domingo, 20 de junho de 2010

BANDO À PARTE (1964)

PONTUAÇÃO: MUITO BOM
Título Original: Bande à part
Realização: Jean-Luc Godard

Principais Actores: Anna Karina, Danièle Girard, Louisa Colpeyn, Chantal Darget, Sami Frey, Claude Brasseur, Georges Staquet, Ernest Menzer, Jean-Claude Rémoleux

Crítica:

OS REBELDES

Pour les spectateurs qui rentrent en ce moment dans la salle tout ce qu'on peut dire ce sont quelques mots pris au hasard: il y a trois semaines, pas mal d'argent, un cours d'anglais, une maison près de la rivière, une jeune fille romantique.
Narrador

É simples, mas virtuoso como poucos. É espontâneo, intimista, carismático. Tem uma narrativa linear, plena de homenagens ao cinema de Hollywood (ao western, ao musical e sobretudo ao cinema policial: Je vais faire de Bande à part un petit film de série Z comme certains films américains que j'aime bien. Jean-Luc Godard), mas nem por isso deixa de quebrar convenções: o narrador/autor conduz a história com várias interrupções, manipulando-a quando bem pretende: Ici on pourrait ouvrir une parenthèse et parler des sentiments d'Odile, de Franz et d'Arthur, mais, après tout, tout est déjà assez clair, mieux vaut donc laisser parler les images et fermer la parenthèse. É, por isso mesmo, moderno, ainda que, segundo Elliot, tout ce qui est nouveau est de ce fait automatiquement traditionnel.

Há sensibilidade na arte de filmar - extrema sensibilidade, extrema delicadeza. O preto e branco é belíssimo e luminoso. O talento do director de fotografia Raoul Coutard e do realizador Jean-Luc Godard aliam-se magistralmente - penso que isso é claro - numa experiência descomprometida e artisticamente prazerosa. A forma como são filmados os actores, por exemplo, emana uma graciosidade extraordinária.
Cenas memoráveis são inúmeras. O final então é surpreendente. Mas destaco especialmente três: une vraie minute de silence peut durer une éternité (a verdade é assumida em absoluto, para além do plano ficcional e quebrando a construção da mimesis), a dança do trio no bar (mais um momento inesperado e de uma inspiração tremenda) e a icónica corrida pelo Louvre:


Arthur déclara qu'il fallait attendre la nuit pour faire le coup et respecter ainsi a tradition des mauvais policiers de série B. Que faire alors pour tuer le temps qui s'éternise demanda Odile Frantz avait lu dans France-Soir qu'un américain avait mis 9 minutes 45 secondes pour visiter le musée du Louvre, ils décidèrent de faire mieux...
En 9 minutes 43 secondes Arthur, Odile et Frantz avaient battu le record établi par Jimmy Johnson de San Francisco.


Eis, pois, um feito singular e pessoal. Irreverente e jovial, de tamanho bom gosto e assumidamente consciente de si próprio. Grande filme.

Mon histoire finit là, comme dans un roman bon marché, à cet instant superbe de l'existence où rien ne décline, rien ne dégrade, rien ne déçois. Et c'est dans un prochain film que l'on vous racontera, en CinémaScope et Technicolor cette fois les aventures d'Odile et de Frantz dans les pays chauds.
Narrador

5 comentários:

  1. Tenho na minha lista para ver! Já me disseram de tudo: que é dos melhores, ou dos piores do Godard.

    Abraço

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  2. Gosto deste filme, tem cenas memoráveis e personagens marcantes. O argumento é ligeiro, divertido, à parte. Preferi, contudo, o «Masculino Feminino», aconselho veres.

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  3. Dos meus 3 preferidos de Godard :)
    Contudo ainda me falta ver muita coisa dada a extensão da sua obra...

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  4. ÁLVARO MARTINS: Um magnífico filme, sem dúvida.

    MARCELO PEREIRA: Se for dos piores, o que dizer dos melhores ;D

    FLÁVIO GONÇALVES: Estamos absolutamente de acordo. Sobretudo com o "ligeiro". Ligeiro, mas inspirado em cada take.

    NEUROTICON: Sim, a obra deste realizador magistral é muito extensa...

    JOÃO GONÇALVES: Um realizador com muito por descobrir e que compôs aqui uma obra assinalável. Grandes cenas, grande filme. Grande arte.

    Cumps.
    Roberto Simões
    CINEROAD – A Estrada do Cinema

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