segunda-feira, 23 de agosto de 2010

MATRIX RELOADED (2003)

PONTUAÇÃO: BOM

Título Original: Matrix Reloaded

Realização: Andy e Larry Wachowski

Principais Actores: Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss, Hugo Weaving, Matt McColm, Jada Pinkett Smith, Monica Bellucci, Lambert Wilson

Breves considerações:
Com este capítulo dois, Matrix continua visualmente impressionante, com efeitos especiais topo de gama decididos a desbravar uma nova linguagem cinematográfica. Inspirado sobretudo nas sequências de acção, a maior preocupação com o entretenimento parece-me evidente: a perseguição na auto-estrada ou a multiplicação do agente Smith são exemplos disso mesmo; mas há tantos outros momentos memoráveis: o da colher que se torce, nomeadamente.
Com a narrativa a pairar sobre a atmosfera pós-apocalíptica de Zion, a obra aprofunda a sua pertinência sociológica. Uma coisa, contudo, parece-me certa: o fascínio perde-se um pouco, à medida que se quebra o enigma do que é do que representa o Matrix. A trilogia caminha em busca de respostas quando o primeiro filme nos colocava as perguntas... E isso era tão mais interessante.
Ainda assim, um bom filme.

24 comentários:

  1. Gostei deste filme e do terceiro, mas estão a anos-luz da qualidade do primeiro. Vale pela acção como disseste.

    Abraço.
    http://vidadosmeusfilmes.blogspot.com/

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  2. Não concordo nada.

    Este Matrix Reloaded tem duas coisas: os efeitos especiais e Hugo Weaving.
    Não tem mais nada.

    A não ser, claro, filsofia existencialista barata e falsa, muita complicação à mistura, um elenco cada vez menos à vontade e milhões de dólares gastos -aquela sequência da auto estrada, por ser tão esbanjadora -pelo que sei, construiram uma auto estrada de propósito para o efeito- desagrada-me.
    Também me desagrada que Morpheus vença com relativa facilidade o Agente, quando no filme anterior tal tarefa era classificada como impossível...

    Aquele diálogo com o Arquitecto é ridículo...

    Por fim, desagrada-me o visual de Trinity, ostentando um saco do lixo como vestimenta e um nojento cabelo oleoso...

    Enfim, entretém...

    Abraço

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  3. Eu estou mais de acordo ali com o Jackie. O filme tem apenas mesmo Hugo Weaving. O único actor que se salva no meio de tanta miséria ali dentro. Já disse várias vezes, este é talvez o pior filme de sempre (opinião muito pessoal). Ainda pior que o terceiro. Se tivessem ficado pelo primeiro filme é que faziam bem... Era fraco, mas nada do que atinge aqui!

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  4. Este filme é o exemplo de como não fazer uma sequela. O primeiro capítulo é excelente e abriu caminhos interessantes no universo Matrix e a sequela (Capítulo dois e três) vieram a destruir a premissa que Matrix oferecia e entraram pelo caminho do entretenimento e apenas nisso é que funcionam.


    Abraço
    Cinema as my World

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  5. BRUNO DUARTE: Adorei o primeiro, é um excelente filme. Mas a saga foi-se deteriorando a cada capítulo. Desse ponto de vista, estou de acordo com a opinião generalizada. Mas este RELOADED é bom, apesar de tudo. Tem cenas formidáveis.

    JACKIE BROWN: Sim, mas olha que os efeitos especiais aqui significam muito mais do que meros efeitos especiais. São determinantes para a criação de cenas de grande audácia e ousadia.

    JOÃO BASTOS: Weaving está bem, de facto. Não concordo que este seja o pior dos três filmes. Mas enfim, nada como o primeiro.

    NEKAS: Não sou tão radical ;)

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    Roberto Simões
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  6. gosto tanto do segundo como do primeiro, ainda que reconheça que no segundo, efectivamente, se perca algum do fascínio do primeiro. Mas é um bom filme.

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  7. Bom de acordo com a tua nota. Em sintonia tanto em relação ao primeiro filme como a este. A sequela é inferior de facto mas, e na minha opinião, não muito. Tem doses de entretenimento iguais ao original, quiçá aqui e ali até mais excitação e adrenalina (efeitos especiais ajudam).

