★★★★★
Título Original: Pickpocket
Realização: Robert Bresson
Principais Actores: Martin LaSalle, Marika Green, Jean Pélégri, Dolly Scal, Pierre Leymarie, Kassagi, Pierre Étaix, César Gattegno
Principais Actores: Martin LaSalle, Marika Green, Jean Pélégri, Dolly Scal, Pierre Leymarie, Kassagi, Pierre Étaix, César Gattegno
Crítica:
O prazer de roubar e a total ausência da culpa, que denuncia o vazio e a amoralidade de todas as acções, de toda a existência.
Bresson é frio e preciso nos planos - a mise-en-scène é minimalista - e frio e preciso é o seu protagonista. Michel (Martin LaSalle) é lúcido e inteligente, sabe que pode procurar um emprego; no entanto, é conscientemente responsável pela sua opção. Só a aperfeiçoável arte do roubo, de uma retórica e ilusionismo sui generis, lhe traz a realização, a satisfação. Só o roubo o faz sentir vivo, a sós ou na forma de crime organizado, mais tarde. Assustadora, a alienação do indivíduo que pode levar ao caos.
Michel não ama: nem Jeanne (apaixonada Marika Green, talvez mais expressiva do que seria teoricamente desejado), nem sequer a mãe, que lhe retira a queixa no posto e que Michel admite amar, em confissão nada credível ao amigo Jacques. E a anunciada redenção, no final do filme, tem para mim a mesma falta de credibilidade. Não há emoção que a autentifique. A frieza, essa sim, vem autentificar a estética do autor - a auto-consciência do objecto artístico, que se enfrenta e se assume a si mesmo, frontalmente, como uma significante (e, por sinal, excepcional) montagem de imagens e sons:
Essencial.
A COREOGRAFIA DO CRIME
O prazer de roubar e a total ausência da culpa, que denuncia o vazio e a amoralidade de todas as acções, de toda a existência.
Bresson é frio e preciso nos planos - a mise-en-scène é minimalista - e frio e preciso é o seu protagonista. Michel (Martin LaSalle) é lúcido e inteligente, sabe que pode procurar um emprego; no entanto, é conscientemente responsável pela sua opção. Só a aperfeiçoável arte do roubo, de uma retórica e ilusionismo sui generis, lhe traz a realização, a satisfação. Só o roubo o faz sentir vivo, a sós ou na forma de crime organizado, mais tarde. Assustadora, a alienação do indivíduo que pode levar ao caos.
Michel não ama: nem Jeanne (apaixonada Marika Green, talvez mais expressiva do que seria teoricamente desejado), nem sequer a mãe, que lhe retira a queixa no posto e que Michel admite amar, em confissão nada credível ao amigo Jacques. E a anunciada redenção, no final do filme, tem para mim a mesma falta de credibilidade. Não há emoção que a autentifique. A frieza, essa sim, vem autentificar a estética do autor - a auto-consciência do objecto artístico, que se enfrenta e se assume a si mesmo, frontalmente, como uma significante (e, por sinal, excepcional) montagem de imagens e sons:
Ce film n’est pas du style policier. L’auteur s’efforce d’exprimer, par des images et des sons, le cauchemar d’un jeune homme poussé par sa faiblesse dans un aventure de vol à la tire pour laquelle il n’était pas fait.Seulement cette aventure, par des chemins étranges, réunira deux âmes qui, sans elle, ne se seraient peut-être jamais connues.
Essencial.
