★★★★
Título Original: True GiftRealização: Ethan Coen e Joel Coen
Principais Actores: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper, Ed Corbin, Paul Rae
A VINGANÇA
You must pay for everything in this world, one way and another.
There is nothing free except the grace of God.
There is nothing free except the grace of God.
True Grit convoca e perpetua, na sua forma, todo o cânone do grande western. Em si, tem presente a memória e as referências históricas e míticas que o cinema americano imortalizou durante décadas. Os Coen fazem-no de forma absolutamente honrosa e irrepreensível. A fotografia de Roger Deakins - deslumbrante a cada frame, embora longe da ousadia estética de outros filmes - marca, quanto a mim, o culminar da sofisticação técnica da obra. Proporciona-nos, de um modo perfeitamente verosímil e sedutor, a viagem no tempo.
Suportada pela elevada qualidade técnica da reconstituição, dos cenários ao guarda-roupa, a narrativa avança com uma consistência e fluidez notáveis. A vingança, quase religiosa, motiva toda a trama e a parábola. São brilhantes, os desempenhos das cabeças de cartaz: Jeff Bridges, num overacting arrebatador, Hailee Steinfeld, numa revelação surpreendente, Matt Damon e Josh Brolin. Eles dão corpo e alma às suas personagens, dimensionam-nas e tornam-nas completamente apaixonantes. São de igual forma os actores que dão voz aos diálogos e ao humor que, de forma tão negra quanto inteligente, pontuam o argumento, assinalando as particularidades da obra. A singularidade de True Grit é também marcada - tanto por influência da paisagem como por imperativo do estilo autoral - pela frieza da abordagem, pelo carácter cerebral com que se tratam e sucedem os acontecimentos, distanciando o espectador de qualquer carga emocional maior.
Não estando propriamente repleto de cenas memoráveis, True Grit é um testemunho de solidez, de bom gosto e bom cinema. Mais um, dentro do género, reclamando a sua vitalidade, após a equivocada certidão de óbito.
Suportada pela elevada qualidade técnica da reconstituição, dos cenários ao guarda-roupa, a narrativa avança com uma consistência e fluidez notáveis. A vingança, quase religiosa, motiva toda a trama e a parábola. São brilhantes, os desempenhos das cabeças de cartaz: Jeff Bridges, num overacting arrebatador, Hailee Steinfeld, numa revelação surpreendente, Matt Damon e Josh Brolin. Eles dão corpo e alma às suas personagens, dimensionam-nas e tornam-nas completamente apaixonantes. São de igual forma os actores que dão voz aos diálogos e ao humor que, de forma tão negra quanto inteligente, pontuam o argumento, assinalando as particularidades da obra. A singularidade de True Grit é também marcada - tanto por influência da paisagem como por imperativo do estilo autoral - pela frieza da abordagem, pelo carácter cerebral com que se tratam e sucedem os acontecimentos, distanciando o espectador de qualquer carga emocional maior.
Não estando propriamente repleto de cenas memoráveis, True Grit é um testemunho de solidez, de bom gosto e bom cinema. Mais um, dentro do género, reclamando a sua vitalidade, após a equivocada certidão de óbito.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comente e participe. O seu testemunho enriquece este encontro de opiniões.
Volte sempre e confira as respostas dadas aos seus comentários.
Obrigado.