sexta-feira, 27 de maio de 2011

A BARREIRA INVISÍVEL (1998)

PONTUAÇÃO: EXCELENTE
★★★★★
Título Original: The Red Thin Line
Realização: Terrence Malick
Principais Actores: Sean Penn, Adrien Brody, James Caviezel, Ben Chaplin, John Cusack, Woody Harrelson, Elias Koteas, Jared Leto, Nick Nolte, John C. Reilly, George Clooney, John Travolta, Thomas Jane, Miranda Otto

Crítica:

HORIZONTE SEM GLÓRIA

Maybe all men got one big soul everybody's a part of,
all faces are the same man.

Profundamente belo, poético e filosófico, A Barreira Invisível narra e medita, a partir do interior das suas personagens, um intenso retrato de guerra e de humanidade. Eis, absurda e derradeiramente cruel, a auto-destruição do Homem e da Natureza, não fosse a racionalidade que distingue a nossa espécie tão incompreensível quanto puramente natural. A solidão, o medo e o fim da identidade individual: na guerra, todas as vozes expressam a mesma consciência. Os monólogos interiores, aliados à natureza contemplativa da narrativa, reflectem a morte e a vida e o seu significado. O amor e a recordação, o passado e o futuro, perante um presente tão desprezível.

War don't ennoble men. It turns them into dogs... poisons the soul.

Suportada pela deslumbrante fotografia de John Toll e pela subtil e emocional banda sonora de Hans Zimmer, a realização de Terrence Malick deixa-se fluir com inspiração e tremenda perfeição, na arte de filmar. Junta-se-lhe a montagem, na solidificação da viagem introspectiva, a marca de estilo do cineasta.

This great evil. Where does it come from? How'd it steal into the world? What seed, what root did it grow from? Who's doin' this? Who's killin' us? Robbing us of life and light. Mockin' us with the sight of what we might've known. Does our ruin benefit the earth? Does it help the grass to grow, the sun to shine? Is this darkness in you, too? Have you passed to this night?

Destaque para os excelentes efeitos sonoros e visuais que conferem à obra um realismo impressionante, em sequências de acção espectaculares. O elenco está todo ele formidável, Jim Caviezel irradia serenidade e o verdadeiro espírito do filme. E é um grande «espírito», o que habita esta obra... um puro pedaço de arte onde a natureza é a maior protagonista e a derradeira vencedora de qualquer guerra.


Where is it that we were together? Who were you that I lived with? The brother. The friend. Darkness, light. Strife and love. Are they the workings of one mind? The features of the same face? Oh, my soul. Let me be in you now. Look out through my eyes. Look out at the things you made. All things shining.

Um filme raro, como cada um dos filmes de Terrence Malick.


12 comentários:

  1. Um dos filmes mais lentos e também com a imagens mais belas que eu já assisti.
    O diretor Malick nos entrega um drama de guerra diferente e desigual, porém com um força espetacular nas imagens.

    Abraço

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  2. Eis um filme tido como obra-prima que nunca consegui entender, mas não era maduro quando o assisti. Preciso rever!

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  3. Obra-prima. Malick é simplesmente um dos melhores cineastas da actualidade.

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  4. Sensacional!!
    Um filme de guerra de diferente do que estamos acostumados. Uma pessoa pode gostar de filme de guerra e não gostar deste, por este ser mais focado - como bem disse na resenha - na parte poética e filosófica sobre o ato e não "apenas" o sofrimento e o medo.

    Abraço!!

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  5. HUGO: Não achei assim tão lento. Mas isso talvez por adorar o estilo de Malick.

    GUSTAVO: Reveja então, recomendo vivamente ;)

    ÁLVARO MARTINS: Subscrevo inteiramente.

    RAFHAEL VAZ: Uma genuína obra-prima... inesquecível.

    Cumps.
    Roberto Simões
    CINEROAD - A Estrada do Cinema

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  6. Esplêndidas imagens. A ser lançado em Blu-ray ainda este ano na América.

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  7. GUSTAVO H.R.: É, sem dúvida, um filme de imagens belíssimas!

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  8. Pois é, não sei se terei paciência para rever este. Talvez dê uma hipótese à versão fanedit que parece ter cortado o excesso.

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  9. PEDRO PEREIRA: Que heresias proferes... ;D

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  10. Das quase 3 horas que dura o filme quase metade é gasto no assalto à colina e o restante em pensamentos filosóficos. Não tenho nada contra filmes lentos (veja-se por exemplo uma "Morte em Veneza"), mas esta barreira arrasta-se, e arrasta-se, e arrasta-se...
    Consegui resistir até ao fim mas definitivamente não é o meu género de filme.
    Salva-se a fotografia e a banda-sonora que é belissima.
    Duas estrelas em Cinco

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  11. RATO: 2 em 5? Que heresia, que injustiça. Não concordo nem um pouco, somente quando te referes à fotografia ou à banda sonora. Mas e a arte de filmar?

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - A Estrada do Cinema «

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  12. As duas estrelinhas são exactamente pela fotografia (onde já está implicita parte da "arte" de filmar) e a banda-sonora. E não posso considerar "Bom" (3 estrelas) um filme que me chateou imenso. Nos próximos dias vou ver o anterior, "Days of Heaven", que já baixei do blogue do Chico ("MyThousandMovies").
    É verdade, como é que eu faço para colocar um link aqui na caixa dos comentários (como tu fazes quando assinas)?

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