★★★★
Título Original: The Last Airbender
Realização: M. Night Shyamalan
Principais Actores: Noah Ringer, Dev Patel, Jackson Rathbone, Nicola Peltz, Shaun Toub, Aasif Mandvi, Cliff Curtis, Seychelle Gabriel, Katharine Houghton, Francis Guinan, Summer Bishil, Randall Duk Kim, John Noble
Crítica:
AVATAR:
O MESTRE DOS QUATRO ELEMENTOS
O MESTRE DOS QUATRO ELEMENTOS
I knew you were real. I always knew you'd return.
Com O Último Airbender, M. Night Shyamalan não só continua como intensifica o seu odiado percurso em Hollywood. Não só porque se afasta, aqui numa clara clivagem, da senda dos seus argumentos inquietantes, labirínticos ou plenos de suspense... que marcam o seu prisma autoral. Afinal, seria sempre uma tarefa tamanha, compreendemos, recriar em real motion um universo tão característico e querido da animé como o de Avatar. Porém, na minha opinião, que mais uma vez contraria grande parte da crítica, Shyamalan supera-se com paixão e talento. O Último Airbender não cai no ridículo, o mundo das quatro nações edifica-se solidamente sobre a verosimilhança, mérito maior da direção artística e dos tremendos efeitos digitais. A excelência dessas categorias técnicas e da aliança com a fotografia de Andrew Lesnie (o mesmo d'O Senhor dos Anéis) confere inegáveis credibilidade e autenticidade à fantasia. A magia acontece no ecrã. O espetáculo visual impõe-se, por isso, maravilhoso e esmagador.
Pena que o filme não tenha maior duração (já para não falar de sequelas), para aprofundar as personagens e a história, maturar as cenas e os momentos narrativos. O filme peca essencialmente por isso. A edição faz um autêntico milagre com o tempo que lhe foi concedido, livrando-o do desastre, contando da melhor forma possível - relativamente simples até, servindo perfeitamente o público infantil - esta complexa história de mitos e culturas, guerra e espiritualidade, destino e humanidade. A escolha do elenco revela-se acertada: destaques para Noah Ringer como Aang (o por cem anos desaparecido Avatar, mestre dos quatro elementos), Dev Patel (filho rejeitado e príncipe do Fogo, dúbio na sua ação) ou Shaun Toub (o tio Iroh, conselheiro e protetor). Duas das personagens mais bem conseguidas - até pela sua natureza secundária e artificial - são, a meu ver, as criaturas Appa e Momo. Há inspirados movimentos de câmera, que acompanham a energia da ação ou os momentos mais intimistas, que nos emocionam. Para esse efeito contribui também uma das mais sonantes e grandiosas bandas sonoras de James Newton Howard, aqui e ali com toques de John Williams.
Enfim, O Último Airbender é um daqueles filmes que ganharia tanto com uma versão alongada. Cerca de 30 minutos do filme foram eliminados porque o estúdio pretendia convertê-lo em 3D tão rapidamente quanto possível. Alguns desses minutos de cenas cortadas, já revelados no DVD, não acrescentariam muito ao filme, é certo. Quanto ao material inédito, não posso comentar, resta ter esperança. O todo revelado é tão apaixonante que queríamos mais; os admiradores estão é condenados a rever o filme as vezes que quiserem, ao invés de esperarem pela continuação.
Pena que o filme não tenha maior duração (já para não falar de sequelas), para aprofundar as personagens e a história, maturar as cenas e os momentos narrativos. O filme peca essencialmente por isso. A edição faz um autêntico milagre com o tempo que lhe foi concedido, livrando-o do desastre, contando da melhor forma possível - relativamente simples até, servindo perfeitamente o público infantil - esta complexa história de mitos e culturas, guerra e espiritualidade, destino e humanidade. A escolha do elenco revela-se acertada: destaques para Noah Ringer como Aang (o por cem anos desaparecido Avatar, mestre dos quatro elementos), Dev Patel (filho rejeitado e príncipe do Fogo, dúbio na sua ação) ou Shaun Toub (o tio Iroh, conselheiro e protetor). Duas das personagens mais bem conseguidas - até pela sua natureza secundária e artificial - são, a meu ver, as criaturas Appa e Momo. Há inspirados movimentos de câmera, que acompanham a energia da ação ou os momentos mais intimistas, que nos emocionam. Para esse efeito contribui também uma das mais sonantes e grandiosas bandas sonoras de James Newton Howard, aqui e ali com toques de John Williams.
Enfim, O Último Airbender é um daqueles filmes que ganharia tanto com uma versão alongada. Cerca de 30 minutos do filme foram eliminados porque o estúdio pretendia convertê-lo em 3D tão rapidamente quanto possível. Alguns desses minutos de cenas cortadas, já revelados no DVD, não acrescentariam muito ao filme, é certo. Quanto ao material inédito, não posso comentar, resta ter esperança. O todo revelado é tão apaixonante que queríamos mais; os admiradores estão é condenados a rever o filme as vezes que quiserem, ao invés de esperarem pela continuação.
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Não me refiro à versão 3D porque não a vi nem a preciso ver;
neste caso, como noutros, não passou de estratégia comercial, como
sabemos. O filme nem sequer foi concebido para ser em 3D.
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