoragens esporádicas é que ainda se vai conseguindo, a muito custo, manter o edifício em pé. Portanto, a missão de escolher um filme que representasse estes últimos três anos teria forçosamente muito que ver com a coerência desta minha maneira de pensar. Se não me quisesse enganar a mim próprio e seguir fielmente as minhas ideias, a escolha só poderia recair no filme “Avatar” que infelizmente acredito ser o verdadeiro arauto do cinema do futuro. Mas mesmo em tempos de naufrágios o meu instinto de sobrevivência sempre me ajudou e, por isso, fui buscar forças ocultas e agarrei-me em desespero a uma das (poucas) tábuas de salvação que ainda consegui encontrar à minha volta (sabe-se lá se ainda restos do Titanic). E escolhi, quase por instinto, a que me pareceu mais sólida e capaz de me trazer a sobrevivência no futuro (considero que o Quentin Tarantino já nos deu provas suficientes de que o seu nome funcionará quase como um cheque em branco para o cinema que está para vir). Só não sei é quanto tempo mais andarei a boiar…
    (continua)

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  5. Dos géneros por mim escolhidos o mais fácil de lhe colocar uma “máscara” na cara foi sem dúvida o Musical. Mesmo assim ainda experimentei uns vinte ou trinta modelos e, acreditem, todos lhe assentavam que nem uma luva. Mas depois lembrei-me que só por volta dos meus 18/20 anos é que me comecei a interessar por esse género tão específico e que até então arrogantemente desdenhava (convém lembrar que a juventude dessa época, a “minha” juventude, queria era “sex, drugs and rock ‘n’ roll” – nunca um epíteto foi tão apropriado a um tempo). Foram responsáveis por essa mudança radical filmes como “Cabaret” (1972), “Sweet Charity” (1969), “Fiddler on the Roof” (1971) ou “Paint Your Wagon” (1969). E esses primeiros incentivos levaram um grande safanão quando pela primeira vez vi o “West Side Story” em reposição, numa sala enorme e no esplendor dos 70 mm e das 6 bandas estereofónicas (a técnica de ponta desses anos). Fiquei completamente siderado e a partir dessa altura iniciei uma viagem no tempo para descobrir todos os grandes tesouros musicais do passado.
    Trata-se portanto de uma homenagem e também de uma escolha do meu foro íntimo (para além de pessoal), tal como de certo modo o foram as restantes três, nas quais no entanto as dificuldades aumentaram exponencialmente.

    Abreviando: depois de recordar muitas dezenas de histórias de amor, todas elas vividas por terceiros nos écrans das minhas memórias, acabei por concluir que o “maior” romance de todos só poderia mesmo estar ligado ao meu primeiro amor de juventude (o tal que nunca se esquece). Nessa premissa, apenas três filmes se colaram, indissociavelmente, a essa ligação a dois – o “Friends”, de 1971 (quando é que falas dele, Roberto?), “Romeu e Julieta” (1968) e este “Love Story” de 1970. A opção entre os três seria completamente arbitrária, não fosse o caso de ter reencontrado esse primeiro amor da juventude aqui há uma dezena de anos atrás e de, uma vez mais, termos revisto esse último filme na companhia um do outro. Querem melhor justificação para a escolha final?
    (continua)

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  6. Para o cinema fantástico (como eu gosto de chamar a tudo o que se considera de horror, gore, terror, sobrenatural e por aí fora) a tarefa da escolha complicou-se ainda mais, até porque neste caso não podia deitar mão a qualquer subterfúgio íntimo que me pudesse sossegar o espírito na decisão a tomar. Ainda por cima sou um grande fã do género e as referências surgem-me de todo o lado: os clássicos dos anos 30 e 40, os filmes ingleses da Hammer, toda a escola italiana (Dario Argento, Mario Bava, Lucio Fulci), a originalidade dos orientais, alguns dos mais perturbantes Polanski, enfim, aqui o termo “infinito” tem toda a razão de poder ser aplicado. Acabei por me decidir pelo Cronenberg, por ser um realizador que já me deu muitos prazeres, todos eles maravilhosamente horripilantes. O maior dos terrores será sempre o psicológico, o que sentimos bem dentro de nós. E Cronenberg, que usa a mente e o corpo humano para molde das suas fantásticas histórias é certamente um mestre no género. Além do mais, esta versão da “Mosca” tem o aliciante extra de ser simultâneamente uma história de amor-louco, o que contribuíu ainda mais para ter sido a feliz seleccionada (naquele preciso dia do envio do email, convém relembrar).

