★★★★★
Título Original: East of Eden
Realização: Elia Kazan
Principais Actores: James Dean, Julie Harris, Raymond Massey, Burl Ives, Richard Davalos, Jo Van Fleet, Albert Dekker, Lois Smith, Harold Gordon, Nick Dennis
Crítica:
UM TOQUE DE MALDADE
A Leste do Paraíso revitaliza o mito bíblico de Caim e Abel, a partir do aclamado romance de John Steinbeck, que lhe dá nome. Para protagonista, Elia Kazan e os produtores da Warner Bros. escolheram o atraente e (eternamente) jovem James Dean, hipnotizante e absolutamente memorável no papel de Cal. Selvagem, impulsivo, imprevisível, incompreendido ou simplesmente incompreensível, é um de dois irmãos, órfãos de mãe desde a nascença, que cresceu sob a educação de um inventivo pai (Raymond Massey), um homem profundamente religioso, moralista e rígido nos seus valores, mas um bom homem, acima de tudo. Desde cedo que Cal se mostra revoltado com o mundo, lutando pela atenção e aprovação do pai, sentindo-se preterido em relação ao irmão, que é estudioso, educado e exemplar. Cal não é somente um exemplo de juventude irreverente, contestatária e problemática; é mais do que isso. É como se, de alguma forma, fosse um agente de maldade, como se tivesse um mau íntimo que o levasse a magoar toda a gente à sua volta, particularmente aqueles que mais o amam e especialmente o seu pai. Estará, a origem do Mal, na falta de amor?
Quando descobre que a mãe afinal não morreu e que viveu, por isso, toda uma mentira, o conflito interior de Cal adensa-se e passa a exteriorizar-se com maior intensidade. Afinal, é violento, saber-se que fomos abandonados, que não somos amados. Julie Harris é Abra, a namorada do irmão, que primeiro o estranha e teme, mas que depois se identifica com ele, ao ponto de se sentir atraída por ele e pela sua ambiguidade. O triângulo amoroso ganha contornos mais delineados. Abra acaba por tornar-se uma personagem central, na medida em que marca a ponte entre o Bem e o Mal e se mostra compreensiva para com o protagonista. Cal sente-se finalmente compreendido por alguém. Na tentativa de se sentir amado, Cal tentará conquistar o amor do pai, empenhando-se de corpo e alma na sua missão. O drama e o melodrama atingirão, cada vez mais, uma carga fortemente emotiva. O final então é arrebatador, de partir o coração, verdadeiramente. A súplica desesperada de Cal pelo amor do pai... A frustração de, por uma última vez, falhar a redenção, a expiação da culpa e a sonhada reconciliação... O confronto com a verdade, o homicídio ainda que metafórico do irmão... uma sucessão de acontecimentos que precipitam a tragédia.
It's awful not to be loved. It's the worst thing in the world. (...) It makes you mean, and violent, and cruel. And that's the way Cal has always felt, Mr. Trask. All his life! Maybe you didn't mean it that way - but it's true. You never gave him your love. You never asked for his. You never asked him for one thing.
Abra
Quando descobre que a mãe afinal não morreu e que viveu, por isso, toda uma mentira, o conflito interior de Cal adensa-se e passa a exteriorizar-se com maior intensidade. Afinal, é violento, saber-se que fomos abandonados, que não somos amados. Julie Harris é Abra, a namorada do irmão, que primeiro o estranha e teme, mas que depois se identifica com ele, ao ponto de se sentir atraída por ele e pela sua ambiguidade. O triângulo amoroso ganha contornos mais delineados. Abra acaba por tornar-se uma personagem central, na medida em que marca a ponte entre o Bem e o Mal e se mostra compreensiva para com o protagonista. Cal sente-se finalmente compreendido por alguém. Na tentativa de se sentir amado, Cal tentará conquistar o amor do pai, empenhando-se de corpo e alma na sua missão. O drama e o melodrama atingirão, cada vez mais, uma carga fortemente emotiva. O final então é arrebatador, de partir o coração, verdadeiramente. A súplica desesperada de Cal pelo amor do pai... A frustração de, por uma última vez, falhar a redenção, a expiação da culpa e a sonhada reconciliação... O confronto com a verdade, o homicídio ainda que metafórico do irmão... uma sucessão de acontecimentos que precipitam a tragédia.
I've been jealous all my life. Jealous, I couldn't even stand it. Tonight, I even tried to buy your love, but now I don't want it anymore... I can't use it anymore. I don't want any kind of love anymore. It doesn't pay off.
Cal
Um magnífico portento, do argumento às assombrosas interpretações e a todas as qualidades técnicas que o valorizam como um todo. A Leste do Paraíso impõe-se como um clássico absoluto.
Confesso que prefiro este ao Rebel Without A Cause, apesar de preferir Ray a Kazan :P Tenho mesmo dever o Giant, James Dean é um ícone, mas sobretudo um ícone com um talento imenso.
ResponderEliminarhttp://onarradorsubjectivo.blogspot.com/
O NARRADOR SUBJECTIVO: São ambos grandes realizadores, sem dúvida. Também prefiro este A LESTE DO PARAÍSO ao FÚRIA DE VIVER do Ray.
ResponderEliminarRoberto Simões
» CINEROAD «
grande filme, e grande livro! para quem nao leu, aqui fica um sitio para baixarem de borla: http://portugues.free-ebooks.net/ebook/A-Leste-do-Paraiso
ResponderEliminar...de nada! (: