Título Original: Australia
Realização: Baz Luhrmann
Principais Actores: Hugh Jackman, Nicole Kidman, Brandon Walters, David Gulpilil, David Wenham, Jack Thompson, Bruce Spence, Bryan Brown
Realização: Baz Luhrmann
Principais Actores: Hugh Jackman, Nicole Kidman, Brandon Walters, David Gulpilil, David Wenham, Jack Thompson, Bruce Spence, Bryan Brown
Crítica:
Austrália é o regresso de Baz Luhrmann às suas origens e, sob o efeito de mise en abyme, o reencontro do presente histórico de um país com o seu passado original. A invasão dos estrangeiros europeus, que se verificou na Austrália sobretudo a partir da segunda metade do século XVIII, impôs uma cultura de racismo discriminatória e mortal. Do cruzamento de brancos e aborígenes, tantas vezes extraconjugal, nasceram milhares de crianças mulatas, condenadas à morte e à alienação. E à semelhança do que aconteceu noutros pontos do mundo, verificou-se um significativo decréscimo da população nativa australiana; o que acabou por transformar, de forma drástica, a identidade secular do país. Perdeu-se o misticismo, que Luhrmann recupera religiosamente:
Assim adverte, ainda antes de se iniciarem os créditos. Não é por acaso, pois, que o argumento tem como narrador o pequeno Nullah (Brandon Walters, quão luminosa revelação).
Mais do que uma vasta terra de cangurus e jacarés, barões de gado e chefes guerreiros, a Austrália de Luhrmann é um país de crianças mulatas cruelmente retiradas às famílias, como se não tivessem raízes ou como se não fossem gente. São as gerações roubadas, que só em 2008 receberam o formal pedido de desculpas por parte do governo (como o filme faz questão de frisar, no final).
Com uma ambiciosa visão épica, Luhrmann concretiza um emocionante e arrebatador romance de aventuras, onde a comédia, o drama e a tragédia correm - sempre - lado a lado, num deslumbrante entretenimento familiar. Da história étnica e familiar de Nullah e do avô King George (David Gulpilil), à paixão primeiramente hilariante e desconcertante e depois vibrante e envolvente entre a aristocrata Sarah Ashley (Nicole Kidman) e o vaqueiro Drover (magnífico desempenho de Hugh Jackman), da travessia das intermináveis manadas pela paisagem (piscar de olhos às travessias d'O Rio Vermelho, de Hawks) às explosões japonesas no eclodir da 2ª Grande Guerra em Darwin, Austrália revela-se um produto claramente competente e acima da média; para um espectador mais exigente, contudo, a enorme manta de retalhos que o argumento constitui, entre as mais variadas influências, referências e lugares comuns e como não poderia deixar de ser, acaba por resultar numa experiência decepcionante. Crikey! (...) Welcome to Australia!
Digo como não poderia deixar de ser porque Austrália tinha tudo para ser um clássico à altura de um E Tudo o Vento Levou, ou seja: um acontecimento deveras marcante e impressionante: em primeiro lugar, porque tinha grandes nomes da indústria à frente do projecto. Em seguida, um orçamento assaz generoso. O que é que falha, em Austrália? Não falharão, certamente, um sem número de qualidades técnicas: banda sonora (David Hirschfelder), som (vasta equipa de talentosos técnicos), guarda-roupa (Catherine Martin) ou direcção artística (novamente Catherine Martin, Ian Gracie, Karen Murphy, Beverley Dunn)... o filme revela-se exímio em todos eles. À primeira vista, o que falha é a fotografia, ainda que não na sua plenitude. Mandy Walker faz um trabalho de excelência; porém, a enorme carga de CGI com que foi tratada grande parte dos planos captados, descredibiliza a paisagem, corrompe a autenticidade do filme e reclama uma artificialidade à beleza daquilo que vemos absolutamente desnecessária e indesejável.