    Finalmente a comédia, uma das maiores artes do cinema de todos os tempos. Estive quase a optar por outro género, dada a tarefa gigantesca que se me deparou pela frente. Mas enchi-me de coragem e, tal como no género do fantástico, fui revendo os filmes das minhas memórias: os clássicos do Chaplin e do Keaton, os filmes subversivos dos Irmãos Marx, as “screwball comedies”, as paródias do Jerry Lewis, o mundo tão particular do Jacques Tati, o Mel Brooks e o Woody Allen dos primeiros anos, as italianadas deliciosas da Sofia e do Mastroianni, o Brel no “L’émmerdeur”, o requinte do Lubitsch ou a acutilância de um Wilder, eu sei lá..., o céu é o limite para todos esses paliativos da infelicidade. Por fim, socorri-me uma vez mais de uma artimanha íntima e perguntei-me quais os filmes em que o elemento dramático se encontrava reduzido à expressão mínima ou mesmo inexistente (a ideia de encontrar a “comédia total”) e que hoje em dia ainda têm o condão de instantâneamente aplacarem os meus maus humores e que por isso tenho sempre “à mão de semear” para uso urgente. Aí as hipóteses foram drasticamente reduzidas a meia dúzia de títulos e esta “Festa de Loucos” ocupou naturalmente o lugar da frente. Para quem nunca viu (e acredito que sejam muitos entre vocês), este delirante filme de Blake Edwards (que foi responsável também pela série da pantera-cor-de-rosa) é filmado quase inteiramente dentro de uma faustosa mansão de um produtor de Hollywood na qual se realiza uma festa para a qual é convidado por engano um infeliz actor indiano que tinha sido despedido alguns dias antes durante a rodagem de um filme. A personagem é desempenhada, com sotaque incluído (“birdie-num-num”), pelo genial actor inglês Peter Sellers, que atinge aqui o apogeu máximo de toda a sua comicidade.

    E pronto, caros amigos e cinelovers, desculpem a extensão invulgar desta missiva, mas penso que no fim de contas é no uso (e abuso) de todas as caixas de comentários que reside a força e o grande interesse deste CineRoad. Uma longa vida recheada de bons filmes é tudo quanto vos desejo. E não se fiquem só pelas “obras-primas”, vejam também os rascas e os supérfluos, que de igual modo vos trarão memórias deliciosas no fim da estrada.

    (THE END, AT LAST!)

    O Rato Cinéfilo

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  7. Só agora me apercebi que tiraste a Ali MacGraw do enquadramento. Isso não se faz a uma carinha tão laroca, Roberto :)

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  8. boa lista.


    "a mosca", ao tempo, heh.

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  9. Mais umas escolhas interessantes, acho-as sempre quando não vi quase nenhum, e aqui é o caso. Só vi o Inglourious Basterds que a propósito, se adequa na perfeição, um grande grande filme de um Tarantino ao seu mais alto nível.

    The Fly, West Side Story, Love Story e A Festa nunca vi, e só os dois primeiros é que estão listados para ver. A seu tempo.

    abraço

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  10. Não me vou alongar muito por aqui, até porque conheço muito bem todos os gostos (e não só cinéfilos) do meu amigo Rato, de quem me orgulho de ser amigo há 50 anos! Nascemos os dois naquela terra linda do Índico (hoje tão desfigurada) e partilhámos juntos os bancos da escola, do liceu e da universidade (somos ambos colegas de profissão, também), além de outros interesses e vivências ao longo da vida.
    Como não podia deixar de ser 5 escolhas na "mouche", excelentes e criteriosas, que podiam muito bem ser as minhas.
    Um abraço, amigão!

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  11. É a lista com que eu menos me identifico. Só vi o último filme escolhido, "Sacanas sem Lei", o que não me permite discursar convenientemente.

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  12. SAM: WEST SIDE STORY será mesmo, muito provavelmente, o primeiro destes que verei, em breve.

    JORGE RODRIGUES: Ainda tenho muitas descobertas a fazer, por aqui.

    ANDREIA MANDIM: Entretanto, caso não te tenhas apercebido, já mais alguém lhe deu, a Nolan, aquilo que tu lhe deste ;)

    RATO: Antes de mais, peço desculpa ter cortado a carinha laroca; não se faz nem me senti bem em fazê-lo, mas teve que ser ;) Arranjar a imagem certa com as dimensões que pretendo nem sempre é fácil quando se tratam de filmes menos recentes, dada a sua menor qualidade.

