★★★★★
Título Português: Mat y SynRealização: Aleksandr Sokurov
Principais Actores: Aleksei Ananishnov, Gudrun Geyer
Crítica:
O ÚLTIMO PASSEIO
OU O ESPECTRO DA MORTE E DA EXISTÊNCIA
OU O ESPECTRO DA MORTE E DA EXISTÊNCIA
As pessoas não precisam de uma razão para viver,
mas morrem sempre por uma ou por outra.
mas morrem sempre por uma ou por outra.
Criação... és maravilhosa - diz, às tantas, uma das personagens. Na verdade, seja ela artística ou real, a criação é qualquer coisa de extraordinário, de transcendente. É assim numa relação entre mãe e filho e é assim nesta representação de Sokurov. Cada imagem é como um quadro pintado de fresco, borrado pela chuva... desfocado por uma lágrima... ou simplesmente distorcido pela dor e pelo aperto do coração.
Se Mãe e Filho tivesse cheiro, cheiraria a morte. Essa fatalidade, inevitável e por isso mesmo trágica, está omnipresente em toda a obra, sobretudo na atmosfera que se impõe, onde reina o silêncio e os sons do vento, das folhas, dos pássaros, dos trovões... No campo, profundamente isolados do mundo, o elo de sangue, o vínculo inexplicável, a entrega mútua. A dedicação extrema. O amor. Contemplamo-lo, consumindo o frio e o tempo, embebidos em compaixão. O filho com a mãe ao colo - gela-nos, tal imagem. É a inversão derradeira e natural dos papéis. O comboio passa como uma miragem - enquanto a mãe respirar, não passará disso: uma miragem, não haverá fuga ou recomeço. Há o medo da morte, mas há sobretudo o medo da solidão.
Os planos são longos e lentos. A beleza poética daquilo a que assistimos é tremenda; ao mesmo tempo, tão assustadoramente real. Só recuperamos o fôlego quando o filme finda. Qual doença ou promessa de adeus, é devastador. Uma obra-prima em todos os sentidos.
Se Mãe e Filho tivesse cheiro, cheiraria a morte. Essa fatalidade, inevitável e por isso mesmo trágica, está omnipresente em toda a obra, sobretudo na atmosfera que se impõe, onde reina o silêncio e os sons do vento, das folhas, dos pássaros, dos trovões... No campo, profundamente isolados do mundo, o elo de sangue, o vínculo inexplicável, a entrega mútua. A dedicação extrema. O amor. Contemplamo-lo, consumindo o frio e o tempo, embebidos em compaixão. O filho com a mãe ao colo - gela-nos, tal imagem. É a inversão derradeira e natural dos papéis. O comboio passa como uma miragem - enquanto a mãe respirar, não passará disso: uma miragem, não haverá fuga ou recomeço. Há o medo da morte, mas há sobretudo o medo da solidão.
Os planos são longos e lentos. A beleza poética daquilo a que assistimos é tremenda; ao mesmo tempo, tão assustadoramente real. Só recuperamos o fôlego quando o filme finda. Qual doença ou promessa de adeus, é devastador. Uma obra-prima em todos os sentidos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comente e participe. O seu testemunho enriquece este encontro de opiniões.
Volte sempre e confira as respostas dadas aos seus comentários.
Obrigado.