★★★★★
Título Original: Days of HeavenRealização: Terrence Malick
Principais Actores: Richard Gere, Brooke Adams, Sam Shepard, Linda Manz
Crítica:
Dias do Paraíso é o mais belo filme do entardecer. Uma obra-prima magistralmente realizada, fotografada e montada. Pura poesia, que atinge a monumentalidade com a banda sonora de Ennio Morricone.
É, por um lado, o tempo da industrialização contra o tempo eterno da Natureza: os opostos delineiam-se tanto na poluição que mancha a imagem como nos ensurdecedores barulhos da maquinaria, que persistem em corromper a paz do campo. Por outro lado, pinta com perfeição aquela exploração intemporal dos mais poderosos sobre os mais desfavorecidos, aqueles que realmente trabalham e suam sol após sol, que sonham um dia aproveitar a vida com alegria e desafogo. Mas uma coisa é certa: a obra de Malick não cai em representações simplistas e maniqueístas, muito pelo contrário. Aquela casa solitária, no ermo da colina recta e opressivamente erguida, é, no fim de contas, alcançável. Bill e Abby dão cara à cobiça e desonestidade das gentes pobres. Os mesmos que apenas por honra desperdiçariam comida, fá-lo-ão depois por mero divertimento, numa vida rica e sem trabalho, repleta de momentos prazerosos: conseguida às custas da farsa e do golpe. Às tantas, Linda - a inocente narradora - diz mesmo: Nobody's perfect. There was never a perfect person around. You just have half-angel and half-devil in you.
Dias do Paraíso é, pois, um clássico absoluto, visualmente arrebatador e genialmente bem feito.
SEARAS AO VENTO
Dias do Paraíso é o mais belo filme do entardecer. Uma obra-prima magistralmente realizada, fotografada e montada. Pura poesia, que atinge a monumentalidade com a banda sonora de Ennio Morricone.
É, por um lado, o tempo da industrialização contra o tempo eterno da Natureza: os opostos delineiam-se tanto na poluição que mancha a imagem como nos ensurdecedores barulhos da maquinaria, que persistem em corromper a paz do campo. Por outro lado, pinta com perfeição aquela exploração intemporal dos mais poderosos sobre os mais desfavorecidos, aqueles que realmente trabalham e suam sol após sol, que sonham um dia aproveitar a vida com alegria e desafogo. Mas uma coisa é certa: a obra de Malick não cai em representações simplistas e maniqueístas, muito pelo contrário. Aquela casa solitária, no ermo da colina recta e opressivamente erguida, é, no fim de contas, alcançável. Bill e Abby dão cara à cobiça e desonestidade das gentes pobres. Os mesmos que apenas por honra desperdiçariam comida, fá-lo-ão depois por mero divertimento, numa vida rica e sem trabalho, repleta de momentos prazerosos: conseguida às custas da farsa e do golpe. Às tantas, Linda - a inocente narradora - diz mesmo: Nobody's perfect. There was never a perfect person around. You just have half-angel and half-devil in you.
Dias do Paraíso é, pois, um clássico absoluto, visualmente arrebatador e genialmente bem feito.
Se a nota for 5/5 ou 10 eu concordo. hehe
ResponderEliminarAinda não vi o filme, mas dizem que a direção de Terrence é, como sempre, impecável. E também falam muito do belo trabalho de elenco e da parte técnica.
ResponderEliminarAbs!
Ok, a crítica convenceu-me. Mallick é um génio no que refere à subtileza e ao pormenor. O seu longo e demorado trabalho deve ser compensatório :P
ResponderEliminarAbraço
BRUNO SOARES: Pelos vistos, estamos, pois, de acordo ;)
ResponderEliminarKAU OLIVEIRA: O filme é todo ele irrepreensível. Altamente recomendado.
JOÃO: Obrigado ;)
FLÁVIO GONÇALVES: É, claro, e muito. Filme extraordinário.
Cumps.