Depois, é evidente, o argumento tem as suas falhas. Aparte a falta de originalidade da história - quantas vezes já não a vimos - o filme tem os seus devaneios criativos, os seus excessos e outra coisa não seria de esperar; afinal, estamos perante um filme de Luhrmann e as suas marcas autorais mantêm-se, por mais pop que sejam. Porém, impõe-se uma questão: até que ponto é que esses excessos ficam bem e se enquadram no registo específico deste género de filme? Bem conheço e admiro o traço autoral do realizador, mas tenho de reconhecer que nestes contornos épicos (por mais multifacetados que eles sejam, no campo do western nomeadamente) o traço não cai bem, não assenta como desejado. Há uma mescla de registos que, na intenção de formular uma identidade autoral, cai no mais puro autismo, destruindo qualquer hipótese de identidade. É por isso que Austrália falha as suas intenções de reinvenção, fazendo-as soar a colagens ridículas e desinteressantes, que se sucedem umas às outras sem que haja um fio condutor forte, sólido e coerente. O traço assenta na perfeição no ritmo frenético e tresloucado de Moulin Rouge, mas não aqui. Por exemplo: o final, com o bombardeamento de Darwin, como que nos decalca Pearl Harbor da memória, por sua vez decalcado de Tora! Tora! Tora!, numa construção e montagem caóticas e despachadas. Qual era, pois, a necessidade de incorporar este ataque na história do filme? Entendo a sua inclusão numa lógica dramática, porém surge-nos aqui forçada, não desenhando propriamente uma nova linguagem, um novo terreno criativo, antes denunciando o clichê. A travessia do gado já tinha sido feita. A história podia acabar ali. Não precisávamos de assistir a um filme já visto.
Apenas o espírito de sonhar e de acreditar de O Feiticeiro de Oz, ciclicamente motivado pelo tema Somewhere Over the Rainbow, me parece triunfar verdadeiramente nesta panóplia de homenagens. Afinal, There's no place like home e é a casa que Nullah regressa, simbolica e literalmente. Dentro do elenco principal, só o durão Hugh Jackman (e, à sua medida, o jovem Brandon Walters) superaram o teste da construção das personagens, sem cairem no ridículo das caricaturas habituais de Luhrmann; note-se Kidman, note-se David Wenham. Não imagino, aliás, nenhum outro actor no papel de Drover - nem sequer Crowe, cujo talento tanto aprecio e que durante tanto tempo esteve ligado ao projecto.
Concluindo, gostei do filme, mas Austrália não é tão momumental como se esperava, como se propunha a ser e como poderia ter sido, efectivamente. É somente um bom filme, que assegura o entretenimento com assaz eficácia e que tão-pouco envergonha o realizador e todos quantos estiveram envolvidos no projecto. No seu candor especial, enaltece uma homenagem maior a todos os nativos, dando-lhes voz e perspectiva na grande tela mágica e marcando a justiça sobre a imoralidade dos homens: just because it is, doesn't mean it should be.
DE VOLTA ÀS ORIGENS
There's no place like home...
Austrália é o regresso de Baz Luhrmann às suas origens e, sob o efeito de mise en abyme, o reencontro do presente histórico de um país com o seu passado original. A invasão dos estrangeiros europeus, que se verificou na Austrália sobretudo a partir da segunda metade do século XVIII, impôs uma cultura de racismo discriminatória e mortal. Do cruzamento de brancos e aborígenes, tantas vezes extraconjugal, nasceram milhares de crianças mulatas, condenadas à morte e à alienação. E à semelhança do que aconteceu noutros pontos do mundo, verificou-se um significativo decréscimo da população nativa australiana; o que acabou por transformar, de forma drástica, a identidade secular do país. Perdeu-se o misticismo, que Luhrmann recupera religiosamente:
Aboriginal and Torres Strait Islander viewers should exercise caution when watching this film as it may contain images and voices of deceased persons.
Assim adverte, ainda antes de se iniciarem os créditos. Não é por acaso, pois, que o argumento tem como narrador o pequeno Nullah (Brandon Walters, quão luminosa revelação).
My grandfather, King George, he tave me a walkabout. Teach me black fella way. Grandfather teach me most important lesson of all. Tell'em a story.
Mais do que uma vasta terra de cangurus e jacarés, barões de gado e chefes guerreiros, a Austrália de Luhrmann é um país de crianças mulatas cruelmente retiradas às famílias, como se não tivessem raízes ou como se não fossem gente. São as gerações roubadas, que só em 2008 receberam o formal pedido de desculpas por parte do governo (como o filme faz questão de frisar, no final).
See, i not black fella. I not white fella, either. Them white fellas call me mix blood. Half-caste. Creamy. I belong no one. (...) King George say them white fellas bad spirit. Must be taken from this land.
Com uma ambiciosa visão épica, Luhrmann concretiza um emocionante e arrebatador romance de aventuras, onde a comédia, o drama e a tragédia correm - sempre - lado a lado, num deslumbrante entretenimento familiar. Da história étnica e familiar de Nullah e do avô King George (David Gulpilil), à paixão primeiramente hilariante e desconcertante e depois vibrante e envolvente entre a aristocrata Sarah Ashley (Nicole Kidman) e o vaqueiro Drover (magnífico desempenho de Hugh Jackman), da travessia das intermináveis manadas pela paisagem (piscar de olhos às travessias d'O Rio Vermelho, de Hawks) às explosões japonesas no eclodir da 2ª Grande Guerra em Darwin, Austrália revela-se um produto claramente competente e acima da média; para um espectador mais exigente, contudo, a enorme manta de retalhos que o argumento constitui, entre as mais variadas influências, referências e lugares comuns e como não poderia deixar de ser, acaba por resultar numa experiência decepcionante. Crikey! (...) Welcome to Australia!
Digo como não poderia deixar de ser porque Austrália tinha tudo para ser um clássico à altura de um E Tudo o Vento Levou, ou seja: um acontecimento deveras marcante e impressionante: em primeiro lugar, porque tinha grandes nomes da indústria à frente do projecto. Em seguida, um orçamento assaz generoso. O que é que falha, em Austrália? Não falharão, certamente, um sem número de qualidades técnicas: banda sonora (David Hirschfelder), som (vasta equipa de talentosos técnicos), guarda-roupa (Catherine Martin) ou direcção artística (novamente Catherine Martin, Ian Gracie, Karen Murphy, Beverley Dunn)... o filme revela-se exímio em todos eles. À primeira vista, o que falha é a fotografia, ainda que não na sua plenitude. Mandy Walker faz um trabalho de excelência; porém, a enorme carga de CGI com que foi tratada grande parte dos planos captados, descredibiliza a paisagem, corrompe a autenticidade do filme e reclama uma artificialidade à beleza daquilo que vemos absolutamente desnecessária e indesejável.
Depois, é evidente, o argumento tem as suas falhas. Aparte a falta de originalidade da história - quantas vezes já não a vimos - o filme tem os seus devaneios criativos, os seus excessos e outra coisa não seria de esperar; afinal, estamos perante um filme de Luhrmann e as suas marcas autorais mantêm-se, por mais pop que sejam. Porém, impõe-se uma questão: até que ponto é que esses excessos ficam bem e se enquadram no registo específico deste género de filme? Bem conheço e admiro o traço autoral do realizador, mas tenho de reconhecer que nestes contornos épicos (por mais multifacetados que eles sejam, no campo do western nomeadamente) o traço não cai bem, não assenta como desejado. Há uma mescla de registos que, na intenção de formular uma identidade autoral, cai no mais puro autismo, destruindo qualquer hipótese de identidade. É por isso que Austrália falha as suas intenções de reinvenção, fazendo-as soar a colagens ridículas e desinteressantes, que se sucedem umas às outras sem que haja um fio condutor forte, sólido e coerente. O traço assenta na perfeição no ritmo frenético e tresloucado de Moulin Rouge, mas não aqui. Por exemplo: o final, com o bombardeamento de Darwin, como que nos decalca Pearl Harbor da memória, por sua vez decalcado de Tora! Tora! Tora!, numa construção e montagem caóticas e despachadas. Qual era, pois, a necessidade de incorporar este ataque na história do filme? Entendo a sua inclusão numa lógica dramática, porém surge-nos aqui forçada, não desenhando propriamente uma nova linguagem, um novo terreno criativo, antes denunciando o clichê. A travessia do gado já tinha sido feita. A história podia acabar ali. Não precisávamos de assistir a um filme já visto.
Apenas o espírito de sonhar e de acreditar de O Feiticeiro de Oz, ciclicamente motivado pelo tema Somewhere Over the Rainbow, me parece triunfar verdadeiramente nesta panóplia de homenagens. Afinal, There's no place like home e é a casa que Nullah regressa, simbolica e literalmente. Dentro do elenco principal, só o durão Hugh Jackman (e, à sua medida, o jovem Brandon Walters) superaram o teste da construção das personagens, sem cairem no ridículo das caricaturas habituais de Luhrmann; note-se Kidman, note-se David Wenham. Não imagino, aliás, nenhum outro actor no papel de Drover - nem sequer Crowe, cujo talento tanto aprecio e que durante tanto tempo esteve ligado ao projecto.
Concluindo, gostei do filme, mas Austrália não é tão momumental como se esperava, como se propunha a ser e como poderia ter sido, efectivamente. É somente um bom filme, que assegura o entretenimento com assaz eficácia e que tão-pouco envergonha o realizador e todos quantos estiveram envolvidos no projecto. No seu candor especial, enaltece uma homenagem maior a todos os nativos, dando-lhes voz e perspectiva na grande tela mágica e marcando a justiça sobre a imoralidade dos homens: just because it is, doesn't mean it should be.
