★★★★★
Título Original: Chun gwong cha sitRealização: Wong Kar Wai
Principais Actores: Leslie Cheung, Tony Leung Chiu Wai, Chen Chang, Gregory Dayton, Shirley Kwan
Crítica:
COMEÇAR DE NOVO
Acontece que as pessoas solitárias...
...são todas iguais.
...são todas iguais.
O fluir do tempo, a cadência dos corpos, a fragilidade da relação amorosa. O tango, Piazzola. As Cataratas de Iguaçú, Caetano Veloso e o seu Cucurrucucu Paloma. Imponente, o esplendor da imagem e a força das águas cadentes, naquela saturação azulada. Numa explosão de cores, a paixão cega e tórrida, o tempestuoso envolvimento de Yiu-Fai e Po-Wing. Num reluzente preto e branco, um postal de Buenos Aires. Magistral e eclético, o trabalho de fotografia de Christopher Doyle.
Não há dinheiro, há desejo e loucura, tanta esperança quanto insensatez. Há uma dependência quase inexplicável, uma cedência perpétua à ilusão, um repetido começar de novo, como se a cada tentativa vingasse a possibilidade. Há solidão, sobre todas as coisas, na fuga à incompreensão da família e à sociedade inquisitória. A cada take, a sensibilidade lírica do amor. Funde-se um frágil, muito embora requitado, formalismo visual com as linhas de um argumento que se escreve no momento, de acordo com a fugacidade dos sentimentos. Memorável, o desempenho de Tony Leung. Arrepiante, o desabafo para o gravador. Catártico, o alongado plano final...
Hajam poetas.
Não há dinheiro, há desejo e loucura, tanta esperança quanto insensatez. Há uma dependência quase inexplicável, uma cedência perpétua à ilusão, um repetido começar de novo, como se a cada tentativa vingasse a possibilidade. Há solidão, sobre todas as coisas, na fuga à incompreensão da família e à sociedade inquisitória. A cada take, a sensibilidade lírica do amor. Funde-se um frágil, muito embora requitado, formalismo visual com as linhas de um argumento que se escreve no momento, de acordo com a fugacidade dos sentimentos. Memorável, o desempenho de Tony Leung. Arrepiante, o desabafo para o gravador. Catártico, o alongado plano final...
Hajam poetas.
Já há muitos anos que não vejo este grande filme, tenho de o rever um dia destes :)
ResponderEliminarÁLVARO MARTINS: Não será tempo perdido, certamente...
ResponderEliminarRoberto Simões
CINEROAD