quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

UM LUGAR À BEIRA-MAR (1991)

PONTUAÇÃO: BOM
Título Original: Ano natsu, ichiban shizukana umi
Realização: Takeshi Kitano

Principais Actores: Kuroudo Maki, Hiroko Oshima, Sabu Kawahara, Toshizo Fujiwara, Susumu Terajima, Katsuya Koiso, Toshio Matsui, Yasukazu Ishitani, Naomi Kubota, Tsuyoshi Ohwada, Tatsuya Sugimoto, Meijin Serizawa, Tetsu Watanabe, Keiko Kagimoto, Kengakusha Akiyama


Crítica:

A ONDA DOS SONHOS

Melancólico, contemplativo, nostálgico. Assim é Um Lugar À Beira-Mar. Kitano concebe um filme praticamente sem diálogos - os protagonistas são um jovem casal de surdos-mudos -, remetendo para a pureza original do cinema: a arte de contar uma história através de imagens. O cineasta joga magistralmente com a mise-en-sène, dominando, com perfeição, as entradas e saídas das personagens e dos elementos cénicos do enquadramento. Assim como as ondas do mar, que avançam e recuam sobre a areia - o som do mar, aliás, alia-se eficazmente à banda sonora numa autêntica sessão de relaxamento - também os movimentos das personagens se fazem de rotinas, do vai-vem diário entre casa-trabalho e praia.

Shigeru (Kurôdo Maki) trabalha na recolha do lixo. Tem uma namorada e uma vida sem grandes objectivos. Um dia, na volta, encontra uma prancha partida. Ainda tenta regressar ao trabalho sem ela, mas vê-se obrigado a resgatá-la e a consertá-la. A partir daí, todos os dias, o seu destino é a praia. A namorada acompanha-o sempre. As primeiras investidas não lhe correm muito bem; os surfistas gozam-no, assim como um par de amigos que passa o dia a jogar futebol. Mas Shigeru é obstinado, persistente, e as melhorias notam-se dia após dia. Quando a prancha se parte novamente, apodera-se dele o desencanto. Mas a esperança não morre. Ao receber o ordenado, compra a prancha que as suas poupanças não lhe permitiram. Num primeiro concurso em que participa, falha a chamada porque não ouve ser chamado. Porém, o troféu há-de chegar. Ele é trabalhador e merece.

Simples, tocante e poético.

2 comentários:

  1. Interessante que também tenhas pegado no Takeshi Kitano... Sei que é um dos realizadores favoritos do João, que já o homenageou lá no blogue.

    Este é dos poucos que sei que já vi, mas não me recordo muito bem dele. Mas sei que gostei na altura.

    Cumprimentos,

    Jorge Rodrigues
    Dial P For Popcorn

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  2. JORGE RODRIGUES: Curioso. No seu espírito de acalmia, tem uma história muito simples que em 2 ou 3 linhas se resume.

    Roberto Simões
    CINEROAD

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