    Em seguida, agradeço a congratulação pela iniciativa. É uma iniciativa, à semelhança das demais, que se fazem em conjunto, graças a todos. Eu é que tenho a agradecer a todos os que alinharam, aos 20 e aos que não poderão ser seleccionados neste primeira série.
    Desde o início que sabia que o debate que se adivinhava seria incendiário. Era precisamente isso que pretendia e penso que se haverá memória, por mínima que seja, desta iniciativa, será a de uma temporada de debate interessante e muito bem passada. Penso que se tem tornado minimamente enriquecedor, a muitos níveis.

    Gostei das justificações, especialmente da bem humurada demanda em que terminas que nem Camões, a nado com os Inglourious Basterds na mão ;)

    Agradeço pela participação e pela estimada dedicação ;)

    J...: Nunca vi. O DVD já me passou pelas mãos incontáveis vezes, no entanto nunca me despertou especial interesse.

    JORGE: Estou no mesmo barco! ;)

    BILLY RIDER: Fica a concordância e o testemunho. Da minha parte, fica apenas o comentário: 50 anos de amizade é obra ;)

    TIAGO VITÓRIA: Estou no mesmo barco, repito; as escolhas configuram-se, pois, boas recomendações.

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  13. Eventualmente a questão geracional pode ser encarada de importância relativa mas é evidente que ela é fundamental, sobretudo quando impossibilita comentar o que nunca se viu.
    Não é o meu caso, felizmente, que concordo a 100% com as escolhas do Rato.
    Não se ter visto, ainda, o "Love Story" ou "The Party", é capaz de não ser pecaminoso, apesar de constituírem dois clássicos absolutos dos respectivos géneros. Já me admiro mais com a invisibilidade demonstrada facer ao filme do Cronenberg. Caramba, o filme pertence já à segunda metade dos anos 80, não está assim tão longe como isso.
    Agora, grave, gravissimo (para quem quer ter a noção do que é o Cinema e o Musical em particular) é o não conhecimento de uma obra como "West Side Story". De que estão à espera? O filme está aí, numa qualquer loja FNAC ao pé de si.
    Aprende-se Cinema como se aprende a ler ou a escrever. É por isso que não faz qualquer sentido pegar-se num romance ou num tratado filosófico sem se saber o abecedário. Tudo tem um princípio e um fim - alguém já viu uma casa ser construída pelo telhado?

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  14. NOWHEREMAN: Cada um tem a sua estrada e as descobertas de cada um fazem-se a seu tempo. Não vi WEST SIDE STORY, não tenho 50, 40 nem 30 anos. Tendo um enorme gosto pelo cinema, na minha casa dos 20, fiz as descobertas que pude e tão-pouco me angustiam as que não fiz. Fiz, efectivamente, as que pude. E estou convicto de que farei muitas outras, tenha eu tempo e saúde. WEST SIDE STORY é, como tantos outros, um filme que nunca vi e que quero muito ver, como já referi nos comentários anteriores. Concordo inteiramente com "aprende-se cinema como se aprende a ler ou a escrever" mas detesto quem do cimo de um palanque tece considerações nesse tom. Mas detesto mesmo. Não há necessidade nenhuma disso. WEST SIDE STORY há por aí à venda como tantos outros títulos; e eu compro-os às centenas por ano e sabe a minha conta bancária muito bem como é verdade.

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  15. Exactamente o que penso. O comentário do nowhereman é muito pertinente.

    Isto é como tudo, como é que queremos evoluir e entrar mais neste mundo fantástico do cinema, se não formos aos alicerces e bases que permitiu o que hoje em dia se faz. Para que existe afinal a história, a cultura, isto tem tanto de básico como de fundamental perceber-se. E tanto se pode falar de cinema como qualquer área, sobretudo em mares artísticos. Eu diria que é praticamente obrigatório o conhecimento de alguns clássicos, e mesmo que nos custe ao início, a qualidade está lá, é preciso é paciência e gosto, e a coisa vai se entranhando, ao ponto de não querermos outra coisa senão os bem ditos clássicos :)

    Falo por experiência própria, quando me comecei a interessar mais por cinema, e a querer mais (facto relativamente recente), para mim foi inevitável e obrigatório a visita a clássicos, seja de que década for. Depois as surpresas e as descobertas acumulam-se e é desbravar toda uma história que fala por si.

