★★★★★
Título Original: A History of ViolenceRealização: David Cronenberg
Principais Actores: Viggo Mortensen, Maria Bello, Ed Harris, William Hurt, Ashton Holmes, Heidi Hayes, Peter MacNeill, Stephen McHattie, Greg Bryk
Crítica:
Se levado à tela por um qualquer realizador, Uma História de Violência seria somente mais um filme onde uma família assolada pela violência tenta resistir à morte. Todavia, um autor como David Cronenberg - um dos mais interessantes e estimulantes realizadores da actualidade - faz toda a diferença.
Uma História de Violência formula uma reflexão aprofundada - rica em perguntas e absolutamente inócua em respostas - sobre as causas e as consequências da violência humana. Note-se, a propósito, o desfecho inconclusivo daquela última troca de olhares entre marido e mulher... profundamente abalados não só pela violência física como também pela cruel violência da mentira, que ameaça a ruína da família. Por mera intervenção do acaso, é como se o Inferno ascendesse ao nível terreno e lhes batesse à porta ou como se o Passado, implacável, ajustasse contas com a Verdade. Perante este jogo mortal, haverão possibilidades de sobrevivência? Haverá um sentimento tão forte o suficiente, capaz de superar e unir almas tão imensamente devastadas? Enfim... a obra fala por si, em toda a sua ambiguidade. Sentem-se as reminiscências de O Cabo do Medo, de Martin Scorsese. Aquela cena de sexo na escada, após os sangrentos acontecimentos do jardim, é o perfeito exemplo disso... Querem maior evidência da mestria de Cronenberg? Essa cena é visceralmente assombrosa! Não só nessa complexa indagação filosófico-existencial como tecnicamente, o talento do realizador emerge continuamente: note-se a meticulosa escolha de planos e de ângulos ou o extraordinário trabalho de encenação e de direcção de actores. Depois, temos Viggo Mortensen, Maria Bello, William Hurt, Ed Harris, Ashton Holmes... todos eles em brilhantes desempenhos, intrinsecamente ligados à profundidade conquistada pela obra. A banda sonora de Howard Shore e o notável trabalho de caracterização completam esta intensa, envolvente e inteligente experiência cinematográfica.
PASSADO IRREVERSÍVEL
Se levado à tela por um qualquer realizador, Uma História de Violência seria somente mais um filme onde uma família assolada pela violência tenta resistir à morte. Todavia, um autor como David Cronenberg - um dos mais interessantes e estimulantes realizadores da actualidade - faz toda a diferença.
Uma História de Violência formula uma reflexão aprofundada - rica em perguntas e absolutamente inócua em respostas - sobre as causas e as consequências da violência humana. Note-se, a propósito, o desfecho inconclusivo daquela última troca de olhares entre marido e mulher... profundamente abalados não só pela violência física como também pela cruel violência da mentira, que ameaça a ruína da família. Por mera intervenção do acaso, é como se o Inferno ascendesse ao nível terreno e lhes batesse à porta ou como se o Passado, implacável, ajustasse contas com a Verdade. Perante este jogo mortal, haverão possibilidades de sobrevivência? Haverá um sentimento tão forte o suficiente, capaz de superar e unir almas tão imensamente devastadas? Enfim... a obra fala por si, em toda a sua ambiguidade. Sentem-se as reminiscências de O Cabo do Medo, de Martin Scorsese. Aquela cena de sexo na escada, após os sangrentos acontecimentos do jardim, é o perfeito exemplo disso... Querem maior evidência da mestria de Cronenberg? Essa cena é visceralmente assombrosa! Não só nessa complexa indagação filosófico-existencial como tecnicamente, o talento do realizador emerge continuamente: note-se a meticulosa escolha de planos e de ângulos ou o extraordinário trabalho de encenação e de direcção de actores. Depois, temos Viggo Mortensen, Maria Bello, William Hurt, Ed Harris, Ashton Holmes... todos eles em brilhantes desempenhos, intrinsecamente ligados à profundidade conquistada pela obra. A banda sonora de Howard Shore e o notável trabalho de caracterização completam esta intensa, envolvente e inteligente experiência cinematográfica.
Não vi o filme nem ouvi muito dele mas o cast parece ser muito bom, por isso espero a tua crítica...
ResponderEliminarAbraço
http://nekascw.blogspot.com/
Este é um dos melhores filmes da década. Merecia mais destaque...
ResponderEliminarAbraços!
Vi-o à pouco num preço muito baixo e ainda hesitei em comprar. A tua crítica decidirá se o compro ou não :)
ResponderEliminarAbraço
Olá! achei super interessante a seleção de filmes que se propõe a postar aqui.