    O fascínio realmente perde-se um pouco com o argumento que não é capaz de seguir as pisadas tão bem delineadas ao início. É pena, fica o bom entretenimento para o resto da saga. Isso foi alcançado.

    abraço

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  8. CLAUDIA GAMEIRO e JORGE: Estamos, pois, ambos de acordo. É um bom filme. Há quem fale muito mal nele, mas se calhar é mais por ir com a corrente do que outra coisa.

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    Roberto Simões
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  9. Chegou-me a primeira dose - ou como, mais uma vez, os efeitos digitais estragaram um belissimo argumento.

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  10. RATO: No comment. Já sei do teu ódio para com os efeitos digitais ;)

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    Roberto Simões
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  11. "Ódio" é uma palavra forte como o caraças! Nem para os meus inimigos, quanto mais para uma técnica artística. E aliás acho que já expressei aqui a minha opinião - efeitos especiais sim, mas desde que "invisíveis" e sem protagonismos bacocos. "Titanic" é um exemplo mais ou menos recente daquilo que quero dizer: um belo filme, cheio de efeitos digitais que cumprem "a sua missão", isto é, valorizam ainda mais a arte de bem contar uma história, que é em última instância o objectivo principal do Cinema. Quando a atenção do espectador é "desviada" para os efeitos especiais em detrimento da narrativa então estamos perante algo que não tem nada a ver com Cinema.

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  12. RATO: Tens razão. Não foi, de todo, a palavra certa. Mas não concordo contigo. Os efeitos digitais não têm que ser invisíveis. Tal como o guarda-roupa ou os cenários ou a iluminação, os efeitos digitais são mais uma das componentes que podem completar ou refinar uma obra. Nem sempre o fazem, e muitas vezes suplantam suplantam a narrativa. Mas muitas vezes, de igual forma, não só se complementam com o poder da narrativa como contribuem para o preenchimento do frame, valorizando o ideal de Beleza; um dos ideais mais importantes para o meu conceito de arte. A arte do belo. Podes não ver beleza em efeitos digitais, mas cada um que fique com os seus gostos, não é.

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    Roberto Simões
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  13. Temo que não fui compreendido, daí voltar a insistir no que para mim é o Cinema - a arte de contar uma história. Para essa finalidade é que se faz a "montagem" do filme e que se usam todos os acessórios. E é precisamente aqui que eu quero chegar. A história que se pretende contar não resulta se a nossa atenção é desviada noutra direção - ou é uma montagem mal feita, ou os enquadramentos e a iluminação não são os mais adequados, ou os actores que não nos convencem nas suas personagens, ou o guarda-roupa é inadequado à época em que a história se situa, ou os tais "efeitos especiais" são por demais evidentes (a necessidade da tal "invisibilidade" de que eu falo). Ou seja, todas as partes têm de se sujeitar ao todo, têm de credibilizar a história que nos querem contar. Só assim é que existe Cinema.
    É claro que, como tu dizes, eu posso ou não gostar de cada um dos acessórios individuais e até considerar que são exemplos de vários tipos de arte. Posso ir ver uma exposição de belas fotografias e admirar a arte fotográfica. Mas não é Cinema. Ou posso ir ao Museu do Traje e sentir a beleza de todas aquelas roupagens. Mas não é Cinema. Ou posso ir ao teatro e comover-me com a actuação dos actores. Mas não é Cinema. Ou posso ir ao Planetário e extasiar-me com todos aqueles efeitos especiais. Mas não é Cinema.
    Bom, caro Roberto, espero que desta vez me tenha feito entender um pouco melhor.
    Um abraço

