PONTUAÇÃO: BOM
★★★★
Título Original: L'Esquive
Realização: Abdel Kechiche
Realização: Abdel Kechiche
Principais Actores: Osman Elkharraz, Sara Forestier, Sabrina Ouazani, Nanou Benhamou, Aurélie Ganito, Carole Franck, Hafet Ben-Ahmed
Crítica:
CONVERSAS DE ADOLESCENTES
Abdel Kechiche transporta a steadicam para o interior dos subúrbios parisienses e concretiza, com assaz realismo e autenticidade, o retrato de uma adolescência irascível e conflituosa.
Se, enquanto espectadores adolescentes, nos deixarmos levar pela história, facilmente identificaremos aquelas personagens com algumas outras do nosso próprio núcleo de amigos. Sentiremos a história tão próxima de nós e da nossa realidade quotidiana. Assim sendo, A Esquiva contará a história de Krimo - um jovem de quinze anos, tímido e apaixonado, que integrará a peça de teatro da turma de forma a aproximar-se de Lydia, a loirinha autoritária.
Se, por outro lado, formos espectadores adultos, facilmente reconheceremos a teatralidade de toda a adolescência: uma encenação exagerada do ego, violenta e revoltada, extremamente sensível, temperamental e efervescente. Não nos identificaremos propriamente com as reacções e os sentimentos daquelas personagens, mas identificá-los-emos certamente na nossa experiência passada, quando tínhamos quinze anos e caminhávamos, com as emoções à flôr da pele, pelo centro do mundo.
Contudo, o retrato estende-se ainda a outras leituras. As longas cenas do filme revelam também, por exemplo, uma realidade periférica e multi-cultural, de língua rude e imediatamente substimada pela autoridade. Estará esta geração condenada ao seu meio original? Marivaux argumentava que sim.
Os resultados da encenação são francamente admiráveis e os desempenhos são genuínos. Destaque para a interpretação de Sara Forestier, um desempenho excepcional e surpreendente. O primor estético não é, propriamente, uma das virtudes da obra (creio mesmo que a forma se esgota em si mesma), mas o argumento apresenta uma reflexão pensada sobre a adolescência, interessante e pertinente, e isso é digno de mérito.
Se, enquanto espectadores adolescentes, nos deixarmos levar pela história, facilmente identificaremos aquelas personagens com algumas outras do nosso próprio núcleo de amigos. Sentiremos a história tão próxima de nós e da nossa realidade quotidiana. Assim sendo, A Esquiva contará a história de Krimo - um jovem de quinze anos, tímido e apaixonado, que integrará a peça de teatro da turma de forma a aproximar-se de Lydia, a loirinha autoritária.
Se, por outro lado, formos espectadores adultos, facilmente reconheceremos a teatralidade de toda a adolescência: uma encenação exagerada do ego, violenta e revoltada, extremamente sensível, temperamental e efervescente. Não nos identificaremos propriamente com as reacções e os sentimentos daquelas personagens, mas identificá-los-emos certamente na nossa experiência passada, quando tínhamos quinze anos e caminhávamos, com as emoções à flôr da pele, pelo centro do mundo.
Contudo, o retrato estende-se ainda a outras leituras. As longas cenas do filme revelam também, por exemplo, uma realidade periférica e multi-cultural, de língua rude e imediatamente substimada pela autoridade. Estará esta geração condenada ao seu meio original? Marivaux argumentava que sim.
Os resultados da encenação são francamente admiráveis e os desempenhos são genuínos. Destaque para a interpretação de Sara Forestier, um desempenho excepcional e surpreendente. O primor estético não é, propriamente, uma das virtudes da obra (creio mesmo que a forma se esgota em si mesma), mas o argumento apresenta uma reflexão pensada sobre a adolescência, interessante e pertinente, e isso é digno de mérito.