★★★★★
Título Original: Ladri di BicicletteRealização: Vittorio de Sica
Principais Actores: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell, Vittorio Antonucci, Gino Saltamerenda, Giulio Chiari, Elena Altieri, Carlo Jachino, Michele Sakara
Crítica:
Profundamente tocante e humano, Ladrões de Bicicletas é a prova irrefutável de como se podem criar obras de arte genuinamente brilhantes e inspiradoras a partir de escassos recursos. O neo-realismo italiano, aliás, foi o responsável por vários desses casos.
Magnificamente fotografado (Carlo Montuori) e musicalmente orquestrado (Alessandro Cicognini), é com a maior compaixão que seguimos o difícil percurso de Antonio Ricci (de corpo e alma interpretado por Lamberto Maggiorani), que faz de tudo para superar a miséria: em busca de sustento, estabilidade e felicidade para uma humilde e modesta vida em família. Porém, o roubo fatídico da sua bicicleta porá todas essas aspirações em causa. É com o intuito de reaver a bibicleta que encabeça uma perseguição desesperada pelas ruas de uma Roma assolada pela guerra. A bicicleta significa tudo. E essas mesmas ruas enchem-se de bicicletas a cada plano... que nem chuva num Domingo... mas não estão ao alcance de todos. Por isso, o retrato social intensifica-se, fiel a uma realidade por demais dura e implacável, injusta e desigual. A demanda pela bicicleta dá-nos também a conhecer o evoluir da relação entre pai e filho, sujeita a uma educação muito franca e cuidada. Mais próximos do final, todavia, deparamo-nos, tal como o próprio Antonio, com a expansão do conflito moral a uma maior dimensão: no plano humano, aquilo que nos faz muitas vezes optar um caminho em detrimento de um outro é algo de muito ténue. E, no entanto, basta para marcar a diferença e definir quem somos. E é tão-pouco aquilo que separa ladrões e roubados. Quando Antonio confronta o ladrão, dá-se um twist significativo na sua ordem de valores; provavelmente precipitado, mas absolutamente compreensível, à luz das circunstâncias. O acontecimento levá-lo-á ao dilema. E o dilema à inversão da sua identidade e imagem social; algo danoso para o exemplo deixado a Bruno.
De forma simples, mas absolutamente poderoso e essencial na sua mensagem, Ladrões de Bicicletas assume-se facilmente como um conto intemporal e um filme de valor inestimável, um inesquecível e incontornável marco na História do Cinema.
A OCASIÃO FAZ O LADRÃO
Profundamente tocante e humano, Ladrões de Bicicletas é a prova irrefutável de como se podem criar obras de arte genuinamente brilhantes e inspiradoras a partir de escassos recursos. O neo-realismo italiano, aliás, foi o responsável por vários desses casos.
Magnificamente fotografado (Carlo Montuori) e musicalmente orquestrado (Alessandro Cicognini), é com a maior compaixão que seguimos o difícil percurso de Antonio Ricci (de corpo e alma interpretado por Lamberto Maggiorani), que faz de tudo para superar a miséria: em busca de sustento, estabilidade e felicidade para uma humilde e modesta vida em família. Porém, o roubo fatídico da sua bicicleta porá todas essas aspirações em causa. É com o intuito de reaver a bibicleta que encabeça uma perseguição desesperada pelas ruas de uma Roma assolada pela guerra. A bicicleta significa tudo. E essas mesmas ruas enchem-se de bicicletas a cada plano... que nem chuva num Domingo... mas não estão ao alcance de todos. Por isso, o retrato social intensifica-se, fiel a uma realidade por demais dura e implacável, injusta e desigual. A demanda pela bicicleta dá-nos também a conhecer o evoluir da relação entre pai e filho, sujeita a uma educação muito franca e cuidada. Mais próximos do final, todavia, deparamo-nos, tal como o próprio Antonio, com a expansão do conflito moral a uma maior dimensão: no plano humano, aquilo que nos faz muitas vezes optar um caminho em detrimento de um outro é algo de muito ténue. E, no entanto, basta para marcar a diferença e definir quem somos. E é tão-pouco aquilo que separa ladrões e roubados. Quando Antonio confronta o ladrão, dá-se um twist significativo na sua ordem de valores; provavelmente precipitado, mas absolutamente compreensível, à luz das circunstâncias. O acontecimento levá-lo-á ao dilema. E o dilema à inversão da sua identidade e imagem social; algo danoso para o exemplo deixado a Bruno.
