★★★★★
Título Original: The Fall of the Roman EmpireRealização: Anthony Mann
Principais Actores: Sophia Loren, Christopher Plummer, Stephen Boyd, Alec Guinness, James Mason, Anthony Quayle, John Ireland, Omar Sharif, Mel Ferrer, Eric Porter, Finlay Currie, Andrew Keir
Crítica:
O ÚLTIMO IMPÉRIO
A great civilization is not conquered from without
until it has destroyed itself from within.
until it has destroyed itself from within.
Will Durant*
Roma renasceu das cinzas - em todo o esplendor e máxima glória - pelas mãos dos artistas, arquitectos e estudiosos que, com esmerado entusiasmo, assumiram a direcção artística deste majestoso e opulento A Queda do Império Romano. Pelos grandiosos cenários, desfilam centenas de figurantes, todos criteriosamente trajados e caracterizados (todos os méritos vão para a dupla Veniero Colasanti e John Moore), movendo-se perante as cadências da sinfónica e genial composição musical de Dimitri Tiomkin. Do aspecto romântico da pintura apuram-se, entre tons e texturas, verdadeiros e impressionantes quadros vivos. Frame by frame. Absolutamente assombroso, o trabalho do director de fotografia Robert Krasker, em constante uníssono com as orientações e potencialidades da mise-en-scène. Anthony Mann capta toda a aura do tempo romano e da civilização antiga com assaz verosimilhança e com uma mestria profundamente conhecedora das técnicas cinematográficas. A câmera capta a imitação da realidade com uma fluidez precisa; notem-se os enquadramentos e os movimentos de câmera, sempre irrepreensíveis, elevando a nobreza da arte de contar uma história.
Quando falamos de elenco, a beleza inconfundível de Sophia Loren (Lucilla) tende a ofuscar-nos o verbo; contudo, não esqueçamos as extraordinárias interpretações de Alec Guiness (como Marcus Aurelius), Christopher Pulmmer (como Commodus), Stephen Boyd (como Livius) ou James Mason (como Timonides). Envolvente e extremamente bem construído, o storytelling, ao longo das três horas de duração; os créditos, atribuem-se ao trio de argumentistas Ben Barzman, Basilio Franchina e Philip Yordan que, sem fantasiar crassamente a História, conceberam um retrato e um ensaio sobre a ambição desmedida e a tremenda sede de poder que, algures no passado, cegaram um homem, condenando um sonho baseado na igualdade, na paz e na liberdade, em ideais gregos de cidadania que se perpetuaram pela filosofia e pela ética. Um sonho chamado Roma.
Igualmente notável e determinante para o triunfo narrativo, diga-se, é a montagem de Robert Lawrence. Das batalhas e sequências de acção aos bastidores da cena política, da retórica do senado à intriga palaciana e de volta ao espectáculo de larga escala, a montagem esculpe, perante as mais variadas necessidades narrativas, uma velocidade eximia e proporcionalmente doseada.
Poucos filmes do género poderão rivalizar com a magnificência deste A Queda do Império Romano. Sem envelhecer num só compasso que seja, a obra de Anthony Mann alcança o panteão da imortalidade. É, sem sombra de dúvida, um dos maiores e melhores épicos de todos os tempos.
Quando falamos de elenco, a beleza inconfundível de Sophia Loren (Lucilla) tende a ofuscar-nos o verbo; contudo, não esqueçamos as extraordinárias interpretações de Alec Guiness (como Marcus Aurelius), Christopher Pulmmer (como Commodus), Stephen Boyd (como Livius) ou James Mason (como Timonides). Envolvente e extremamente bem construído, o storytelling, ao longo das três horas de duração; os créditos, atribuem-se ao trio de argumentistas Ben Barzman, Basilio Franchina e Philip Yordan que, sem fantasiar crassamente a História, conceberam um retrato e um ensaio sobre a ambição desmedida e a tremenda sede de poder que, algures no passado, cegaram um homem, condenando um sonho baseado na igualdade, na paz e na liberdade, em ideais gregos de cidadania que se perpetuaram pela filosofia e pela ética. Um sonho chamado Roma.
Oh, Livius. What a world... when its future rests in such as these.
Timonides
Igualmente notável e determinante para o triunfo narrativo, diga-se, é a montagem de Robert Lawrence. Das batalhas e sequências de acção aos bastidores da cena política, da retórica do senado à intriga palaciana e de volta ao espectáculo de larga escala, a montagem esculpe, perante as mais variadas necessidades narrativas, uma velocidade eximia e proporcionalmente doseada.
Poucos filmes do género poderão rivalizar com a magnificência deste A Queda do Império Romano. Sem envelhecer num só compasso que seja, a obra de Anthony Mann alcança o panteão da imortalidade. É, sem sombra de dúvida, um dos maiores e melhores épicos de todos os tempos.
(*) O consagrado historiador Will Durant foi contratado para aconselhar os argumentistas e artistas da produção, zelando pela objectividade e pela acuidade histórica. É com esta sua frase que o épico encerra.
Um belo filme épico sobre Roma. Terá sido provavelmente o último esforço do género que teve o seu auge nos anos 50 e decaiu até meados dos anos 60. Muitos dos intervenientes já eram bem conhecidos pela sua presença noutros "peplum".
ResponderEliminarResta dizer que este filme foi a principal inspiração de Ridley Scott para GLADIADOR.
EMANUEL NETO: Terá sido certamente o ponto de partida, note-se quando muito não seja a história e o período retratado. É um filme claramente superior ao GLADIADOR.
ResponderEliminarRoberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Um agradável filme do género, que se continua a ver muito bem, mas não mais do que isso. E para ser superior ao "Gladiador" não é preciso muito.
ResponderEliminarO Rato Cinéfilo
RATO: Discordo de ambas as afirmações.
ResponderEliminarRoberto Simões
CINEROAD