★★★★★
Título Original: ElephantRealização: Gus Van Sant
Principais Actores: Alex Frost, Eric Deulen, John Robinson, Elias McConnell, Jordan Taylor, Carrie Finklea, Nicole George, Brittany Mountain, Alicia Miles, Kristen Hicks, Bennie Dixon
Crítica:
Um clássico instantâneo. Que nem um Alex DeLarge, também o Alex de Gus Van Sant é um profundo admirador de Beethoven; neste caso, também intérprete. Ambos os jovens são símbolos máximos da ultra-violência representada no cinema.
Porém, este Alex de Elephant é muito mais do que metafórico: é... tão real. Juntamente com o seu comparsa, a violência surge representada sem preocupações
ADOLESCÊNCIA(S)
Um clássico instantâneo. Que nem um Alex DeLarge, também o Alex de Gus Van Sant é um profundo admirador de Beethoven; neste caso, também intérprete. Ambos os jovens são símbolos máximos da ultra-violência representada no cinema.
Porém, este Alex de Elephant é muito mais do que metafórico: é... tão real. Juntamente com o seu comparsa, a violência surge representada sem preocupações
morais, sem causa ou explicação. E é por isso que o filme é tão perturbante: o mal está entre nós, poderá revelar-se a qualquer instante. O que o desperta? O preconceito, o traumatizante bullying, os problemas familiares e as relações superficiais, a alienação nos jogos de computador, a televisão ou simplesmente as nuvens e a mudança de tempo. São todas hipóteses possíveis; todas elas são invocadas, ainda que subtilmente.
A realização de Gus Van Sant é magistral e profundamente inspirada, assombrosa em todos os travellings, no slow motion e nos jogos de perspectiva. Há longas sequências, enaltecidas com a alternância de focagem, nas quais o segundo plano ganha uma relevância que é essencial para o entendimento da obra. Depois há Für Elise e Moonlight (este último é para
A realização de Gus Van Sant é magistral e profundamente inspirada, assombrosa em todos os travellings, no slow motion e nos jogos de perspectiva. Há longas sequências, enaltecidas com a alternância de focagem, nas quais o segundo plano ganha uma relevância que é essencial para o entendimento da obra. Depois há Für Elise e Moonlight (este último é para
mim o tema mais lúgubre alguma vez concebido) que encerram um mistério incomensurável.
Elephant é, pois, um triunfo de uma sublimidade inquestionável, de uma frieza e contenção desmedidas. Um realista e por demais fiel retrato da adolescência, carregado de vazio existencial, que termina, antes das nuvens também elas carregadas de poder enigmático, com um esperançoso e tão simbólico toque entre pai e filho.
Elephant é, pois, um triunfo de uma sublimidade inquestionável, de uma frieza e contenção desmedidas. Um realista e por demais fiel retrato da adolescência, carregado de vazio existencial, que termina, antes das nuvens também elas carregadas de poder enigmático, com um esperançoso e tão simbólico toque entre pai e filho.
É certo que apreciei bastante o considerado clássico de Van Sant, mas não lhe consigo atribuir uma pontuação. Mas é de vista obrigatória, embora prefira o Paranoid Park e Gerry.
ResponderEliminarFilipe, talvez essa seja a obra-prima de Van Sant, mais a competição com Milk é muito grande ainda assim, Van Sant é um bom diretor e muito merecido foi a Palma de Ouro por esse mesmo.
ResponderEliminarUm ótimo filme, que mostra como grande parte da juventude está perdida.
ResponderEliminarConsidero a carreira de Van Sant com altos e baixos, mas aqui ele acertou a mão.
Abraço
Não gosto muito de "Elefante", apesar de aprovar esse estilo mais experimental na carreira do Gus Van Sant.
ResponderEliminarGosto muito de Elephant e naum consigo escolher entre esse e Paranoid Park, acho os dois parecidos, no ritmo e na qualidade. Acho curioso essa observação de Gus pelo mundo juvenil.
ResponderEliminarAbraço!!!
Melhor filme de Van Sant, pra mim. O amadurecimento do diretor e a sua ousadia dominam toda a projeção.
ResponderEliminarJACKSON: Olha que dos três ainda prefiro o GERRY ;)
ResponderEliminarCLEBER: Gus Van Sant é, para mim, daqueles realizadores dos quais é muito complicado escolher a obra maior.
HUGO: Pouco conheço da carreira de Van Sant antes de GERRY, exceptuando o sublime O BOM REBELDE. De GERRY em diante os filmes do realizador são, para mim, todos formidáveis.
KAMILA: Também não é o meu preferido, creio que te compreendo.
YGOR MORETTI FIORANTE: ELEPHANT e PARANOID PARK conseguem ser, em muitos pontos, muito semelhantes mesmo. Eu dos dois prefiro ELEPHANT.
DIEGO RODRIGUES: Para mim não é o melhor, mas este ELEPHANT é um clássico instantâneo.
Cumps.
Filipe Assis
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Palma de ouro em Cannes? O que se passa??!! Gus Van Sant é o meu ódio de estimação. Realizou as piores peças europeias que vi nos últimos anos: Elephant, Last days, Gerry (provavelmente um dos piores filmes que vi em toda a minha vida!!).. Um realizador sobrevalorizado.
ResponderEliminarBom texto! Parabéns :) Já sabes, o filme é dos meus preferidos, mesmo...
ResponderEliminar(pissarra, Van Sant é SUBvalorizado, isso sim! e isso comprova-se com o teu comentário...)
Abraço!
PISSARRA: Não concordo nada com a tua afirmação. Acho todas essas obras verdadeiramente sublimes.
ResponderEliminarFLÁVIO GONÇALVES: Obrigado ;) É mesmo um filme incrível e marcante.
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Ainda não vi nenhum filme de Gus Van Sant...ainda não calhou...eu sei tenho de me apressar.
ResponderEliminarDevo começar brevemente com a visualização de Good Will Hunting.
Este, como o Gerry, o Milk, entre outros vão demorar talvez um pouco mais...existem ainda assim outras prioridades de momento :)
abraço
JORGE: É um bom começo. O BOM REBELDE é um dos meus filmes preferidos.
ResponderEliminarOs restantes que enunciaste (com excepção de MILK) são igualmente sublimes, mas numa vertente absolutamente experimental ou avant-garde. Nada mainstream. Espero que venhas a adorar esse lado do realizador. Não percas a oportunidade para ver para além de ELEPHANT e GERRY, LAST DAYS. E o A CAMINHO DE IDAHO, que também é magnífico!
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
É, com certeza, um filme singular e sublime. É um retrato fidedigno da juventude e da própria sociedade envolvente.
ResponderEliminarAbraço
Cinema as my World
É um olhar traumatizante sobre os adolescentes e como estes encaram o resultado das suas vivências e de toda uma pressão social que lhes é adjacente nas suas vidas.
ResponderEliminarQuando vi o filme encarei-o quase como uma catarse nua e crua de jovens desajustados e desintegrados numa sociedade, contando sem rodeios o que podem vir a ser as consequências do preconceito e da não-aceitação.
NEKAS: E, a par disso, uma experiência minimamente corajosa e insólita, não?
ResponderEliminarTIAGO VITÓRIA: É isso. Partilhamos da mesma visão. Um filme, por isso, duro.
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Gus van Sant parece que precisa sempre provar a própria qualidade. Eu fico com um pé atrás diante dos filmes dele. Vou atrás deste.
ResponderEliminarENALDO: Cá para mim não precisa provar nada a ninguém. A sua filmografia fala por si, em toda a sua diversidade.
ResponderEliminarRoberto Simões
» CINEROAD «