★★★★
Realização: Martin Scorsese
Principais Actores: Nicolas Cage, Patricia Arquette, John Goodman, Ving Rhames, Tom Sizemore
Crítica:
NOVA IORQUE FORA DE HORAS
Saving someone's life is like falling in love. The best drug in the world. For days, sometimes weeks afterwards, you walk the streets, making infinite whatever you see. Once, for a few weeks, I couldn't feel the earth - everything I touched became lighter. Horns played in my shoes. Flowers fell from my pockets. You wonder if you've become immortal, as if you've saved your own life as well. God has passed through you. Why deny it, that for a moment there - why deny that for a moment there, God was you?
I'd always had nightmares,
but now the ghosts didn't wait for me to sleep.
but now the ghosts didn't wait for me to sleep.
Em Por um Fio - presentes estão as reminiscências de Taxi Driver - o atormentado é Frank Pierce (Nicolas Cage, num grande papel), um paramédico do serviço de urgência de Nova Iorque, que deambula pela cidade, à noite, pronto a prestar socorro a qualquer momento.
Saving someone's life is like falling in love. The best drug in the world. For days, sometimes weeks afterwards, you walk the streets, making infinite whatever you see. Once, for a few weeks, I couldn't feel the earth - everything I touched became lighter. Horns played in my shoes. Flowers fell from my pockets. You wonder if you've become immortal, as if you've saved your own life as well. God has passed through you. Why deny it, that for a moment there - why deny that for a moment there, God was you?
As chamadas sucedem-se e a sua âmbulância cruza um autêntico inferno de condenados: miseráveis, drogados, prostitutas... Às tantas, a grande questão para ele é precisamente: para quê salvá-los, se ninguém os cura e se eternamente continuarão a ser o lixo da cidade? Há compaixão para com esses perdidos, mas, ao mesmo tempo, todos eles enchem as alas hospitalares, noite após noite, todos eles estão mortos e não há esperança de salvação. Não seria mais útil para a sociedade salvar apenas aqueles interessados na vida?
A contradição da profissão que desempenha começa a angustiar Frank, seriamente. A falta de dormir e de se distanciar desta atmosfera louca e sinistra impõe-se. Tenta despedir-se e afastar-se, mas simultaneamente sente misericórdia para com as personagens noctívagas, repetentes e reincidentes. O cansaço torna-se tão intenso que Frank sucumbe ao ritmo frenético das urgências, iluminado pelas luzes e pelas cores da cidade (fotografia de Robert Richardson), e começa a alucinar, assombrado pelas vidas que perdeu, e pelas vozes daquelas que lhe imploram por partir.
O filme é negro, satírico, e o humor que lhe verte da veia é cáustico, corrosivo (argumento de Paul Schrader, a partir do romance de Joe Connelly). O filme, de resto, encontra-se bem montado e bem realizado, virtuoso nos movimentos de câmera e na captação de todo o ambiente daquelas ruas. O restante elenco tem prestações convincentes; destaco Patricia Arquette, John Goodman e Tom Sizemore. O filme é bom, mas é claramente um filme menor de Martin Scorsese, tendo em conta os tantos títulos magistrais e/ou geniais que a sua carreira nos trouxe. Porém, é um feito que - sem dúvida - muitos outros realizadores gostariam de igualar.
A contradição da profissão que desempenha começa a angustiar Frank, seriamente. A falta de dormir e de se distanciar desta atmosfera louca e sinistra impõe-se. Tenta despedir-se e afastar-se, mas simultaneamente sente misericórdia para com as personagens noctívagas, repetentes e reincidentes. O cansaço torna-se tão intenso que Frank sucumbe ao ritmo frenético das urgências, iluminado pelas luzes e pelas cores da cidade (fotografia de Robert Richardson), e começa a alucinar, assombrado pelas vidas que perdeu, e pelas vozes daquelas que lhe imploram por partir.
O filme é negro, satírico, e o humor que lhe verte da veia é cáustico, corrosivo (argumento de Paul Schrader, a partir do romance de Joe Connelly). O filme, de resto, encontra-se bem montado e bem realizado, virtuoso nos movimentos de câmera e na captação de todo o ambiente daquelas ruas. O restante elenco tem prestações convincentes; destaco Patricia Arquette, John Goodman e Tom Sizemore. O filme é bom, mas é claramente um filme menor de Martin Scorsese, tendo em conta os tantos títulos magistrais e/ou geniais que a sua carreira nos trouxe. Porém, é um feito que - sem dúvida - muitos outros realizadores gostariam de igualar.
Não gostei. Nem o consegui acabar de ver...
ResponderEliminarÉ um dos meus preferidos do Scorsese e um dos mais subvalorizados dele.
ResponderEliminarÉ, a seguir ao The King of Comedy, o filme mais underrated do Scorsese. Muito bom.
ResponderEliminarÉ uma das produções mais esquecidas do Scorsese e foca um lado do diretor que eu, até então, não conhecia. Gostei bastante (estou querendo rever).
ResponderEliminarCultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Bom filme, péssimo actor
ResponderEliminarUma viagem a um modo de vida maluca, com Nicolas Cage perfeito no paramédico estressado que precisa lidar com as pessoas e situações estranhas.
ResponderEliminarUm bom filme, como toda a obra de Scorsese.
Abraço
Adoro esse! Scorsese no seu mais versátil.
ResponderEliminarUm filme de grande qualidade de Scorsese, revela a sua mestria na realização em eximios exercicíos de câmara, uma fotografia perturbadora, um herói constrangedor, uma fábula agoniante.
ResponderEliminarO meu comentário completo ao filme:
http://estupidomaestro.blogs.sapo.pt/826.html
Ainda não vi este.
ResponderEliminarhttp://comfortamblynumb.blogspot.com/
JACKIE BROWN: Eu gostei, é um bom filme, apesar de não ser dos melhores do realizador.
ResponderEliminarÁLVARO MARTINS: Não partilho exactamente da mesma opinião. Não é um dos meus favoritos dele, nem sequer o considero um dos melhores dele.
PREZBO: Bem-vindo ao CINEROAD. É, de facto, um dos mais underrated. É um bom filme, não o considero muito bom.
PSEUDO-AUTOR: Subscrevo inteiramente.
RATO: Nicolas Cage, também não o considero um grande grande actor, não. As suas personagens são sempre muito parecidas, o que fala por si. Ele aqui está bem.
HUGO: Penso que a filmografia de Scorsese, no seu cômputo geral, é bem mais do que "boa" ;)
WALLY: Não mostra assim tanta versatilidade quanto isso, na minha opinião. Afinal, regressa a Nova Iorque e às suas ruas de podridão.
PEDRO EMANUEL CABELEIRA: Bem-vindo ao CINEROAD. Sim, é tudo isso. Partilho da mesma opinião.
DUARTE ALVES: É um bom filme, mas não creio que seja essencial.
Cumps.
Roberto Simões
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