    No entanto, eu costumo dizer tudo a seu tempo e a vontade, a boa consciência e a personalidade ditará quando tal passo e evolução acontecerá. No fundo o que é necessário é gostar e amar o cinema.

    abraço

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  16. Aí está de novo o mesmo juízo errado que costumas fazer, Roberto, ao identificar com "arrogância" e sei lá que mais algo com o que, segundo afirmas, até pareces concordar. Não se trata aqui de nada disso, nem de palanques nem de tribunas nem sequer de um reles banco de mesa. Poderá ser o cariz que dou ao modo de escrever que te sugira essa interpretação, mas garanto-te que está muito longe de mim qualquer tipo de "pedantismo" ou algo semelhante.
    Só que, lá está, faz-me um pouco de estranheza alguém como tu, que considero sem qualquer dúvida, um apaixonado pela 7ª Arte, e, tal como dizes, gastar tanto dinheiro na compra de DVDs (também eu o faço, não te preocupes) ainda não ter pescado um título tão fundamental como é o "West Side Story", mesmo que não sejas um apreciador do género. Enfim, só espero que preenchas essa lacuna o mais rápido que puderes. Tens a minha garantia que não te irás arrepender.

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  17. JORGE: É isso mesmo ;) De acordo, inteiramente.

    NOWHEREMAN: Aceito que aches estranho, mas eu tenho vinte e poucos anos, poucos dos quais dedicados ao cinema. Não nasci numa família em que a cultura faça propriamente parte (falo do cinema, teatro, literatura, etc.) e cedo tracei um caminho pessoal que me distinguiu dos horizontes aos quais as minhas origens me condicionavam ou limitavam. E sinto necessidade de te falar por alto de algum do meu percurso para perceberes como não tem nada de estranho. Até aos meus 20 anos dediquei grande parte da minha vida à música e à literatura, àreas nas quais tenho formação. Comecei um maior contacto com o cinema aos 15/16 anos, mas só desde os 20 me tenho dedicado praticamente em exclusividade ao cinema. Tenho 23 anos e orgulho-me de partilhar a gerência de uma empresa que, precisamente desde há três anos, me rouba imenso tempo. Os mesmos três anos são os de aprofundamento dessa estrada. Em três anos, creio que é - modéstia à parte - um percurso notável. É claro que estudar literatura e arte na faculdade me deu uma bagagem inestimável. A intertextualidade entre literatura e cinema é enorme. Em três anos e mesmo com uma agenda diária complicadíssima e estafante, penso que o CINEROAD fala por si. Não, não vi WEST SIDE STORY, como não vi tantos outros. Tenho 23 anos, dedico imenso do meu tempo ao cinema, mas há vida para além dos filmes. E deverá haver sempre. Já está desde há umas semanas a ser preparada uma iniciativa conjunta sobre musicais para o mês de Fevereiro. Tenho a certeza que descobrirei WEST SIDE STORY como muitos outros filmes e que a minha análise irá muito para além do superficial - como creio, é costume.

    A língua é traiçoeira, ainda para mais escrita, pelo que fica o benefício da dúvida. Nem que seja sobre bancos da escola, não apreciei o registo com que dirimiste as palavras e os sentidos, porque não ter visto um grande filme não é nada de extraordinário. Certamente morrerei, tal como tu, sem ter descoberto muitos grandes filmes. Que falhas graves. gravíssimas cometerei, inocentemente (julgo).

    Aceito a tua garantia, com todo o gosto, aliás tenho há muito a expectativa de que irei gostar e apreciar (d)o filme e peço desculpa se porventura interpretei mal o "pedantismo" que afinal não é. E terei todo o gosto de discutir o WEST SIDE STORY se um dia nos encontrarmos e formos tomar um café. Tenho certamente muito para ouvir e aprender contigo, com o Rato e com todos quantos partilham esta minha/nossa estrada.

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  18. A nova imagem para ilustrar a escolha do LOVE STORY é cortesia do próprio Rato.

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  19. ROBERTO:
    O teor do tua resposta ao meu último email só fez aumentar, ainda mais, a consideração que sempre senti pelo responsável deste CINEROAD.
    O melhor de tudo para ti e...
    Grande abraço!

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  20. Olá Roberto, só mais uns pequenos ajustes. Tenho reparado que costumas colocar os títulos dos filmes em português. Assim sendo, deixo-te aqui esses traduções:

    - West Side Story > Amor Sem Barreiras
    - Love Story > Uma História de Amor
    - The Party > Festa de Loucos

    Abraço

    O Rato Cinéfilo

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  21. Caro Rato Cinéfilo,

    um breve reparo: THE PARTY foi traduzido em Portugal apenas como A FESTA. http://www.imdb.com/title/tt0063415/

    Cumps cinéfilos.

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  22. RATO: Agradaço. O título português de THE PARTY ficou A FESTA, tendo por base o IMDb. Mas acredito que o filme tenha sido lançado com esse nome em Portugal. Quanto aos outros dois casos, optei pelos títulos originais porque são sempre referidos quando falamos desses filmes, mas por uma questão de coerência, tens toda a razão.

