Realização: Milos Forman
Principais Actores: Colin Firth, Annette Bening, Meg Tilly, Fairuza Balk, Siân Phillips, Jeffrey Jones, Henry Thomas
Crítica:
PRAZERES VOLUPTUOSOS
Entre cenários faustosos e figurinos de extraordinária pompa, Valmont enaltece o seu virtuosismo, o seu fascínio e a sua sedução. O retrato de Milos Forman, a partir do polémico romance epistolar de Choderlos de Laclos, recai sobre o barroco pano da aristocracia francesa do século XVIII. Sobre o pano e... sobre as nódoas.
A história fala-nos de um meio opulento e de estatuto, onde reina o ócio, a aparência e a libertinagem. Dá-nos a conhecer a perversa Marquesa de Merteuil (Annette Bening, numa magistral interpretação) e do galante Visconde de Valmont (Colin Firth, excepcional no seu papel). Outrora amantes, rivalizam agora em nome de interesses próprios, tendo a sedução como arma e a manipulação dos sentimentos dos outros, dos mais próximos inclusivé (veja-se o caso da inocente Cécile de Volanges), como estratégia primeira e secreta.
Embora derradeiramente trágica, a recriação de Forman serve-se da comédia como instrumento essencial para a sátira. A obra versa a decadência moral no seio da nobreza, a regra e a monstrusidade do casamento arranjado, mas, simultaneamente, a sua superficialidade face à banalização crescente de actos impudicos como a traição. Ao som eterno de Mozart, Haydn ou Charpentier e perante o deslumbre fotográfico de Miroslav Ondrícek, Valmont atinge - incrivelmente bem filmado - a aura ilustre das grandes obras de representação histórica.
PRAZERES VOLUPTUOSOS
Entre cenários faustosos e figurinos de extraordinária pompa, Valmont enaltece o seu virtuosismo, o seu fascínio e a sua sedução. O retrato de Milos Forman, a partir do polémico romance epistolar de Choderlos de Laclos, recai sobre o barroco pano da aristocracia francesa do século XVIII. Sobre o pano e... sobre as nódoas.
A história fala-nos de um meio opulento e de estatuto, onde reina o ócio, a aparência e a libertinagem. Dá-nos a conhecer a perversa Marquesa de Merteuil (Annette Bening, numa magistral interpretação) e do galante Visconde de Valmont (Colin Firth, excepcional no seu papel). Outrora amantes, rivalizam agora em nome de interesses próprios, tendo a sedução como arma e a manipulação dos sentimentos dos outros, dos mais próximos inclusivé (veja-se o caso da inocente Cécile de Volanges), como estratégia primeira e secreta.
Embora derradeiramente trágica, a recriação de Forman serve-se da comédia como instrumento essencial para a sátira. A obra versa a decadência moral no seio da nobreza, a regra e a monstrusidade do casamento arranjado, mas, simultaneamente, a sua superficialidade face à banalização crescente de actos impudicos como a traição. Ao som eterno de Mozart, Haydn ou Charpentier e perante o deslumbre fotográfico de Miroslav Ondrícek, Valmont atinge - incrivelmente bem filmado - a aura ilustre das grandes obras de representação histórica.
Eu gosto muito dessa adaptação, inclusive considero um pouco superior ao aclamado Ligações Perigosas de Stephen Fears, cujo enredo foi do mesmo livro - curiosamente, ambos são de 1989.
ResponderEliminarColin Firth é mais charmoso e altivo que John Malkovich e tenho dito. A lamentar, somente, a fraca atuação de Fairuza Balk.
Abraço
CRISTIANO CONTREIRAS: Infelizmente, e pelo menos cá por Portugal, julgo que a obra passou e passa, ainda, praticamente despercebida. Mas é um filme magnífico! Ainda não vi a versão de Frears, que tanta conversa deu nos finais da década de oitenta e princípios da de noventa, por surgir no mesmo ano deste VALMONT.
ResponderEliminarConcordo que seja fraca a actuação de Fairuza Balk. De resto, são por demais as virtudes de tão requintada obra!
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Tenho cá este dvd na lista de espera para ver... depois desta critica acho que será o próximo que verei ;)
ResponderEliminarDepois passo por aqui para dar a minha opinião!
Cumps**
BLACKBERRY: Cá te esperamos então! Porque quanto ao filme, recomendo-o vivamente.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Eu li Ligações Perigosas, grande obra. Valmont e a versão de Frears não parecem originar-se do mesmo texto.
ResponderEliminarValmont é mais "literário" e Ligações Perigosas é mais "cinematográfico". Dou 8.5 para ambos.