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  14. RATO: Mas é já compreendi!, simplesmente não partilho do mesmo conceito artístico. A arte de contar uma história é fundamental na definição de cinema. Mas cinema pode ser tanto mais do que isso! Espectáculo, explosão de cores, magia: pelo guarda-roupa, pelos cenários, pela música, pelos efeitos digitais. Não têm que ser sempre invisíveis, depende da natureza artística do projecto. Podem ser extravagantes, se com isso enaltecerem a experiência de assistir ao filme. É cinema, sim. Não é o teu tipo de cinema e cada um com o seu tipo. Mas negá-lo, uma coisa que existe, serve para quê? Isso é intolerância. Podes não partilhar a mesma visão que a, b ou c, até podes não concordar com essa visão, mas dizer que aquilo não é cinema é algo de muito pessoal. Eu compreendo, mas não adianta nada nestas discussões. Certamente não levaremos 101 posts a discutir a pertinência de efeitos especiais para uma obra. Às tantas, é infecundo, não sei se me faço entender. Não precisamos repetir esta discussão vezes sem conta, não é por isso que vou aceitar aquilo que dizes como verdade. Os teus últimos exemplos são descabidos:
    "Posso ir ver uma exposição de belas fotografias e admirar a arte fotográfica. Mas não é Cinema. Ou posso ir ao Museu do Traje e sentir a beleza de todas aquelas roupagens. Mas não é Cinema. Ou posso ir ao teatro e comover-me com a actuação dos actores. Mas não é Cinema. Ou posso ir ao Planetário e extasiar-me com todos aqueles efeitos especiais. Mas não é Cinema."
    É claro que tudo isso não é cinema. Estamos a discutir o quê afinal? Sejamos lúcidos. "Hoje fui à praia. Mas não é cinema" Este tipo de exemplos são descabidos. Situam-se fora do objecto fílmico e daquilo que é assistir a um filme. Os efeitos digitais estão no filme, são o filme. Quando surgiram as vanguardas na pintura do século XX, muitos velhos do restelo também não estavam preparados para compreender aquele conceito diferente de arte. Volvidos estes anos, tudo isso é diferente. Ora, o cinema mudou. Muda, todos os dias. Mas muda mais ciclicamente, com as inovações tecnológicas, com as novas linguagens que lhe são próprias. Os efeitos digitais são uma nova forma de expressão no cinema. Podes não compreendê-los, não aceitá-los, mas eles existem e estão cá e vieram para ficar. Hoje faz-se cinema com efeitos digitais. Da mesma forma que outrora se usavam técnicas que hoje caíram em desuso. Ou se aceita ou não se aceita, mas eles existem, repito. Umas vezes são mais "invisíveis" outras vezes não. O SENHOR DOS ANÉIS - mas como é que O SENHOR DOS ANÉIS seria o que é sem os efeitos digitais, utilizados da forma como foram utilizados? Simplesmente não estás aberto para esta forma de expressão artística. Temos conceitos sobre o cinema distintos. Nenhum está mais certo ou errado que o outro. Agora não me venhas dizer que não é cinema. Não é para ti e para tantos quantos partilharem a tua opinião. Que são muitos. Para mim, e para tantos quantos partilham a minha opinião, é cinema. Há mais formas de existir cinema sem ser essa que referes.

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    Roberto Simões
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  15. Desisto, não entendes, ou eu não me sei expressar bem.
    E no fundo até somos capazes de ter a mesma visão do Cinema

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  16. RATO: Não temos, não. Se tivêssemos haveria muito mais probabilidades de gostares d'O SENHOR DOS ANÉIS ou do MATRIX, mas os defeitos que sobre eles argumentas são, imediatamente, os efeitos digitais. Repara que ultimamente as nossas discussões são sempre sobre o mesmo assunto em fichas diferentes dos filmes. Não estamos de acordo. E se não estamos de acordo, creio, é porque não partilhamos a mesma visão do Cinema. Não fiques frustrado por não chegarmos a um entendimento, julgo que é natural que assim seja.

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    Roberto Simões
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  17. "Frustrado"? Mas não, de todo.
    E como dizia o outro, "vive la petite diférence!"

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  18. Ontem deparei-me por acaso com uma rúbrica de cinema na televisão, de que não me lembra o nome, mas que habitualmente tem a participação do João Lopes, um dos raros críticos credíveis que ainda se conseguem ouvir ou ler por aí.
    E senti-me "confortado" quando o ouvi responder (a propósito de nova paranóia de efeitos digitais que se anuncia com o filme "O Aprendiz de Feiticeiro") à jornalista que o interrogava sobre se esse seria mais um "filme-família", qualquer coisa como isto: "Temo que as famílias não estejam a ser muito bem tratadas com este tipo de filmes, onde se gastam rios de dinheiro para repetir ad eternum o modelo de um Harry Potter, por exemplo. Esmeram-se para que cada efeito seja mais espectacular do que o precedente, esquecendo-se que o Cinema é sobretudo a Arte de contar uma história".
    Enfim, folguei saber que estou muito bem acompanhado na denúncia destas máscaras de feira com que tentam ocultar o verdadeiro Cinema.