Filipe Assis
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Sem dúvida, um filme belo, um filme naturalista e contemplador bem ao estilo de um dos melhores cineastas da actualidade.
ResponderEliminarAbraços
Gostaria de concordar com essa visão...
ResponderEliminarÁLVARO MARTINS: «Naturalista» é um óptimo adjectivo para este caso. Estamos de acordo.
ResponderEliminarGUSTAVO H.R.: Gostaria? Não concorda?
Cumps.
Filipe Assis
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Filmaço! Legal termos falado dele praticamente ao mesmo tempo nos nossos blogs. Adoro o estilo poético de Malick, e acredito que o subestimado O NOVO MUNDO (com o Colin Farrell) ainda vai ter o seu valor reconhecido. Abs!
ResponderEliminarANDERSON: Com certeza que O NOVO MUNDO será ainda reconhecido pelo seu valor. Tal como este, é um filmaço daqueles!;)
ResponderEliminarCumps.
Filipe Assis
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Ao contrário do "Thin Red Line", neste tive imensa pena que a metragem fosse tão curta, apetecia-me que o filme continuasse por muito mais tempo. Certamente não estaremos perante nenhuma obra fundamental do Cinema mas esteticamente é das coisas mais belas de que me lembro de ter visto - as cenas encadeiam-se como se duma sucessão de pinturas se tratasse. O que não admira, visto Malick ter ido buscar um dos melhores fotógrafos de sempre do cinema (Nestor Almendros), que trabalhou com Truffaut e com muitos dos grandes realizadores franceses. A sua filmografia é aliás impressionante.
ResponderEliminarDevido a essa espantosa cinematografia Malick consegue dotar esta pequena história com uma dimensão quase bíblica. E, como comecei por dizer, é este "quase" que me faz pena, acho que se perdeu aqui uma oportunidade de fazer deste filme um épico genuíno da relação campo-industrialização.
Resumindo: um belissimo filme, no sentido de ser um autêntico deleite para os olhos mas que deveria ter ido muito mais além.
4 estrelas em 5
P.S.: Neste filme foram introduzidas pela 1ª vez diversas técnicas específicas. Almendros filmou com a câmara presa ao seu próprio corpo por um elaborado braço chamado "Panaglide", que seria um antecessor da "steadicam", hoje de uso praticamente obrigatório em todos os filmes. A filmagem da praga de gafanhotos também envolveu técnicas inovadoras e a iluminação de toda a sequência do incêndio foi conseguida recorrendo apenas à luz que provinha das chamas. A delicadeza desta escuridão cavernosa resultou brilhantemente quanto às ambições míticas do filme.
O Rato Cinéfilo
RATO: É-me frequente ser invadido por uma saudade imensa de revisitar qualquer uma das obras de Malick. São belíssimas e este DIAS DO PARAÍSO é de facto uma obra belíssima, de um lirismo extraordinário - uma das suas mais belas obras. Pode não ser uma obra fundamental, mas é uma obra excelente.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Gostei da comparação que fizeste da industrualização com a natureza, elemento que persiste em todos os seus filmes com uma beleza fora de série.
ResponderEliminarÉ excelente sem dúvida.
bjs
Achei excelente o apontamento: "Os mesmos que apenas por honra desperdiçariam comida, fá-lo-ão depois por mero divertimento". Também reparei nisso quando vi o filme.
ResponderEliminarPS. Em relação a um dos comentários anteriores, a fotografia foi feita a meias entre Nestor Almendros e Haskell Wexler.
Cumps do Baú-dos Livros
MANUELA: Obrigado. Um dos mais belos filmes que conheço.
ResponderEliminarLUÍS AZEVEDO: Obrigado ;) Penso que esse apontamento diz muito a respeito das mudanças das personagens ao longo da narrativa.
Roberto Simões
CINEROAD
Só para partilhar a minha opinião sobre o filme:
ResponderEliminarDays of Heaven
Abraço