De forma simples, mas absolutamente poderoso e essencial na sua mensagem, Ladrões de Bicicletas assume-se facilmente como um conto intemporal e um filme de valor inestimável, um inesquecível e incontornável marco na História do Cinema.
Muito bom, só? Esse filme é EXCELENTE :p Fico mesmo contento por teres visto. Fico à espera da crítica.
ResponderEliminarTambém nunca vi este. Eu em clássicos sou uma nódoa...
ResponderEliminarEste filme é uma obra-prima. É juntamente com Umberto D o melhor filme de De Sica e com Ossessione de Visconti, Roma Cità Aperta de Rossellini e La Strada de Fellini os melhores filmes do neo-realismo italiano. Muito bom é pouco...
ResponderEliminarFaço minhas as palavras do Flávio rsrs.
ResponderEliminarLadrões de Bicileta é lindo, maravilhoso, charmoso e espetacular.
Obrigatório a todo os que gostam de boas histórias
Muito bonito esse filme do Vitorio de Sica, belíssima obra!
ResponderEliminarFLÁVIO GONÇALVES: A crítica já está disponível. Creio que o MUITO BOM lhe cai perfeitamente. Para mim, é um filme de mestre. Não de génio. Grande filme.
ResponderEliminarTIAGO RAMOS: Aqui está um filme que seria um bom começo, na aventura pelos clássicos! Recomendadíssimo.
ÁLVARO MARTINS: Como disse ao Flávio, "creio que o MUITO BOM lhe cai perfeitamente. Para mim, é um filme de mestre. Não de génio". Grande filme.
FOTOGRAMA DIGITAL: Não subscrevendo também o Flávio ;) concordo com o resto que afirmas.
DEWONNY: Belíssimo, sim!
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Vi sensivelmente metade, depois fui obrigada a sair da sala e nunca mais tive oportunidade de recer. Agradou-me o retrato das consequências da guerra e, sim, dessa pequena distância que separara os ladrões dos roubados. Concordo com a avaliação. A RTP2 podia ter uma inspiração um destes dias e passá-lo. O meu videoclube é muito fraquinho....
ResponderEliminarCLAUDIA GAMEIRO: Acredita que 'essa pequena distância que separara os ladrões dos roubados' ganha uma dimensão incrível no final do filme. Olha que a compra do DVD não seria uma má ideia... =P
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Tenho boas memórias deste filme. Ainda um dia o voltarei a ver...
ResponderEliminarPEDRO PEREIRA: O que é perfeitamente compreensível. É um filme incrível! ;) A rever, sempre.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Aqui era um Excelente, por acaso :)
ResponderEliminarUma pérola, uma jóia de filme, uma história terrivelmente simples e poderosa. Assim de repente deve ser um dos filmes que vi até hoje com a mensagem mais bem transmitida. Tão pertinente e tão actual.
ResponderEliminarDe qualquer modo não posso dizer que este filme me arrebata, me fascina enquanto experiência visual, musical, sonora, em suma enquanto obra cinematográfica. Me parece que o realismo é alcançado sim, mas descura outros valores na produção. Não é que me importe ainda assim, e será porventura isso que o distingue, pelo menos vê-lo-ei sempre dessa forma.
Um conto intemporal, de valor inestimável para a cultura do cinema e da vida.
abraço