Mais um que ainda não vi, mas lá chegarei. Verdade que as más críticas pouco me estimulam a isso, mas farei um esforço. :P
ResponderEliminarGostei mais da estética de Baz Luhrmann do que propriamente da história que não compromete, mas também não é assim tão entusiasmante.
ResponderEliminar7/10.
Abraço.
Eu achei esse filme decepcionante. Esperava bem mais da obra e, ao terminar de vê-la, constatei que fica no regular. Bastantes clichês, alguns exageros nas atuações, Nicole Kidman totalmente má utilizada!
ResponderEliminarGostei bastante de Hugh Jackman, achei o seu trabalho interessante.
TIAGO RAMOS: Suponho que a minha também não te venha a motivar muito. Na verdade, é um bom filme, claramente acima da média, muito hollywoodiano, mas nada de extraordinário.
ResponderEliminarRED DUST: Eu nem da história nem da estética. Aliás, gosto da estética de Luhrmann, mas penso que aqui não resultou como desejado.
LUES: Concordo absolutamente.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Pois, já percebi que fui mesmo o único a considero-la um grande "épico". Fez-me reviver alguns dos grandes clássicos e não consigo ignorar a qualidade das interpretações e do trabalho de Baz. Enfim, gostei. Gostei muito.
ResponderEliminarAbraço
FILIPE COUTINHO: Até dá a sensação de que não vimos o mesmo filme ;) À primeira vista, temos opiniões distintas. Pelo sim, pelo não - e se só viste o filme uma vez - gostava de saber se a tua opinião se altera com uma 2ª vizualização.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Um filme amplamente ridículo, bobo, imaturo e pretensioso!
ResponderEliminarNunca vi nada tão absurdamente desnecessário quanto este filme.
Qual objetivo do roteiro mal construído? O que ocorreu com a direção ineficaz e frouxa de Luhrmann? Kidman desaprendeu a atuar ou a direção irregular tirou ela do eixo?
O filme é lixo puro! Não há nada, para mim, que salve...somente, contudo, porém, um Hugh Jackman ardente e, como sempre, bom ator.
CRISTIANO CONTREIRAS: Terei que concordar com você, tendencialmente. Para a história do cinema será puro lixo, pois ;) Mas tecnicamente está acima da média.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Aí está uma consideração interessante. Sempre que via as imagens de Austrália pensava que aquilo me lembrava qualquer coisa, mas não sabia o quê. Esta do Feiticeiro de Oz (e as restantes comparações) está bem apanhado :)
ResponderEliminarÉ certo que só vi este filme uma vez, mas considerei-o uma espécie de filme para reviver alguns dos grandes clássicos e não consigo ignorar a qualidade das interpretações e do trabalho de Baz Luhrmann. Enfim, gostei. Aliás, gostei muito. (No entanto, a grande obra de Baz é o fantástico MOULUN ROUGE)
ResponderEliminarCumps***
CLÁUDIA GAMEIRO: Mas a referência a O FEITICEIRO DE OZ é mesmo declarada. É só mais uma, no meio de tantas outras; por sinal, todavia, uma das que melhor se adequa à obra.
ResponderEliminarBLACKBERRY: No geral também gostei e o facto de lhe reconhecer qualidades justifica a minha classificação. No entanto, é para mim uma daquelas obras que podia ser extraordinária e tinha tudo para isso - simplesmente não concretizou em pleno as suas
ambições.
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
É isso mesmo, este Austrália pedia mais, pela premissa e pela expectativa que criou à volta dos épicos clássicos.
ResponderEliminarMas no fundo até gostei, boas interpretações (esperava um pouco mais de Nicole Kidman, mas acho que não foi por ela, é mais pelo seu papel que não está bem delineado), boa fotografia e banda sonora, esta que acaba por transportar um pouco o filme quando este não o é capaz com as incongruências do argumento!
Aqui sim o filme, para mim, falha, e se com o argumento podia ter conseguido atingir a excelência, é contudo através dele que se inferioriza, é que não sei mas dá-me a sensação de querer incluir tudo um pouco, inserindo ainda a guerra que isoladamente até é das cenas ou das sequências que mais gosto, mas que no conjunto "enche" demais a história tornando-a talvez muito densa e algo inconsequente.
abraço
JORGE: Pois, eu também gostei, mas não deixa de ser decepcionante que se tivesse perdido tamanha oportunidade para alcançar um clássico retumbante. Estou de acordo contigo, nomeadamente no que se refere a Kidman (actriz que tanto prezo) e ao excessivo compêndio de géneros que o argumento forçou em atingir.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Com esta onde de épicos, românticos ou não, dá vontade de rever alguns. Este é um deles, que com o tempo a desilusão desaparece, repondo-o no patamar correcto. E é um bom filme afinal de contas.
ResponderEliminarJORGE: Sim, sim, com o tempo a desilusão desvanece-se, repondo-o no patamar correcto. Subscrevo. É um bom filme, sim, independentemente de todo o seu potencial.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
ROBERTO: Já não tenho dúvidas que no que concerne a estrelas tens um coração enorme. Fiz uma rápida prospeção pelas tuas críticas e das muitas dezenas de filmes aqui analisados nenhum foi contemplado com a estrelinha solitãria, apenas três tiveram duas e onze mereceram ainda sim as três estrelas. De resto foi tudo contemplado com 4 e 5 estrelas.
ResponderEliminarEste "Austrália" por exemplo, é feito com os mesmos ingredientes do "Pearl Harbor", ou seja, puro lixo - e não reciclado. E no entanto consegue bater dois filmes fundamentais: "A Vida de Brian", uma comédia brilhante e iconoclasta dos Monty Phython e, surpresa das surpresas, uma autêntica obra-prima que no início da década de 60 teve a assinatura de Federico Fellini - "A Doce Vida"
Mas pronto, são teus os critérios e só há que respeitá-los.
Um abraço e uma boa notícia: o "Friends" já vai a caminho, provavelmente chegará amanhã às tuas mãos. E confesso ter uma certa curiosidade em saber como a malta nova encara esta reliquia a 40 anos de distância.
RATO: Eu não perco tempo com filmes miseráveis, daí não haver muitos filmes com classificações negativas neste blogue. Mas que os há, há. Se por acaso vir a tratar alguns, receberão as notas que tiverem que receber, segundo os meus critérios. Não sou tão-pouco de cometer injustiças como muitos críticos ditos profissionais fazem a pontapés. Penso que é preciso ter o mínimo de bom senso e responsabilidade para atribuir 1 estrela, assim como qualquer outra das notas.
ResponderEliminarNão gostei especialmente d'A VIDA DE BRIAN, considero A DOCE VIDA um filme desiquilibrado, vi-os ambos uma vez apenas. Essa foi a minha primeira apreciação. Não podes concordar com tudo, nem espero que ninguém o faça.
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Gostei imenso de Hugh Jackmann como Wolverine (desconheço quem não o tenha). Eu não sei quanto aos demais, mas "Australia" não é, em si, um título convidativo - claro que eu não julgo filmes pelo título. Nicole Kidmann é boa atriz, mas salvo melhor informações, é bem chegada a um blockbuster. Achei o filme razoável para se ver despretensiosamente, após um almoço, ou que tais.
ResponderEliminarMeu caro Roberto Simões, o vosso blogue é excelente para o meu paladar cinematográfico. Assim é inevitável que eu faça muitos comentários. Caso eu esteja a abusar - e dada a enorme diferença de redacção entre o português lusitano e o brasileiro - pode me dar um toque que eu dou uma freiada nos meus impulsos.
Um abraço,
Enaldo.
ENALDO: Nunca vi WOLVERINE - nem tenho especial curiosidade :) - mas soube que Jackman era um bom actor quando o vi em THE FOUNTAIN, não sei se já viu:
ResponderEliminarhttp://cineroad.blogspot.com/2008/09/fountain-o-ltimo-captulo-2006.html
Kidman é também uma grande actriz (que perfomances formidáveis teve ela na primeira metade dos anos 2000), mas aqui tem uma prestação que nem aquece nem arrefece, o filme contudo não é do pior.
Quanto aos elogios tecidos ao blogue, acredite que fico muito lisongeado. Faça os comentários que quiser, as vezes que quiser, nas fichas dos filmes que quiser. Não será certamente o único e isso enche-me de algum orgulho; cá estarei para responder a todos e a qualquer um dos seus comentários que, desde já e uma vez mais, agradeço. Quanto às diferenças entre o português europeu e o seu português, não se preocupe, os portugueses têm relativa facilidade em entender-vos e existe, inclusivé, uma relação muito salutar e frequente entre os bloggers dos dois lados do oceano.
Volte sempre, Enaldo. Sinta-se em casa.
Roberto Simões
CINEROAD