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  23. Por acaso identifico-me, e coincidência ou não, partilho da maioria das condicionantes e traços da estrada do Roberto. Também tenho 23 anos, comecei a ter (mais) contacto com o cinema aí aos 18 (coisa que era muito escassa), e assim com mais interesse, e diria com um olhar mais apurado e interessado, apenas aos 20/21 (não tenho bem certeza da fronteira). Enfim, com algumas pequenas nuances, o meu trajecto aproxima-se do do Roberto, e aí percebo-o. O caminho todos o traçamos, senão veja-se o meu: comecei por ver apenas filmes que me interessavam pela acção, explosões e ritmo frenético (blockbusters essencialmente); depois interessei-me ou iniciei o gosto em dramas, comédias, animações, tudo o resto, mas continuando a ser muito comercial, de hollywood. Sempre a visualizar, o interesse vai aumentando e os filmes reconhecidos e premiados começam a soar, daí que me despertou os Óscares, e afins. Tudo a seu tempo, e a evolução vai-se dando. É inevitável, no meu caso foi. Em seguida deparei-me com a necessidade de ir a outras décadas, primeiramente visitei a de 90, onde tinha (e tenho) muitas falhas. Nunca fui daqueles que consumia habitualmente filmes de fim de semana à tarde. Daí o meu atraso grande quando me iniciei neste mundo. Até os meus amigos, que hoje em dia não se interessam mais do que naquela altura, me ultrapassavam então, e de que maneira!

    Depois da visita aos anos 90, foi mais do que óbvio, a bolha rebentou e, sem qualquer tipo de preconceito e aberto a quase tudo, lá me aventurei para as décadas mais antigas, para os clássicos, para as falhas que considero isso mesmo e para alguns títulos que sinto necessidade de ver. E cá estou, por vezes a ver a preto e branco, outras a cores. Gosto também de ir seguindo os anos mais recentes, a minha geração e a cultura vigente, ainda que com títulos mais modestos e mais comerciais. E é assim, neste momento estou à espreita de descobrir mais clássicos, mais países (que não conheço), e mais elites. Sim porque também tenho o objectivo de descobrir autores de cinema mais intelectuais. A seu tempo, a evolução dá-se e o passo seguinte é o mais óbvio.

    A minha estrada pode não ser a mais normal, mas foi a mais espontânea possível, de alguém que conhecia muito pouco. À deriva completamente fui-me apercebendo e, sem forçar, descobrindo. Depois o conhecimento vem daí. Como é bom o cinema, a chama pode abrandar mas acredito que nunca mais se vai apagar :)

    Um desabafo, pode não ser o sítio mais indicado...mas não resisti. Dei-me a conhecer melhor.

    abraço

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  24. JORGE: Sou apenas extremamente rigoroso na mediação dos assuntos em curso nas caixas de comentário das críticas. Nestes espaços, há uma abertura maior para tratarmos questões de outra natureza, entre as quais estes desabafos por meio dos quais nos ficamos a conhecer melhor, efectivamente. Não sou muito dado a falar de mim, mas desta vez achei que seria necessário. Fizeste bem em partilhar connosco o teu percurso ou parte dele. Sente-te em casa.

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  25. Erro do IMDB, Sam. O título em português foi na verdade "Festa de Loucos".

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  26. Corroboro a informação do Rato. Estamos ambos a falar quando o filme se estreou em Portugal, em 1968. Depois, muito mais tarde, é que resolveram abreviar para "A Festa" e é assim que agora aparece nas edições em português. Mas é apenas um preciosismo, nada mais. Vejam é o filme que é o que interessa.

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  27. Muito boa lista!
    De todos penso que nunca vi o A FESTA mas o resto é de grande categoria. Fiquei até embevecido ao ver alguém causar destaque ao filme A MOSCA (fascinante remake de Cronenberg - que tal como nos tempos actuais teve um sequela sem sal...).
    As escolhas são tão bem fundamentadas, que se percebe bem que a cinefilia pertence-lhe desde sempre com muita afeição (tanta que já parece não caber mais... nem a animação!).
    Parabéns e um forte "Well done!"

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  28. Gosto do filme The Fly, mas não o consigo achar assim tão icónico. Mas percebo a escolha. Nada a apontar ao restante...

    E... Roberto. Big speech! ;)

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  29. TIAGO RAMOS: Nunca vi A MOSCA e nem por sombras que me nasce a curiosidade, apesar de gostar do realizador (ainda que mais da sua recente filmografia). Quanto ao discurso, foi verdadeiro ;)

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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