segunda-feira, 27 de abril de 2009

GERRY (2002)

PONTUAÇÃO: MUITO BOM
Título Original: Gerry
Realização: Gus Van Sant

Principais Actores: Matt Damon, Casey Affleck

Crítica

Numa palavra: sublime. No início, aparentemente ao acaso, e depois absolutamente perdidos no deserto, quiçá à procura deles próprios, acabam numa busca incessante de vida e de sentido. Gerry é uma experiência metafísica tão impressionante quanto incisiva... sobre a morte, sobre o sofrimento e sobre a agonia da sobrevivência numa situação-limite. Neste caso, a derradeira sobrevivência de dois jovens num deserto visualmente arrebatador. Muitas são as ambiciosas cenas, memoráveis, desta meticulosa e assombrosa obra de Gus Van Sant, cuja a magnífica fotografia de Harris Savides é um verdadeiro oásis cristalino. E da imagem e dos sons vive esta obra deveras fascinante, minimizando a importância dos diálogos face à dureza da existência. Os lúgubres e escassos temas de Arvo Pärt ressoam-nos na memória até às últimas cenas; cenas sofridas, que dão conta de uma realidade humana angustiante, nua e desoladora. A paisagem natural, essa, mantém-se eterna e fatalmente encantadora.

8 comentários:

  1. Este é o melhor filme do Gus Van Sant e arrisco-me a dizer que será muito, mas muito difícil ele alguma vez fazer um filme que supere esta obra-prima. E a música é fabulosa.

    Abraços

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  2. um dos poucos filmes do gus van santa que não ainda não vi... =/

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  3. Já eu terei que discordar neste ponto. Ja tive uma "discussão" com o Álvaro acerca desta fita mas é certo que este exercício de estilo não me convnce. A linha narrativa é demasiado simples para produzir efeitos significantes e há demasiados momentos onde a linha do artístico ultrapassa a linha do aborrecimento. Claro que é só a minha opinião.

    Abraço

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  4. Álvaro Martins,

    Não sei se será o melhor filme de Gus Van Sant, não consigo dizer qual é o melhor, cada um tem as suas pecularidades que o fazem único e especial. Mas é, de facto, um filme muito bom.

    Cumps.


    Ciro Hamen,

    Então tens de ver! :b É muito bom. Se és apreciador deste tipo de cinema, vais adorar certamente.

    Cumps. e obrigado pela visita! volta sempre!


    Fifeco,

    As relações entre arte e aborrecimento são pertinentes. Não sei se alguém algum dia já se lembrou de ensaiar sobre isso, mas seria um assunto interessantíssimo.

    Pois, Fifeco, creio que te compreendo. A exaustão de alguns planos passa mesmo, por vezes, das personagens aos espectadores. Mas mesmo assim não tenho como não os considerar maravilhosos. E outros, perfeitos.
    Quanto à linha narrativa, creio que é evidente que o cinema é muito mais que narrativa, que literatura, ainda que seja um dos seus descendentes directos. Van Sant é conhecido por explorar o cinema como ninguém, almejando um patamar que muitas vezes vai para além da narrativa e se foca na exploração de ambientes, da imagem e do som. E creio que, ainda que na ausência do sentido que a narrativa nos traz, o filme acaba por ter um sentido genuíno, que vai para muito além da palavra e que coabita perfeitamente no sistema artístico. É um outro tipo de cinema, este, e que a meu ver traz evidentes «efeitos significantes».

    Cada um gostará do tipo de cinema que mais significado lhe trouxer. Creio, por isso, que te compreendo, apesar de discordar contigo. Talvez um dia dês uma nova oportunidade a este cinema de Gus Van Sant.

    Cumps.

    Roberto F. A. Simões
    CINEROAD

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  5. Hã, filme bom, na minha opinião, não é isso daí! Fotografia é linda, mas sozinha não faz um filme!
    Estranho, pra não dizer outra coisa!

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  6. Muito ruim. Dois excelentes atores desperdiçados numa belíssima paisagem (pra quem gosta de deserto). Só isso.

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  7. Só agora pude assisti-lo! Se há quem durma em 2001 de Kubrick, Gerry torna-se um desafio ainda maior. Fica-se à espera de algum repentino enunciado filosófico profundo e tudo o que se tem é o trivial. Quaisquer reflexões ficam mesmo por conta da subjetividade de quem o assiste. Para suportá-lo é necessária uma natureza introspectiva capaz de apreciar a sensação de solidão e isolamento que o filme transmite. Por fim, embora não tenha sido um dos propósitos, mostra-nos como os ecoterroristas estão equivocados em sua paranóia de uma superpopulação global!

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  8. THGDLJ: Bem-vindo ao CINEROAD. Não sei se será um desafio interpretativo maior que o de 2001, mas em última instância, como também aponta, será sempre bastante subjectivo. Volte sempre!

    Roberto Simões
    CINEROAD

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