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  19. RATO: Penso que tenha sido o programa CARTAZ da Sic Notícias; também assisti, por acaso. Eu concordo completamente com o João Lopes, mas não penso que isso se aplique a este MATRIX RELOADED. Aliás, por curiosidade, posso informar-te que o mesmo João Lopes classificou esta sequela do MATRIX com 4 estrelas, tal como eu.

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    Roberto Simões
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  20. Roberto digo-te que tens uma lucidez cinéfila muito afinada e que te permite ver a uma escala bem alargada. Normalmente os cinéfilos mais eruditos já não conseguem sequer olhar para este tipo de filmes... e tu consegues ver nele um filme Bom. Aleluia!

    A discussão que pelo meio surgiu com o comentador "rato" foi bastante interessante de ler os diferentes pontos de vista do que é o cinema. Eu acho que não o sei e talvez ninguém o saiba totalmente. O cinema é uma arte como as outras e como tal teria de surgir em diferentes estilos e níveis de qualidade e elevação cultural. Há quem apenas procure um bom drama ou quem espere muita acção ou seja entretido sem levar nada a sério ou quem queira um emoções fortes (como o terror ou o sexo por ex). É uma discussão que não tem vencedor pois ambos têm a razão por existirem precisamente nuances no cinema.
    Eu gosto de filmes com efeitos digitais mais visiveis ou não. O que dirá então o comentador da mais recente trilogia da saga Star Wars que é toda ela CGI...
    Esta discussão assola-me a mente com o filme de Peter Jackson "Lovely Bones", que acho que coloca em choque os dois estilos. E lá está... acho igualmente deslumbrantes as partes digitais.

    O Matrix Reloaded é dos 3 filmes o que mais prazer me dá ver e rever. Tal como já só vejo o 1º da saga apartir do momento em que Neo vai resgatar Morpheus... Matrix é para mim um dos mais importantes filmes da década de 90 (talvez mesmo o mais de todos).
    Eu adoro imenso o Reloaded e acho-o 100% fascinante.
    Fiquei agora espantado por o João Lopes ter conseguido dar 4 estrelas ao Reloaded. Ele deve estar arrependidíssimo nos dias de hoje... É um bom critico mas desconfio sempre das criticas dele, sobretudo as actuais. Não vou nada com ele. Ele está já muito blazé e num outro nível que apenas valoriza outras esferas de cinema que nem sempre me satisfaz ver. Mas isto é outra conversa... O meu critico favorito, já agora, é o Jorge Mourinha: concordo e revejo-me nas criticas dele sempre.

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  21. ARM PAULO FERREIRA: Muito obrigado ;) pelas palavras e pelo comentário. É um prazer contar com as tuas intervenções.
    Eu não tenho críticos favoritos. Concordo com uns sobre alguns filmes, com outros sobre outros filmes, varia ;)

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    Roberto Simões
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  22. Uma outra parte que adoro nos Matrix é correspondência com a informática (root... backdoors... virus... operating system... security systems... loading programs... avatars... etc) e o design (muito apurado nas roupas dos avatars, dos óculos, detalhes retro, etc).
    No Matrix Reloaded tudo isto foi elevado ao "quadrado" e acho-o um must visual e a narrativa é mesmo assim apesar das criticas de muitos por aí, mesmo muito interessante. O Reloaded é para mim um bom Matrix mas com mais respostas (e também mais perguntas) e numa maior escala.
    Eu adoro-o!

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  23. ARM PAULO FERREIRA: De acordo, se há coisa que este filme é, é um "must visual". Sim, sim. Muito refinado e arrojado, visualmente. Pessoalmente, contudo, prefiro o primeiro MATRIX pelo que o nosso entusiasmo não é bem o mesmo.

    Cumps.
    Roberto Simões
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