Álvaro Martins, Preto e Branco
The Alamo é a exaltação da liberdade, da resistência e da república. É a luta contra a tirania. O filme de John Wayne tem tudo para ser (e é-o) um grande épico. Não só na magnificência dos cenários e da sua história, mas essencialmente por tudo o que o Duke herdou de Ford. Acima de tudo, a glorificação do seu (Ford) cinema e o patriotismo. E é este “herdamento” (além das interpretações, da fotografia, das sombras, da forma como filma o céu [novamente Ford], etc.) que faz com que o Duke consiga encontrar o equilíbrio essencial para criar um épico desta natureza. E, seguramente, há poucos como este.
Por acaso tinha-o marcado à pouco tempo para o ver. Curioso. E claro me parece um grande filme, o que se confirma mais com a crítica. A ver, a ver, um dia destes, até porque mistura dois dos meus géneros predilectos, o Western com o épico.
ResponderEliminarVi há uns tempos o remake de 2004, não sei se as histórias divergem muito, mas desse não gostei. Demasiado incoerente e com pouca dose de entretenimento.
abraço
Vi esta "coisa" do Wayne há algumas dezenas de anos e a memória não guardou nada de positivo ou interessante. E não será de admirar, visto se tratar da estreia do actor atrás das câmaras - experiência felizmente só repetida uma vez mais com o fascizante "Green Berets" em 1968. Citar a "influência" de John Ford a propósito deste filme só deverá ser mesmo por se tratar do actor-fétiche do tal realizador que "fazia westerns" (como ele gostava de se apresentar). Se, como já tive ocasião de dizer, e repito, John Wayne foi um actor medíocre, então como "realizador" nem sequer me atrevo a classificá-lo para não ferir as susceptibilidades dos seus admiradores.
ResponderEliminarE claro que "The Alamo" não é qualquer "épico" que se preze. Mas, claro, isso sou apenas eu a dizer.
JORGE: Pois, o remake sempre se me apresentou com um aspecto tão duvidoso que nunca pensei sequer em vê-lo.
ResponderEliminarRATO: Também eu tenho algumas dúvidas sem fundamento em relação à pureza deste "épico", mas ainda não o vi, ainda não tive oportunidade; de qualquer forma fica proporcionada a discussão.
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - Há 2 Anos na Estrada do Cinema «
A discussão possível é que o Rato veja o filme outra vez (já que já foi à algumas dezenas de anos que o viu). Que não goste de westerns admito, agora dizer tais barbaridades! Mas não me admira que tenha essa opinião do filme já que diz que o Duke foi um actor medíocre.
ResponderEliminarEm primeiro, essa opinião do filme é a mais generalizada, por isso o filme é tão subvalorizado. Em segundo, e passo a citar "Citar a "influência" de John Ford a propósito deste filme só deverá ser mesmo por se tratar do actor-fétiche do tal realizador que "fazia westerns" (como ele gostava de se apresentar)." nesta frase disseste tudo sobre a tua visão (entenda-se entendimento) do cinema. Não só se trata aqui do "tal" realizador que fazia westerns (não fazia só westerns e não era só ele que fazia westerns, havia Hawks, Mann, Dmytryk, Lang, Sturges, Ray, Peckinpah, Preminger, todos eles a fazerem bons westerns) que por acaso é só o melhor realizador norte-americano de todos os tempos, como o Wayne não era o seu actor-fetiche (ou se o quiseres chamar assim terás de denominar o Fonda e o Stewart da mesma maneira) e não reconhecer a influência de Ford neste filme é...sei lá, voltando a citar referindo-me a quem a proferiu "nem sequer me atrevo a classificá-lo para não ferir as susceptibilidades..."
Eu também o digo e com todas as letras, caro Rato: "o-a-la-mo-não-é-é-pi-co-não-é-na-da".
ResponderEliminarE John Wayne ser um "realizador", e ainda por cima "à Ford", só contaram mesmo pra você, Álvaro.
Ó nowhereman o que já viste tu de Ford? E no que se caracteriza o seu cinema? E no que te fundamentas tu para dizeres que o Alamo não é épico nem é nada?
ResponderEliminarÉ que parece que percebes muito de Ford, preciso que me ensines então.
Que não haja confusões, caro Álvaro. Gosto de westerns, americanos ou outros (o sempre eterno Leone), alguns deles até se encontram entre os meus filmes de eleição: "High Noon", "Shane", "Johnny Guitar", "Rio Bravo", a própria "Desaparecida", só para citar alguns nomes.
ResponderEliminarNão considero é o Ford "o melhor realizador norte-americano de todos os tempos". Isso não, nem por sombras. Nunca gostei desse tipo de redundâncias, até porque há filmes e há filmes. Mas, já agora, não me custa nada citar meia dúzia de nomes de realizadores americanos que pessoalmente considero muito superiores a John Ford no âmbito geral das respectivas obras: Chaplin, Capra, Welles, Hawks, Lang (se considerarmos a naturalização), Ray..., pois, já citei a meia-dúzia.
Quanto a referir o "tal realizador que fazia westerns" limitei-me a citar o próprio Ford. Como vejo que és um grande fan, certamente recordarás o modo como ele muitas vezes se apresentava: "O meu nome é John Ford e faço westerns"
Quanto a John Wayne o caso é completamente diferente, pois trata-se de um dos meus "ódios de estimação". Todos os temos, inclusivé tu, como já tive ocasião de ler no teu blog (e muitos dos que citas pertencem de igual modo à minha "lista"). Mas o facto de não gostar do actor (nem tão pouco dos ideais que ele defendia) não me impediu de apreciar, e muito, alguns dos filmes em que ele participou. Mas nesses casos o grande mérito será mesmo dos realizadores, como já tive ocasião de referir noutros comentários.
E sim, Wayne era mesmo o actor-fétiche de Ford, tal como Stewart o era de Hitchcock ou o Jean-Pierre Léaud de Truffaut.
ÁLVARO: Não serei grande entendido em John Ford, até porque prefiro outros realizadores, e mesmo que o fosse não me veria nunca do alto de uma cátedra a ensinar fosse o que fosse a alguém. No cinema, como na vida, não existe melhor aprendizagem do que a práctica do dia-a-dia. Não faço ideia da tua idade mas sempre te digo que pertenço a uma geração já um pouco "rodada" - a mesma da do Rato, a quem tenho o prazer de conhecer pessoalmente há muitos, muitos anos.
ResponderEliminarPortanto, para quem já pisou muitos caminhos e sempre gostou de ver cinema, sou capaz de já ter visto alguns milhares de filmes, muitos deles repetidas vezes. Pelo menos coisas importantes não me ocorre nada que eventualmente me tenha "escapado" ao longo da vida.
E é claro que gosto de John Ford e dos seus westerns. Por isso, e em respeito ao realizador, é que acho um pouco absurdo apelidar Wayne de "realizador influenciado por Ford". Só isso.
Para mim, este é um dos meus filmes favoritos protagonizado por John Wayne, além de "A Desaparecida". O meu filme preferido com John Wayne é "Rio Bravo", realizado por Howard Hawks! Prefiro os westerns-spaghetti mas "Rio Bravo", segundo consta, é provavelmente o western mais copiado da História!
ResponderEliminarRato,
ResponderEliminarestamos então esclarecidos, gostas de westerns ;) é claro que o Lang não é para aqui chamado, o homem é alemão (p’ra mim é como dizer que o Deco ou o Liedson são portugueses). Gosto muito de Chaplin, de Capra, de Hawks, de Welles, de Ray (e sim podias citar mais do que meia dúzia, podias falar em Kubrick também, podias falar em Hitchcock, em Wilder, em Preminger, Fuller, Lumet, Kazan, etc etc.) Mas, não retirando nenhum valor a eles (bem pelo contrário, actualmente nos states encontras poucos que se lhe comparem, excepto nomes consagrados tipo Coppola, Scorsese, Malick ou Jarmusch), na minha humilde opinião (de quem ainda é muito novo) Ford foi e é sim o maior cineasta norte-americano de todos os tempos (influenciou muito cineasta). E claro que podes chamar o Wayne de actor fétiche do homem, mas o Fonda também o foi (e o Fonda foi um dos melhores actores de sempre), assim como o Stewart (outro dos melhores actores de sempre).
“Quanto a referir o "tal realizador que fazia westerns" limitei-me a citar o próprio Ford. Como vejo que és um grande fan, certamente recordarás o modo como ele muitas vezes se apresentava: "O meu nome é John Ford e faço westerns" ” A minha “indignação” não foi na citação, já toda a gente (que perceba o mínimo de cinema) ouviu essa citação. O problema foi o “tal”. Não gosto desse termo, acho que menospreza o que quer que seja.
Quanto ao ódio de estimação, percebo ;) embora não partilhe. Agora não acho justo que só por não gostares do homem o classifiques de medíocre. Isso não. Nessa minha lista tenho lá um bom actor, Gérard Depardieu, e nunca ninguém me ouviu ou ouvirá chamá-lo de medíocre embora não o suporte, aliás, como deves ter visto nos comentários gosto muito do Novecento. Portanto, claro que isso (o tal ódio, a irritação) não é impedimento para apreciar e reconhecer quer a eventual qualidade do filme, quer a eventual qualidade do actor.
(também não vou de encontro aos ideais defendidos por ele, o mesmo relativamente ao Kazan. Mas isso são outras histórias, nada tem a ver com o que aqui estamos a discutir. CINEMA)
nowhereman,
a minha idade encontra-se no meu perfil, qualquer um pode aceder. Depois, absurdo porquê? Se percebes assim tanto de cinema, deverias ter te apercebido que pelo menos neste filme se vê a influência de Ford (principalmente Ford, mas Hawks também). Absurdo é um termo muito imprudente da tua parte.
Depois, a idade não me diz nada. E a importância no cinema (como na vida) é relativa, eu tenho a minha e tu a tua e o Rato a dele. Orgulho-me de ver cinema a sério (sou novo mas já há mais de 15 anos que deixei de dar valor a americanadas tipo Gladiator) e orgulho-me ainda mais de ver cinema de todo o mundo e não me restringir só a um determinado país ou continente. Há bom cinema inclusive na América eheh (onde cada vez é mais difícil encontrar).
"Pelo menos coisas importantes não me ocorre nada que eventualmente me tenha "escapado" ao longo da vida."
Mais humildade ficava-te bem (ainda p'ra mais p'ra quem é tão "experiente" relativo a cinema como dizes) pois não haverá no mundo ninguém que já viu todas as "coisas importantes".
E, desculpa que te diga, mas não te vi responder a nenhuma das perguntas que te fiz.
Obrigado pela sugestão, João, mas já os "descobri" há muito tempo. A todos.
ResponderEliminarObrigado a todos pela sumarenta discussão ;)
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - Há 2 Anos na Estrada do Cinema «