ResponderEliminarÉ bacana observar a diversidade, assim como o objetivo em trazer excelentes dicas.
Parabéns :)
Aqui saiu como "Marcas da Violência". Acho um belo filme, especialmente por causa da direção e das atuações de Mortensen/Bello.
ResponderEliminar****
Obra-prima, melhor de 2005. Brilhante estudo temático.
ResponderEliminarNEKAS: Aí está a crítica. É um filme fabuloso, altamente recomendável!
ResponderEliminarCIRO HAMEN: Talvez "um dos melhores filmes da década" seja exagero, quanto a mim... pelo menos ponderando um top 20 ou 30... Mas lá que é um grande filme, não o nego! Muito pelo contrário.
JACKSON: Penso que o dilema foi resolvido. Compra! E se ainda não tiveres, compra também o magnífico Promessas Perigosas.
RENATO HEMESATH: Bem-vindo ao CINEROAD! Muito obrigado pelos elogios e volte sempre! ;) Quanto a este UMA HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA, o que acha do filme?
WALLY: O tradução literal do título em Portugal foi mais acertada, mesmo ;) Grande filme, claro.
GUSTAVO: Não concordo que seja o melhor de 2005. Sobretudo com filmes como Reino dos Céus ou O Novo Mundo. Mas um dos melhores terá sido com certeza.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Este e o típico filme que eu teria detestado se tivesse outro realizador e outros actores. Não fazendo de todo o meu género, adoreio em absoluto. Sou da opinião que a realização compensa algumas falhas no argumento, mas, enfim, opiniões. Surpreendeu-me bastante pela positiva e concordo em pleno com a crítica.
ResponderEliminarNão vi ainda, mas Cronenberg é o realizador que melhor consegue lidar com a extrema violência nos seus filmes...
ResponderEliminarCLÁUDIA GAMEIRO: Pelo teu comentário apercebo-me perfeitamente de que estamos de acordo ;) É mesmo: o factor Cronenberg faz toda a diferença.
ResponderEliminarTIAGO RAMOS: O recente Cronenberg deslumbra-me. O Cronenberg dos anos 80 e 90 ainda não conheço, espero não me decepcionar. UMA HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA é um filme para ver e rever. Aconselho vivamente.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Pois é isso tudo que foi dito, sendo que é um filme pouco conhecido ou pouco divulgado. Mas quando se vê descobre-se uma história, segredos, angustia e um passado encoberto, incutindo-nos desde o início a uma constante tensão emocional e frenética...o que vai acontecer a seguir?!...é isto que adorei no filme, uma surpresa autêntica!
ResponderEliminarArgumento bom, mas nada de extraordinário, aqui a realização e o modo de contar uma história é que elevam o filme, sem dúvida. Também muito devido a grandes interpretações, em que destaco Ed Harris (que ainda não foi falado aqui) como um personagem ambíguo e enigmático.
abraço
JORGE: Sim... de facto essa tensão crescente é um dos pontos altos do filme. Desde a primeira cena, é impressionante. Ed Harris está bem, mas pouco diferente daquilo a que já nos habituou. O meu papel preferido do actor é aquele que ele desempenha em AS HORAS, de Stephen Daldry. Ainda que curto, é sublime.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Sim estou de acordo, o seu papel em AS HORAS é melhor, muito pela personagem que encarna. Um assombro a sua prestação.
ResponderEliminarQuanto à sua interpretação neste, não a acho assim tanto indiferente, o papel é de facto similar a alguns que fez, mas parece-me que aqui (mais do que nunca) o seu modo e a sua postura nestes contornos de representação assentam que nem uma luva e conjugam-se na sua plenitude com a história e os personagens nela.
Em suma e talvez dentro das suas limitações, para mim, Ed Harris encaixa-se na perfeição aqui, realçando-se por isso mesmo, nada mais.
abraço
JORGE: Vamos lá ver. Eu não quero, de todo, ser injusto. Ainda mais para com um actor tão talentoso como Ed Harris.
ResponderEliminarEd Harris tem um grande desempenho neste filme de Cronenberg. Fizeste muito bem em referi-lo.
Ed Harris é aquilo a que normalmente se chama um actor natural. Um pouco como Morgan Freeman, por exemplo. Os seus papéis são bons, magníficos tantas vezes, mas no geral são todos muito parecidos, quanto a mim; na composição e nas subtilezas de cada personagem.
Fizeste muito bem em referir Ed Harris.
Cumps.
Roberto Simões
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