★★★★★
Título Original: The Wind That Shakes the BarleyRealização: Ken Loach
Principais Actores: Cillian Murphy, Padraic Delaney, Liam Cunningham, Gerard Kearney, William Ruane
Crítica:
INDEPENDÊNCIA INGLÓRIA
I tried not to get into this war, and did,
now I try to get out, and can't.
now I try to get out, and can't.
Quão vergonhosa pode uma guerra civil ser. Quão revoltante pode a natureza humana ser. Matamo-nos a nós próprios, sem piedade, apesar da dor. Aquela relação de irmãos - entre Damien (Cillian Murphy) e Teddy (Padraic Delaney) - sinedoquiza, passe o necessário neologismo, toda a história da Irlanda que Loach tão tensa e intensamente abraça representar. Até que ponto a defesa de um ideal nos separa, traindo o coração e o nosso próprio sangue.
Brisa de Mudança grita o socialismo e a liberdade patriótica, entre a natureza verdejante (sublimemente fotografada por Barry Ackroyd) e o intimismo familiar. O argumento (Paul Laverty), associado de raiz ao retrato histórico e à leitura política, encontra a sua força na autenticidade da tragédia, longe do melodrama ou da romantização. Há aqui um realismo austero, que intensifica os sacrifícios dos homens, e para o qual contribui decisivamente a direcção artística e o guarda-roupa. O jovem elenco está ao nível das exigências dramáticas, sobretudo a dupla acima referida, que protagoniza a trama.
Horror, medo, esperança. Brisa de Mudança é um filme de todos estes sentimentos, sobre a génese da rebelião. Grande filme.
Strange creatures we are, even to ourselves...
Brisa de Mudança grita o socialismo e a liberdade patriótica, entre a natureza verdejante (sublimemente fotografada por Barry Ackroyd) e o intimismo familiar. O argumento (Paul Laverty), associado de raiz ao retrato histórico e à leitura política, encontra a sua força na autenticidade da tragédia, longe do melodrama ou da romantização. Há aqui um realismo austero, que intensifica os sacrifícios dos homens, e para o qual contribui decisivamente a direcção artística e o guarda-roupa. O jovem elenco está ao nível das exigências dramáticas, sobretudo a dupla acima referida, que protagoniza a trama.
Horror, medo, esperança. Brisa de Mudança é um filme de todos estes sentimentos, sobre a génese da rebelião. Grande filme.
Curiosamente já o vi há uns anos, lembro-me de na altura ter gostado, mas claramente não tanto como tu. Hoje em dia se o visse, e à luz do que me lembro, talvez talvez me aproximaria da tua opinião.
ResponderEliminarEnfim, quanto ao filme destaco as interpretações e o argumento muito bom, cheio de subtilezas e cru quando tem de ser. Recomendável.
abraço
Não é o melhor Loach (nem por sombras) mas é um bom filme.
ResponderEliminarJORGE: Não é propriamente um filme que me tenha maravilhado ou que me encha as medidas, mas tenho que me render às suas qualidades. De forma alguma é ou será daqueles filmes essenciais, mas é um filme muito bom.
ResponderEliminarÁLVARO MARTINS: É o primeiro Loach a que assisto. Quais são os que mais gostaste dele e que por isso aconselhas?
Roberto Simões
CINEROAD
O Kes é, para mim, o melhor filme dele. Depois há o Land and Freedom que também é grande filme, o Sweet Sixteen e o My name is Joe são ao nível deste The Wind That Shakes the Barley, o Ken Loach é um cineasta muito bom, tão bom ou melhor que o Mike Leigh.
ResponderEliminarO mais doloroso é ver os compatriotas e irmãos se matando. Mas, no geral, achei o filme um tanto seco e distante, mas essa parece ser a abordagem proposital de Loach.
ResponderEliminarÁLVARO MARTINS: Obrigado pelas recomendações ;)
ResponderEliminarGUSTAVO: Também julgo que tenha sido propositado. É doloroso, efectivamente.
Roberto Simões
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